Leitura Diária da Bíblia

24 de outubro, dia 297: Atos, cap. 23 e 24

Como a neve no verão e como a chuva na ceifa, assim, a honra não convém ao insensato. (Provérbios 26.1)

Como o pássaro que foge, como a andorinha no seu voo, assim, a maldição sem causa não se cumpre. (Provérbios 26.2)

Salmo 102

Arrependimento e esperança

Oração do aflito que, desfalecido, derrama o seu queixume perante o SENHOR

1 Ouve, SENHOR, a minha súplica, e cheguem a ti os meus clamores.

2 Não me ocultes o rosto no dia da minha angústia; inclina-me os ouvidos; no dia em que eu clamar, dá-te pressa em acudir-me.

3 Porque os meus dias, como fumaça, se desvanecem, e os meus ossos ardem como em fornalha.

4 Ferido como a erva, secou-se o meu coração; até me esqueço de comer o meu pão.

5 Os meus ossos já se apegam à pele, por causa do meu dolorido gemer.

6 Sou como o pelicano no deserto, como a coruja das ruínas.

7 Não durmo e sou como o passarinho solitário nos telhados.

8 Os meus inimigos me insultam a toda hora; furiosos contra mim, praguejam com o meu próprio nome.

9 Por pão tenho comido cinza e misturado com lágrimas a minha bebida, 10 por causa da tua indignação e da tua ira, porque me elevaste e depois me abateste.

11 Como a sombra que declina, assim os meus dias, e eu me vou secando como a relva.

12 Tu, porém, SENHOR, permaneces para sempre, e a memória do teu nome, de geração em geração.

13 Levantar-te-ás e terás piedade de Sião; é tempo de te compadeceres dela, e já é vinda a sua hora; 14 porque os teus servos amam até as pedras de Sião e se condoem do seu pó.

15 Todas as nações temerão o nome do SENHOR, e todos os reis da terra, a sua glória; 16 porque o SENHOR edificou a Sião, apareceu na sua glória, 17 atendeu à oração do desamparado e não lhe desdenhou as preces.

18 Ficará isto registrado para a geração futura, e um povo, que há de ser criado, louvará ao SENHOR; 19 que o SENHOR, do alto do seu santuário, desde os céus, baixou vistas à terra, 20 para ouvir o gemido dos cativos e libertar os condenados à morte, 21 a fim de que seja anunciado em Sião o nome do SENHOR e o seu louvor, em Jerusalém, 22 quando se reunirem os povos e os reinos, para servirem ao SENHOR.

23 Ele me abateu a força no caminho e me abreviou os dias.

24 Dizia eu: Deus meu, não me leves na metade de minha vida; tu, cujos anos se estendem por todas as gerações.

25 Em tempos remotos, lançaste os fundamentos da terra; e os céus são obra das tuas mãos.

26 Eles perecerão, mas tu permaneces; todos eles envelhecerão como uma veste, como roupa os mudarás, e serão mudados.

27 Tu, porém, és sempre o mesmo, e os teus anos jamais terão fim.

28 Os filhos dos teus servos habitarão seguros, e diante de ti se estabelecerá a sua descendência.


The Bible Project Reading Plan

Parte XIV

Jesus e o Reino de Deus

Atos dos Apóstolos

Capítulo 23

Paulo perante o Sinédrio

1 Fitando Paulo os olhos no Sinédrio, disse: Varões, irmãos, tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência até ao dia de hoje. 2 Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam perto dele que lhe batessem na boca. 3 Então, lhe disse Paulo: Deus há de ferir-te, parede branqueada! Tu estás aí sentado para julgar-me segundo a lei e, contra a lei, mandas agredir-me? 4 Os que estavam a seu lado disseram: Estás injuriando o sumo sacerdote de Deus? 5 Respondeu Paulo: Não sabia, irmãos, que ele é sumo sacerdote; porque está escrito:

Não falarás mal de uma autoridade do teu povo.

6 Sabendo Paulo que uma parte do Sinédrio se compunha de saduceus e outra, de fariseus, exclamou: Varões, irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus! No tocante à esperança e à ressurreição dos mortos sou julgado! 7 Ditas estas palavras, levantou-se grande dissensão entre fariseus e saduceus, e a multidão se dividiu. 8 Pois os saduceus declaram não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito; ao passo que os fariseus admitem todas essas coisas. 9 Houve, pois, grande vozearia. E, levantando-se alguns escribas da parte dos fariseus, contendiam, dizendo: Não achamos neste homem mal algum; e será que algum espírito ou anjo lhe tenha falado? 10 Tomando vulto a celeuma, temendo o comandante que fosse Paulo espedaçado por eles, mandou descer a guarda para que o retirassem dali e o levassem para a fortaleza.

O Senhor aparece a Paulo

11 Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma.

A cilada dos judeus

12 Quando amanheceu, os judeus se reuniram e, sob anátema, juraram que não haviam de comer, nem beber, enquanto não matassem Paulo. 13 Eram mais de quarenta os que entraram nesta conspirata. 14 Estes, indo ter com os principais sacerdotes e os anciãos, disseram: Juramos, sob pena de anátema, não comer coisa alguma, enquanto não matarmos Paulo. 15 Agora, pois, notificai ao comandante, juntamente com o Sinédrio, que vo-lo apresente como se estivésseis para investigar mais acuradamente a sua causa; e nós, antes que ele chegue, estaremos prontos para assassiná-lo.

16 Mas o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido a trama, foi, entrou na fortaleza e de tudo avisou a Paulo. 17 Então, este, chamando um dos centuriões, disse: Leva este rapaz ao comandante, porque tem alguma coisa a comunicar-lhe. 18 Tomando-o, pois, levou-o ao comandante, dizendo: O preso Paulo, chamando-me, pediu-me que trouxesse à tua presença este rapaz, pois tem algo que dizer-te. 19 Tomou-o pela mão o comandante e, pondo-se à parte, perguntou-lhe: Que tens a comunicar-me? 20 Respondeu ele: Os judeus decidiram rogar-te que, amanhã, apresentes Paulo ao Sinédrio, como se houvesse de inquirir mais acuradamente a seu respeito. 21 Tu, pois, não te deixes persuadir, porque mais de quarenta entre eles estão pactuados entre si, sob anátema, de não comer, nem beber, enquanto não o matarem; e, agora, estão prontos, esperando a tua promessa. 22 Então, o comandante despediu o rapaz, recomendando-lhe que a ninguém dissesse ter-lhe trazido estas informações. 23 Chamando dois centuriões, ordenou: Tende de prontidão, desde a hora terceira da noite, duzentos soldados, setenta de cavalaria e duzentos lanceiros para irem até Cesareia; 24 preparai também animais para fazer Paulo montar e ir com segurança ao governador Félix. 25 E o comandante escreveu uma carta nestes termos:

A carta de Cláudio a Félix

26 Cláudio Lísias ao excelentíssimo governador Félix, saúde. 27 Este homem foi preso pelos judeus e estava prestes a ser morto por eles, quando eu, sobrevindo com a guarda, o livrei, por saber que ele era romano. 28 Querendo certificar-me do motivo por que o acusavam, fi-lo descer ao Sinédrio deles; 29 verifiquei ser ele acusado de coisas referentes à lei que os rege, nada, porém, que justificasse morte ou mesmo prisão. 30 Sendo eu informado de que ia haver uma cilada contra o homem, tratei de enviá-lo a ti, sem demora, intimando também os acusadores a irem dizer, na tua presença, o que há contra ele. [Saúde.]

Paulo no pretório de Herodes

31 Os soldados, pois, conforme lhes foi ordenado, tomaram Paulo e, durante a noite, o conduziram até Antipátride; 32 no dia seguinte, voltaram para a fortaleza, tendo deixado aos de cavalaria o irem com ele; 33 os quais, chegando a Cesareia, entregaram a carta ao governador e também lhe apresentaram Paulo. 34 Lida a carta, perguntou o governador de que província ele era; e, quando soube que era da Cilícia, 35 disse: Ouvir-te-ei quando chegarem os teus acusadores. E mandou que ele fosse detido no pretório de Herodes.

Capítulo 24

Ananias e Tértulo acusam Paulo perante Félix

1 Cinco dias depois, desceu o sumo sacerdote, Ananias, com alguns anciãos e com certo orador, chamado Tértulo, os quais apresentaram ao governador libelo contra Paulo. 2 Sendo este chamado, passou Tértulo a acusá-lo, dizendo: Excelentíssimo Félix, tendo nós, por teu intermédio, gozado de paz perene, e, também por teu providente cuidado, se terem feito notáveis reformas em benefício deste povo, 3 sempre e por toda parte, isto reconhecemos com toda a gratidão. 4 Entretanto, para não te deter por longo tempo, rogo-te que, de conformidade com a tua clemência, nos atendas por um pouco. 5 Porque, tendo nós verificado que este homem é uma peste e promove sedições entre os judeus esparsos por todo o mundo, sendo também o principal agitador da seita dos nazarenos, 6 o qual também tentou profanar o templo, nós o prendemos [com o intuito de julgá-lo segundo a nossa lei. 7 Mas, sobrevindo o comandante Lísias, o arrebatou das nossas mãos com grande violência, 8 ordenando que os seus acusadores viessem à tua presença]. Tu mesmo, examinando-o, poderás tomar conhecimento de todas as coisas de que nós o acusamos. 9 Os judeus também concordaram na acusação, afirmando que estas coisas eram assim.

Paulo apresenta a sua defesa

10 Paulo, tendo-lhe o governador feito sinal que falasse, respondeu: Sabendo que há muitos anos és juiz desta nação, sinto-me à vontade para me defender, 11 visto poderes verificar que não há mais de doze dias desde que subi a Jerusalém para adorar; 12 e que não me acharam no templo discutindo com alguém, nem tampouco amotinando o povo, fosse nas sinagogas ou na cidade; 13 nem te podem provar as acusações que, agora, fazem contra mim. 14 Porém confesso-te que, segundo o Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a lei e nos escritos dos profetas, 15 tendo esperança em Deus, como também estes a têm, de que haverá ressurreição, tanto de justos como de injustos. 16 Por isso, também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens. 17 Depois de anos, vim trazer esmolas à minha nação e também fazer oferendas, 18 e foi nesta prática que alguns judeus da Ásia me encontraram já purificado no templo, sem ajuntamento e sem tumulto, 19 os quais deviam comparecer diante de ti e acusar, se tivessem alguma coisa contra mim. 20 Ou estes mesmos digam que iniquidade acharam em mim, por ocasião do meu comparecimento perante o Sinédrio, 21 salvo estas palavras que clamei, estando entre eles: hoje, sou eu julgado por vós acerca da ressurreição dos mortos.

Paulo perante Félix e Drusila

22 Então, Félix, conhecendo mais acuradamente as coisas com respeito ao Caminho, adiou a causa, dizendo: Quando descer o comandante Lísias, tomarei inteiro conhecimento do vosso caso. 23 E mandou ao centurião que conservasse a Paulo detido, tratando-o com indulgência e não impedindo que os seus próprios o servissem. 24 Passados alguns dias, vindo Félix com Drusila, sua mulher, que era judia, mandou chamar Paulo e passou a ouvi-lo a respeito da fé em Cristo Jesus. 25 Dissertando ele acerca da justiça, do domínio próprio e do Juízo vindouro, ficou Félix amedrontado e disse: Por agora, podes retirar-te, e, quando eu tiver vagar, chamar-te-ei; 26 esperando também, ao mesmo tempo, que Paulo lhe desse dinheiro; pelo que, chamando-o mais frequentemente, conversava com ele. 27 Dois anos mais tarde, Félix teve por sucessor Pórcio Festo; e, querendo Félix assegurar o apoio dos judeus, manteve Paulo encarcerado.