Leitura Diária da Bíblia

14 de dezembro, dia 348: Epístola de Tiago, cap. 1 a 3

O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura. (Provérbios 29.1)

Quando se multiplicam os justos, o povo se alegra, quando, porém, domina o perverso, o povo suspira. (Provérbios 29.2)

Salmo 133

A excelência da união fraternal

Cântico de romagem. De Davi

1 Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!

2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes.

3 É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre.


The Bible Project Reading Plan

Parte XV

O Povo do Reino de Deus

Epístola de Tiago

Introdução

A Epístola de Tiago foi escrita a todos os cristãos do seu tempo e trata de assuntos práticos da vida cristã. O autor fala de pobreza e riqueza, tentação, preconceito, o falar e o agir, o criticar, orgulho e humildade, paciência, oração e fé. Ele põe acima de tudo a necessidade de não somente crer como também agir. Não adianta nada alguém dizer que tem fé se não provar por meio das suas ações que a sua fé é viva e verdadeira. "Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta" (2.26). A verdadeira fé cristã se manifesta em ações cristãs.

O autor chama a si mesmo de "mestre" (3.1) e ele ensina belas lições para todos os seguidores de Cristo. Com clareza e vigor, Tiago nos mostra como devemos agir e viver, se é que queremos ser cristãos de verdade.

Esquema do conteúdo

Prefácio e saudação (1.1)

1. Exortação sobre diversos temas

a. Fé e sabedoria (1.2-8)

b. Pobreza e riqueza (1.9-11)

c. Provas e tentações (1.12-18)

d. Ouvir e fazer (1.19-27)

2. Amar sem discriminar (2.1-13)

3. A fé sem obras está morta (2.14-26)

4. A língua (3.1-12)

5. A sabedoria que vem do alto (3.13-18)

6. A amizade do mundo é inimiga de Deus (4.1-10)

7. Não falar mal uns dos outros (4.11-12)

8. O futuro a Deus pertence (4.13-17)

9. Contra os ricos opressores (5.1-6)

10. Ser pacientes e orar com fé (5.7-20)

Capítulo 1

Prefácio e saudação

1 Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que se encontram na Dispersão, saudações.

Os benefícios das provações

2 Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, 3 sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. 4 Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.

Como obter a sabedoria

5 Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. 6 Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. 7 Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; 8 homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos.

As circunstâncias terrenas são transitórias

9 O irmão, porém, de condição humilde glorie-se na sua dignidade, 10 e o rico, na sua insignificância, porque ele passará como a flor da erva. 11 Porque o sol se levanta com seu ardente calor, e a erva seca, e a sua flor cai, e desaparece a formosura do seu aspecto; assim também se murchará o rico em seus caminhos.

A origem do pecado

12 Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam. 13 Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. 14 Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. 15 Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.

A origem do bem

16 Não vos enganeis, meus amados irmãos. 17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança. 18 Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.

A prática da palavra de Deus

19 Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. 20 Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus. 21 Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. 22 Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. 23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; 24 pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. 25 Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.

26 Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. 27 A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.

Capítulo 2

Não se deve fazer acepção de pessoas

1 Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. 2 Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso, 3 e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés, 4 não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos? 5 Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam? 6 Entretanto, vós outros menosprezastes o pobre. Não são os ricos que vos oprimem e não são eles que vos arrastam para tribunais? 7 Não são eles os que blasfemam o bom nome que sobre vós foi invocado? 8 Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura:

Amarás o teu próximo como a ti mesmo,

fazeis bem; 9 se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores. 10 Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. 11 Porquanto, aquele que disse:

Não adulterarás

também ordenou:

Não matarás.

Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei. 12 Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade. 13 Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo.

A fé sem obras é morta

14 Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? 15 Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, 16 e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? 17 Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.

18 Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. 19 Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem. 20 Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante? 21 Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque? 22 Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou, 23 e se cumpriu a Escritura, a qual diz:

Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça;

e:

Foi chamado amigo de Deus.

24 Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente. 25 De igual modo, não foi também justificada por obras a meretriz Raabe, quando acolheu os emissários e os fez partir por outro caminho? 26 Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta.

Capítulo 3

Os pecados da língua e o dever de refreá-la

1 Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo. 2 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo. 3 Ora, se pomos freio na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro. 4 Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro. 5 Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva! 6 Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. 7 Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; 8 a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero. 9 Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. 10 De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. 11 Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? 12 Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce.

A sabedoria lá do alto

13 Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. 14 Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. 15 Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. 16 Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins. 17 A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. 18 Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.