Leitura Diária da Bíblia

7 de abril, dia 97: Samuel II, cap. 16 a 18

Na multidão do povo, está a glória do rei, mas, na falta de povo, a ruína do príncipe. (Provérbios 14.28)

Salmo 84

Saudades do templo

Ao mestre de canto, segundo a melodia “Os lagares”. Salmo dos filhos de Corá

1 Quão amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos!

2 A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!

3 O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, os teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!

4 Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvam-te perpetuamente.

5 Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, 6 o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva.

7 Vão indo de força em força; cada um deles aparece diante de Deus em Sião.

8  SENHOR, Deus dos Exércitos, escuta-me a oração; presta ouvidos, ó Deus de Jacó!

9 Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.

10 Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade.

11 Porque o SENHOR Deus é sol e escudo; o SENHOR dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente.

12 Ó SENHOR dos Exércitos, feliz o homem que em ti confia.


The Bible Project Reading Plan

Parte VII

Ascensão e Queda do Reino de Israel

O Segundo Livro de Samuel

Capítulo 16

Davi e Ziba

1 Tendo Davi passado um pouco além, dobrando o cimo, eis que lhe saiu ao encontro Ziba, servo de Mefibosete, com dois jumentos albardados e sobre eles duzentos pães, cem cachos de passas, cem frutas de verão e um odre de vinho. 2 Perguntou o rei a Ziba: Que pretendes com isto? Respondeu Ziba: Os jumentos são para a casa do rei, para serem montados; o pão e as frutas de verão, para os moços comerem; o vinho, para beberem os cansados no deserto. 3 Então, disse o rei: Onde está, pois, o filho de teu senhor? Respondeu Ziba ao rei: Eis que ficou em Jerusalém, pois disse: Hoje, a casa de Israel me restituirá o reino de meu pai. 4 Então, disse o rei a Ziba: Teu é tudo que pertence a Mefibosete. Disse Ziba: Eu me inclino e ache eu mercê diante de ti, ó rei, meu senhor.

Davi amaldiçoado por Simei

5 Tendo chegado o rei Davi a Baurim, eis que dali saiu um homem da família da casa de Saul, cujo nome era Simei, filho de Gera; saiu e ia amaldiçoando. 6 Atirava pedras contra Davi e contra todos os seus servos, ainda que todo o povo e todos os valentes estavam à direita e à esquerda do rei. 7 Amaldiçoando-o, dizia Simei: Fora daqui, fora, homem de sangue, homem de Belial; 8 o SENHOR te deu, agora, a paga de todo o sangue da casa de Saul, cujo reino usurpaste; o SENHOR já o entregou nas mãos de teu filho Absalão; eis-te, agora, na tua desgraça, porque és homem de sangue. 9 Então, Abisai, filho de Zeruia, disse ao rei: Por que amaldiçoaria este cão morto ao rei, meu senhor? Deixa-me passar e lhe tirarei a cabeça. 10 Respondeu o rei: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Ora, deixai-o amaldiçoar; pois, se o SENHOR lhe disse: Amaldiçoa a Davi, quem diria: Por que assim fizeste? 11 Disse mais Davi a Abisai e a todos os seus servos: Eis que meu próprio filho procura tirar-me a vida, quanto mais ainda este benjamita? Deixai-o; que amaldiçoe, pois o SENHOR lhe ordenou. 12 Talvez o SENHOR olhará para a minha aflição e o SENHOR me pagará com bem a sua maldição deste dia. 13 Prosseguiam, pois, o seu caminho, Davi e os seus homens; também Simei ia ao longo do monte, ao lado dele, caminhando e amaldiçoando, e atirava pedras e terra contra ele. 14 O rei e todo o povo que ia com ele chegaram exaustos ao Jordão e ali descansaram.

Husai professa lealdade a Absalão

15 Absalão, pois, e todo o povo, homens de Israel, vieram a Jerusalém; e, com ele, Aitofel. 16 Tendo-se apresentado Husai, o arquita, amigo de Davi, a Absalão, disse-lhe: Viva o rei, viva o rei! 17 Porém Absalão disse a Husai: É assim a tua fidelidade para com o teu amigo Davi? Por que não foste com o teu amigo? 18 Respondeu Husai a Absalão: Não, mas àquele a quem o SENHOR elegeu, e todo este povo, e todos os homens de Israel, a ele pertencerei e com ele ficarei. 19 Ainda mais, a quem serviria eu? Porventura, não seria diante de seu filho? Como servi diante de teu pai, assim serei diante de ti.

Absalão e as concubinas de Davi

20 Então, disse Absalão a Aitofel: Dai o vosso conselho sobre o que devemos fazer. 21 Disse Aitofel a Absalão: Coabita com as concubinas de teu pai, que deixou para cuidar da casa; e, em ouvindo todo o Israel que te fizeste odioso para com teu pai, animar-se-ão todos os que estão contigo. 22 Armaram, pois, para Absalão uma tenda no eirado, e ali, à vista de todo o Israel, ele coabitou com as concubinas de seu pai. 23 O conselho que Aitofel dava, naqueles dias, era como resposta de Deus a uma consulta; tal era o conselho de Aitofel, tanto para Davi como para Absalão.

Capítulo 17

O conselho de Aitofel e de Husai

1 Disse ainda Aitofel a Absalão: Deixa-me escolher doze mil homens, e me disporei, e perseguirei Davi esta noite. 2 Assaltá-lo-ei, enquanto está cansado e frouxo de mãos; espantá-lo-ei; fugirá todo o povo que está com ele; então, matarei apenas o rei. 3 Farei voltar a ti todo o povo; pois a volta de todos depende daquele a quem procuras matar; assim, todo o povo estará em paz. 4 O parecer agradou a Absalão e a todos os anciãos de Israel. 5 Disse, porém, Absalão: Chamai, agora, a Husai, o arquita, e ouçamos também o que ele dirá. 6 Tendo Husai chegado a Absalão, este lhe falou, dizendo: Desta maneira falou Aitofel; faremos segundo a sua palavra? Se não, fala tu. 7 Então, disse Husai a Absalão: O conselho que deu Aitofel desta vez não é bom. 8 Continuou Husai: Bem conheces teu pai e seus homens e sabes que são valentes e estão enfurecidos como a ursa no campo, roubada dos seus cachorros; também teu pai é homem de guerra e não passará a noite com o povo. 9 Eis que, agora, estará de espreita nalguma cova ou em qualquer outro lugar; e será que, caindo no primeiro ataque alguns dos teus, cada um que o ouvir dirá: Houve derrota no povo que segue a Absalão. 10 Então, até o homem valente, cujo coração é como o de leões, sem dúvida desmaiará; porque todo o Israel sabe que teu pai é herói e que homens valentes são os que estão com ele. 11 Eu, porém, aconselho que a toda pressa se reúna a ti todo o Israel, desde Dã até Berseba, em multidão como a areia do mar; e que tu em pessoa vás no meio deles. 12 Então, iremos a ele em qualquer lugar em que se achar e facilmente cairemos sobre ele, como o orvalho cai sobre a terra; ele não ficará, e nenhum dos homens que com ele estão, nem um só. 13 Se ele se retirar para alguma cidade, todo o Israel levará cordas àquela cidade; e arrastá-la-emos até ao ribeiro, até que lá não se ache nem uma só pedrinha. 14 Então, disseram Absalão e todos os homens de Israel: Melhor é o conselho de Husai, o arquita, do que o de Aitofel. Pois ordenara o SENHOR que fosse dissipado o bom conselho de Aitofel, para que o mal sobreviesse contra Absalão.

15 Disse Husai a Zadoque e a Abiatar, sacerdotes: Assim e assim aconselhou Aitofel a Absalão e aos anciãos de Israel; porém assim e assim aconselhei eu. 16 Agora, pois, mandai avisar depressa a Davi, dizendo: Não passes esta noite nos vaus do deserto, mas passa, sem demora, ao outro lado, para que não seja destruído o rei e todo o povo que com ele está. 17 Estavam Jônatas e Aimaás junto a En-Rogel; e uma criada lhes dava aviso, e eles iam e diziam ao rei Davi, porque não podiam ser vistos entrar na cidade. 18 Viu-os, porém, um moço e avisou a Absalão; porém ambos partiram logo, apressadamente, e entraram em casa de um homem, em Baurim, que tinha um poço no seu pátio, ao qual desceram. 19 A mulher desse homem tomou uma coberta, e a estendeu sobre a boca do poço, e espalhou grãos pilados de cereais sobre ela; assim, nada se soube. 20 Chegando, pois, os servos de Absalão à mulher, àquela casa, disseram: Onde estão Aimaás e Jônatas? Respondeu-lhes a mulher: Já passaram o vau das águas. Havendo-os procurado, sem os achar, voltaram para Jerusalém. 21 Mal se retiraram, saíram logo os dois do poço, e foram dar aviso a Davi, e lhe disseram: Levantai-vos e passai depressa as águas, porque assim e assim aconselhou Aitofel contra vós outros. 22 Então, Davi e todo o povo que com ele estava se levantaram e passaram o Jordão; quando amanheceu, já nem um só havia que não tivesse passado o Jordão.

23 Vendo, pois, Aitofel que não fora seguido o seu conselho, albardou o jumento, dispôs-se e foi para casa e para a sua cidade; pôs em ordem os seus negócios e se enforcou; morreu e foi sepultado na sepultura do seu pai.

24 Davi chegou a Maanaim. Absalão, tendo passado o Jordão com todos os homens de Israel, 25 constituiu a Amasa em lugar de Joabe sobre o exército. Era Amasa filho de certo homem chamado Itra, o ismaelita, o qual se deitara com Abigail, filha de Naás, e irmã de Zeruia, mãe de Joabe. 26 Israel, pois, e Absalão acamparam-se na terra de Gileade.

A vitória do exército de Davi sobre o de Absalão

27 Tendo Davi chegado a Maanaim, Sobi, filho de Naás, de Rabá, dos filhos de Amom, e Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar, e Barzilai, o gileadita, de Rogelim, 28 tomaram camas, bacias e vasilhas de barro, trigo, cevada, farinha, grãos torrados, favas e lentilhas; 29 também mel, coalhada, ovelhas e queijos de gado e os trouxeram a Davi e ao povo que com ele estava, para comerem, porque disseram: Este povo no deserto está faminto, cansado e sedento.

Capítulo 18

1 Contou Davi o povo que tinha consigo e pôs sobre eles capitães de mil e capitães de cem. 2 Davi enviou o povo: um terço sob o comando de Joabe, outro terço sob o de Abisai, filho de Zeruia e irmão de Joabe, e o outro terço sob o de Itai, o geteu. Disse o rei ao povo: Eu também sairei convosco. 3 Respondeu, porém, o povo: Não sairás, porque, se formos obrigados a fugir, não se importarão conosco, nem ainda que metade de nós morra, pois tu vales por dez mil de nós. Melhor será que da cidade nos prestes socorro. 4 Tornou-lhes Davi: O que vos agradar, isso farei. Pôs-se o rei ao lado da porta, e todo o povo saiu a centenas e a milhares. 5 Deu ordem o rei a Joabe, a Abisai e a Itai, dizendo: Tratai com brandura o jovem Absalão, por amor de mim. Todo o povo ouviu quando o rei dava a ordem a todos os capitães acerca de Absalão.

6 Saiu, pois, o povo ao campo, a encontrar-se com Israel, e deu-se a batalha no bosque de Efraim. 7 Ali, foi o povo de Israel batido diante dos servos de Davi; e, naquele mesmo dia, houve ali grande derrota, com a perda de vinte mil homens. 8 Porque aí se estendeu a batalha por toda aquela região; e o bosque, naquele dia, consumiu mais gente do que a espada.

A morte de Absalão

9 Indo Absalão montado no seu mulo, encontrou-se com os homens de Davi; entrando o mulo debaixo dos ramos espessos de um carvalho, Absalão, preso nele pela cabeça, ficou pendurado entre o céu e a terra; e o mulo, que ele montava, passou adiante. 10 Vendo isto um homem, fez saber a Joabe e disse: Vi Absalão pendurado num carvalho. 11 Então, disse Joabe ao homem que lho fizera saber: Viste-o! Por que logo não o feriste ali, derrubando-o por terra? E forçoso me seria dar-te dez moedas de prata e um cinto. 12 Disse, porém, o homem a Joabe: Ainda que me pesassem nas mãos mil moedas de prata, não estenderia a mão contra o filho do rei, pois bem ouvimos que o rei te deu ordem a ti, a Abisai e a Itai, dizendo: Guardai-me o jovem Absalão. 13 Se eu tivesse procedido traiçoeiramente contra a vida dele, nada disso se esconderia ao rei, e tu mesmo te oporias. 14 Então, disse Joabe: Não devo perder tempo, assim, contigo. Tomou três dardos e traspassou com eles o coração de Absalão, estando ele ainda vivo no meio do carvalho. 15 Cercaram-no dez jovens, que levavam as armas de Joabe, e feriram a Absalão, e o mataram. 16 Então, tocou Joabe a trombeta, e o povo voltou de perseguir a Israel, porque Joabe deteve o povo. 17 Levaram Absalão, e o lançaram no bosque, numa grande cova, e levantaram sobre ele mui grande montão de pedras; todo o Israel fugiu, cada um para a sua casa. 18 Ora, Absalão, quando ainda vivia, levantara para si uma coluna, que está no vale do Rei, porque dizia: Filho nenhum tenho para conservar a memória do meu nome; e deu o seu próprio nome à coluna; pelo que até hoje se chama o Monumento de Absalão.

A morte de Absalão

Davi chora amargamente a morte de Absalão

19 Então, disse Aimaás, filho de Zadoque: Deixa-me correr e dar notícia ao rei de que já o SENHOR o vingou do poder de seus inimigos. 20 Mas Joabe lhe disse: Tu não serás, hoje, o portador de novas, porém outro dia o serás; hoje, não darás a nova, porque é morto o filho do rei. 21 Disse Joabe ao etíope: Vai tu e dize ao rei o que viste. Inclinou-se a Joabe e correu. 22 Prosseguiu Aimaás, filho de Zadoque, e disse a Joabe: Seja o que for, deixa-me também correr após o etíope. Disse Joabe: Para que, agora, correrias tu, meu filho, pois não terás recompensa das novas? 23 Seja o que for, tornou Aimaás, correrei. Então, Joabe lhe disse: Corre. Aimaás correu pelo caminho da planície e passou o etíope. 24 Davi estava assentado entre as duas portas da entrada; subiu a sentinela ao terraço da porta sobre o muro e, levantando os olhos, viu que um homem chegava correndo só. 25 Gritou, pois, a sentinela e o disse ao rei. O rei respondeu: Se vem só, traz boas notícias. E vinha andando e chegando. 26 Viu a sentinela outro homem que corria; então, gritou para a porta e disse: Eis que vem outro homem correndo só. Então, disse o rei: Também este traz boas-novas. 27 Disse mais a sentinela: Vejo o correr do primeiro; parece ser o correr de Aimaás, filho de Zadoque. Então, disse o rei: Este homem é de bem e trará boas-novas. 28 Gritou Aimaás e disse ao rei: Paz! Inclinou-se ao rei, com o rosto em terra, e disse: Bendito seja o SENHOR, teu Deus, que nos entregou os homens que levantaram a mão contra o rei, meu senhor. 29 Então, perguntou o rei: Vai bem o jovem Absalão? Respondeu Aimaás: Vi um grande alvoroço, quando Joabe mandou o teu servo, ó rei, porém não sei o que era. 30 Disse o rei: Põe-te ao lado e espera aqui. Ele se pôs e esperou. 31 Chegou o etíope e disse: Boas-novas ao rei, meu senhor. Hoje, o SENHOR te vingou do poder de todos os que se levantaram contra ti. 32 Então, disse o rei ao etíope: Vai bem o jovem Absalão? Respondeu o etíope: Sejam como aquele os inimigos do rei, meu senhor, e todos os que se levantam contra ti para o mal. 33 Então, o rei, profundamente comovido, subiu à sala que estava por cima da porta e chorou; e, andando, dizia: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!

Davi chora a morte de Absalão


Leitura Extra

O Povo do Reino de Deus

Epístola a Tito

Introdução

Tito, um gentio que havia se tornado cristão, foi um dos companheiros de trabalho e auxiliares do apóstolo Paulo no seu trabalho missionário (Gl 2.1-3; 2Co 7.6-16). Paulo o havia deixado na ilha de Creta a fim de que ele organizasse e dirigisse as igrejas dali (Tt 1.5). Na Epístola a Tito o apóstolo trata dos deveres e da maneira de agir dos dirigentes das igrejas; fala também das responsabilidades do próprio Tito no seu relacionamento com os vários grupos de pessoas das igrejas. O apóstolo recomenda que Tito use a sua autoridade para o bem do povo de Deus e que a sua maneira de agir seja tão correta, que sirva de exemplo para todos (2.7). Diz que a vida cristã se torna possível por causa da bondade e do amor de Deus, o qual nos salvou "não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia" (3.5).

Esquema do conteúdo

Prefácio e saudação (1.1-4)

1. Qualificação dos líderes da Igreja (1.5-16)

2. Instrução a vários grupos (2.1-15)

3. Justificação por graça como fundamento da ética cristã (3.1-11)

Saudações e bênção (3.12-15)

Capítulo 1

Prefácio e saudação

1 Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade, 2 na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos 3 e, em tempos devidos, manifestou a sua palavra mediante a pregação que me foi confiada por mandato de Deus, nosso Salvador, 4 a Tito, verdadeiro filho, segundo a fé comum, graça e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Salvador.

Deveres e qualificações dos ministros

5 Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: 6 alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados. 7 Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; 8 antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, 9 apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem.

Os falsos mestres e as falsas doutrinas

10 Porque existem muitos insubordinados, palradores frívolos e enganadores, especialmente os da circuncisão. 11 É preciso fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância. 12 Foi mesmo, dentre eles, um seu profeta, que disse: Cretenses, sempre mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos. 13 Tal testemunho é exato. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sadios na fé 14 e não se ocupem com fábulas judaicas, nem com mandamentos de homens desviados da verdade. 15 Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas. 16 No tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o negam por suas obras; é por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra.

Capítulo 2

Os deveres de diferentes crentes

1 Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. 2 Quanto aos homens idosos, que sejam temperantes, respeitáveis, sensatos, sadios na fé, no amor e na constância. 3 Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, 4 a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, 5 a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada. 6 Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos. 7 Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência, 8 linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito. 9 Quanto aos servos, que sejam, em tudo, obedientes ao seu senhor, dando-lhe motivo de satisfação; não sejam respondões, 10 não furtem; pelo contrário, deem prova de toda a fidelidade, a fim de ornarem, em todas as coisas, a doutrina de Deus, nosso Salvador.

Os gloriosos benefícios da graça salvadora de Cristo

11 Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, 12 educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, 13 aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, 14 o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.

15 Dize estas coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade. Ninguém te despreze.

Capítulo 3

A graça leva às boas obras

1 Lembra-lhes que se sujeitem aos que governam, às autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra, 2 não difamem a ninguém; nem sejam altercadores, mas cordatos, dando provas de toda cortesia, para com todos os homens. 3 Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. 4 Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, 5 não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, 6 que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, 7 a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.

8 Fiel é esta palavra, e quero que, no tocante a estas coisas, faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens. 9 Evita discussões insensatas, genealogias, contendas e debates sobre a lei; porque não têm utilidade e são fúteis. 10 Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez, 11 pois sabes que tal pessoa está pervertida, e vive pecando, e por si mesma está condenada.

As recomendações particulares, as saudações finais e a bênção

12 Quando te enviar Ártemas ou Tíquico, apressa-te a vir até Nicópolis ao meu encontro. Estou resolvido a passar o inverno ali. 13 Encaminha com diligência Zenas, o intérprete da lei, e Apolo, a fim de que não lhes falte coisa alguma. 14 Agora, quanto aos nossos, que aprendam também a distinguir-se nas boas obras a favor dos necessitados, para não se tornarem infrutíferos. 15 Todos os que se acham comigo te saúdam; saúda quantos nos amam na fé.

A graça seja com todos vós.