Leitura Diária da Bíblia

19 de novembro, dia 323: Gálatas, cap. 1 e 2

O que trata da figueira comerá do seu fruto; e o que cuida do seu senhor será honrado. (Provérbios 27.18)

Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem. (Provérbios 27.19)

Salmo 119

Versículos de 81 a 88 (ARA)

A excelência da lei divina

כ

CAPH

Desfalece-me a alma, aguardando a tua salvação; porém espero na tua palavra.

Esmorecem os meus olhos de tanto esperar por tua promessa, enquanto digo: quando me haverás de consolar?

Já me assemelho a um odre na fumaça; contudo, não me esqueço dos teus decretos.

Quantos vêm a ser os dias do teu servo? Quando me farás justiça contra os que me perseguem?

Para mim abriram covas os soberbos, que não andam consoante a tua lei.

São verdadeiros todos os teus mandamentos; eles me perseguem injustamente; ajuda-me.

Quase deram cabo de mim, na terra; mas eu não deixo os teus preceitos.

Vivifica-me, segundo a tua misericórdia, e guardarei os testemunhos oriundos de tua boca.


The Bible Project Reading Plan

Parte XV

O Povo do Reino de Deus

Epístola aos Gálatas

Introdução

Quando o evangelho se espalhou pelo Império Romano e muitos gentios começaram a aceitar Jesus como Salvador, logo surgiram discussões sobre a necessidade de os gentios seguirem as leis dos judeus, especialmente a lei que mandava que todo homem fosse circuncidado (ver At 15.1-33). Essa mesma discussão apareceu nas igrejas que o apóstolo Paulo havia fundado na província romana da Galácia, que ficava numa região que hoje faz parte da Turquia. Várias pessoas estavam dizendo àqueles cristãos que, para poderem ser justificados, eles precisavam obedecer à lei de Moisés.

A Epístola aos Gálatas é a resposta que Paulo dá a essa falsa doutrina. Com argumentos fortes e palavras às vezes chocantes, Paulo denuncia esse outro evangelho que está sendo anunciado e procura trazer de volta para a fé verdadeira aqueles que estão se desviando do caminho certo. Ele fala da sua própria experiência cristã e defende a sua autoridade como apóstolo. Mostra também como, na reunião dos líderes cristãos em Jerusalém, ele tinha recebido a aprovação deles para continuar a anunciar a mensagem de que a salvação depende somente da fé e não daquilo que a lei de Moisés manda fazer. Em defesa da sua posição, Paulo cita o Antigo Testamento e fala da experiência de Abraão, o pai do povo escolhido. Ele mostra que Abraão foi justificado por Deus não por causa das suas obras, mas porque teve fé em Deus. Na última parte da epístola, Paulo fala da liberdade que têm as pessoas que creem em Cristo e como essa liberdade se torna realidade na vida cristã.

Todos os cristãos de todos os tempos devem se lembrar sempre desta declaração do apóstolo: "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão" (5.1).

Esquema do conteúdo

Prefácio e saudação (1.1-9)

1. O Evangelho anunciado pelo apóstolo

a. Recebido mediante revelação direta de Jesus Cristo (1.10-24)

b. Reconhecido pelos líderes da igreja de Jerusalém (2.1-14)

c. Centraliza-se na justificação pela fé em Cristo (2.15-21)

2. O Evangelho da graça de Deus e a liberdade cristã

a. A suficiência da fé (3.1-14)

b. A relação entre lei e promessa (3.15-29)

c. Demonstração de que a salvação é obra da graça de Deus (4.1-31)

d. Exortação a permanecer firme na liberdade (5.1-12)

3. O uso da liberdade cristã

a. O correto uso da liberdade cristã (5.13-26)

b. A vida no Espírito (6.1-10) Conclusão e bênção (6.11-18)

Capítulo 1

Prefácio e saudação

1 Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos, 2 e todos os irmãos meus companheiros, às igrejas da Galácia, 3 graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do [nosso] Senhor Jesus Cristo, 4 o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai, 5 a quem seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!

A inconstância dos gálatas

6 Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, 7 o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. 8 Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. 9 Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.

O evangelho que Paulo recebeu e pregou

10 Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo. 11 Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, 12 porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo. 13 Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava. 14 E, na minha nação, quanto ao judaísmo, avantajava-me a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. 15 Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve 16 revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue, 17 nem subi a Jerusalém para os que já eram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões da Arábia e voltei, outra vez, para Damasco.

Paulo vai a Jerusalém, Síria e Cilícia

18 Decorridos três anos, então, subi a Jerusalém para avistar-me com Cefas e permaneci com ele quinze dias; 19 e não vi outro dos apóstolos, senão Tiago, o irmão do Senhor. 20 Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto. 21 Depois, fui para as regiões da Síria e da Cilícia. 22 E não era conhecido de vista das igrejas da Judeia, que estavam em Cristo. 23 Ouviam somente dizer: Aquele que, antes, nos perseguia, agora, prega a fé que, outrora, procurava destruir. 24 E glorificavam a Deus a meu respeito.

Capítulo 2

O apostolado aos judeus e aos gentios

1 Catorze anos depois, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também a Tito. 2 Subi em obediência a uma revelação; e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios, mas em particular aos que pareciam de maior influência, para, de algum modo, não correr ou ter corrido em vão. 3 Contudo, nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se. 4 E isto por causa dos falsos irmãos que se entremeteram com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus e reduzir-nos à escravidão; 5 aos quais nem ainda por uma hora nos submetemos, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós. 6 E, quanto àqueles que pareciam ser de maior influência (quais tenham sido, outrora, não me interessa; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que me pareciam ser alguma coisa nada me acrescentaram; 7 antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me fora confiado, como a Pedro o da circuncisão 8 (pois aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão também operou eficazmente em mim para com os gentios) 9 e, quando conheceram a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, que eram reputados colunas, me estenderam, a mim e a Barnabé, a destra de comunhão, a fim de que nós fôssemos para os gentios, e eles, para a circuncisão; 10 recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também me esforcei por fazer.

A repreensão de Paulo a Pedro e a justificação pela fé em Cristo Jesus

11 Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível. 12 Com efeito, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, comia com os gentios; quando, porém, chegaram, afastou-se e, por fim, veio a apartar-se, temendo os da circuncisão. 13 E também os demais judeus dissimularam com ele, a ponto de o próprio Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. 14 Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus? 15 Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios, 16 sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. 17 Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não! 18 Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, a mim mesmo me constituo transgressor. 19 Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; 20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. 21 Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.