Leitura Diária da Bíblia

10 de outubro, dia 283: Lucas, cap. 19 e 20

Tira da prata a escória, e sairá vaso para o ourives; tira o perverso da presença do rei, e o seu trono se firmará na justiça. (Provérbios 25.4-5)

Salmo 88

Lamentação de um atribulado

Cântico. Salmo dos filhos de Corá. Ao mestre de canto. Para ser cantado com cítara. Salmo didático de Hemã, ezraíta

1 Ó SENHOR, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti.

2 Chegue à tua presença a minha oração, inclina os ouvidos ao meu clamor.

3 Pois a minha alma está farta de males, e a minha vida já se abeira da morte.

4 Sou contado com os que baixam à cova; sou como um homem sem força, 5 atirado entre os mortos; como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras; são desamparados de tuas mãos.

6 Puseste-me na mais profunda cova, nos lugares tenebrosos, nos abismos.

7 Sobre mim pesa a tua ira; tu me abates com todas as tuas ondas.

8 Apartaste de mim os meus conhecidos e me fizeste objeto de abominação para com eles; estou preso e não vejo como sair.

9 Os meus olhos desfalecem de aflição; dia após dia, venho clamando a ti, SENHOR, e te levanto as minhas mãos.

10 Mostrarás tu prodígios aos mortos ou os finados se levantarão para te louvar?

11 Será referida a tua bondade na sepultura? A tua fidelidade, nos abismos?

12 Acaso, nas trevas se manifestam as tuas maravilhas? E a tua justiça, na terra do esquecimento?

13 Mas eu, SENHOR, clamo a ti por socorro, e antemanhã já se antecipa diante de ti a minha oração.

14 Por que rejeitas, SENHOR, a minha alma e ocultas de mim o rosto?

15 Ando aflito e prestes a expirar desde moço; sob o peso dos teus terrores, estou desorientado.

16 Por sobre mim passaram as tuas iras, os teus terrores deram cabo de mim.

17 Eles me rodeiam como água, de contínuo; a um tempo me circundam.

18 Para longe de mim afastaste amigo e companheiro; os meus conhecidos são trevas.


The Bible Project Reading Plan

Parte XIV

Jesus e o Reino de Deus

O Evangelho de Lucas

Capítulo 19

Zaqueu, o publicano

1 Entrando em Jericó, atravessava Jesus a cidade. 2 Eis que um homem, chamado Zaqueu, maioral dos publicanos e rico, 3 procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, por ser ele de pequena estatura. 4 Então, correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque por ali havia de passar. 5 Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa. 6 Ele desceu a toda a pressa e o recebeu com alegria. 7 Todos os que viram isto murmuravam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador. 8 Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. 9 Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão. 10 Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.

A parábola das dez minas

11 Ouvindo eles estas coisas, Jesus propôs uma parábola, visto estar perto de Jerusalém e lhes parecer que o reino de Deus havia de manifestar-se imediatamente. 12 Então, disse: Certo homem nobre partiu para uma terra distante, com o fim de tomar posse de um reino e voltar. 13 Chamou dez servos seus, confiou-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu volte. 14 Mas os seus concidadãos o odiavam e enviaram após ele uma embaixada, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós. 15 Quando ele voltou, depois de haver tomado posse do reino, mandou chamar os servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber que negócio cada um teria conseguido. 16 Compareceu o primeiro e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez. 17 Respondeu-lhe o senhor: Muito bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades. 18 Veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco. 19 A este disse: Terás autoridade sobre cinco cidades. 20 Veio, então, outro, dizendo: Eis aqui, senhor, a tua mina, que eu guardei embrulhada num lenço. 21 Pois tive medo de ti, que és homem rigoroso; tiras o que não puseste e ceifas o que não semeaste. 22 Respondeu-lhe: Servo mau, por tua própria boca te condenarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tiro o que não pus e ceifo o que não semeei; 23 por que não puseste o meu dinheiro no banco? E, então, na minha vinda, o receberia com juros. 24 E disse aos que o assistiam: Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem as dez. 25 Eles ponderaram: Senhor, ele já tem dez. 26 Pois eu vos declaro: a todo o que tem dar-se-lhe-á; mas ao que não tem, o que tem lhe será tirado. 27 Quanto, porém, a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e executai-os na minha presença.

A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém

Mt 21.1-11; Mc 11.1-11; Jo 12.12-19

28 E, dito isto, prosseguia Jesus subindo para Jerusalém. 29 Ora, aconteceu que, ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, enviou dois de seus discípulos, 30 dizendo-lhes: Ide à aldeia fronteira e ali, ao entrardes, achareis preso um jumentinho que jamais homem algum montou; soltai-o e trazei-o. 31 Se alguém vos perguntar: Por que o soltais? Respondereis assim: Porque o Senhor precisa dele. 32 E, indo os que foram mandados, acharam segundo lhes dissera Jesus. 33 Quando eles estavam soltando o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que o soltais? 34 Responderam: Porque o Senhor precisa dele. 35 Então, o trouxeram e, pondo as suas vestes sobre ele, ajudaram Jesus a montar. 36 Indo ele, estendiam no caminho as suas vestes. 37 E, quando se aproximava da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos passou, jubilosa, a louvar a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinham visto, 38 dizendo: Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas! 39 Ora, alguns dos fariseus lhe disseram em meio à multidão: Mestre, repreende os teus discípulos! 40 Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão.

Jesus chora à vista de Jerusalém

41 Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou 42 e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos. 43 Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; 44 e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação.

A purificação do templo

Mt 21.12-17; Mc 11.15-19

45 Depois, entrando no templo, expulsou os que ali vendiam, 46 dizendo-lhes: Está escrito:

A minha casa será casa de oração.

Mas vós a transformastes em covil de salteadores.

Jesus expulsa os vendilhões do templo

O Mestre ensina no templo

47 Diariamente, Jesus ensinava no templo; mas os principais sacerdotes, os escribas e os maiorais do povo procuravam eliminá-lo; 48 contudo, não atinavam em como fazê-lo, porque todo o povo, ao ouvi-lo, ficava dominado por ele.

Capítulo 20

A autoridade de Jesus e o batismo de João

Mt 21.23-27; Mc 11.27-33

1 Aconteceu que, num daqueles dias, estando Jesus a ensinar o povo no templo e a evangelizar, sobrevieram os principais sacerdotes e os escribas, juntamente com os anciãos, 2 e o arguiram nestes termos: Dize-nos: com que autoridade fazes estas coisas? Ou quem te deu esta autoridade? 3 Respondeu-lhes: Também eu vos farei uma pergunta; dizei-me: 4 o batismo de João era dos céus ou dos homens? 5 Então, eles arrazoavam entre si: Se dissermos: do céu, ele dirá: Por que não acreditastes nele? 6 Mas, se dissermos: dos homens, o povo todo nos apedrejará; porque está convicto de ser João um profeta. 7 Por fim, responderam que não sabiam. 8 Então, Jesus lhes replicou: Pois nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.

A parábola dos lavradores maus

Mt 21.33-46; Mc 12.1-12

9 A seguir, passou Jesus a proferir ao povo esta parábola: Certo homem plantou uma vinha, arrendou-a a lavradores e ausentou-se do país por prazo considerável. 10 No devido tempo, mandou um servo aos lavradores para que lhe dessem do fruto da vinha; os lavradores, porém, depois de o espancarem, o despacharam vazio. 11 Em vista disso, enviou-lhes outro servo; mas eles também a este espancaram e, depois de o ultrajarem, o despacharam vazio. 12 Mandou ainda um terceiro; também a este, depois de o ferirem, expulsaram. 13 Então, disse o dono da vinha: Que farei? Enviarei o meu filho amado; talvez o respeitem. 14 Vendo-o, porém, os lavradores, arrazoavam entre si, dizendo: Este é o herdeiro; matemo-lo, para que a herança venha a ser nossa. 15 E, lançando-o fora da vinha, o mataram. Que lhes fará, pois, o dono da vinha? 16 Virá, exterminará aqueles lavradores e passará a vinha a outros. Ao ouvirem isto, disseram: Tal não aconteça! 17 Mas Jesus, fitando-os, disse: Que quer dizer, pois, o que está escrito:

A pedra que os construtores rejeitaram, esta veio a ser a principal pedra, angular?

18 Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.

A questão do tributo

Mt 22.15-22; Mc 12.13-17

19 Naquela mesma hora, os escribas e os principais sacerdotes procuravam lançar-lhe as mãos, pois perceberam que, em referência a eles, dissera esta parábola; mas temiam o povo. 20 Observando-o, subornaram emissários que se fingiam de justos para verem se o apanhavam em alguma palavra, a fim de entregá-lo à jurisdição e à autoridade do governador. 21 Então, o consultaram, dizendo: Mestre, sabemos que falas e ensinas retamente e não te deixas levar de respeitos humanos, porém ensinas o caminho de Deus segundo a verdade; 22 é lícito pagar tributo a César ou não? 23 Mas Jesus, percebendo-lhes o ardil, respondeu: 24 Mostrai-me um denário. De quem é a efígie e a inscrição? Prontamente disseram: De César. Então, lhes recomendou Jesus: 25 Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. 26 Não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, admirados da sua resposta, calaram-se.

Os saduceus e a ressurreição

Mt 22.23-33; Mc 12.18-27

27 Chegando alguns dos saduceus, homens que dizem não haver ressurreição, 28 perguntaram-lhe: Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se morrer o irmão de alguém, sendo aquele casado e não deixando filhos, seu irmão deve casar com a viúva e suscitar descendência ao falecido. 29 Ora, havia sete irmãos: o primeiro casou e morreu sem filhos; 30 o segundo e o terceiro também desposaram a viúva; 31 igualmente os sete não tiveram filhos e morreram. 32 Por fim, morreu também a mulher. 33 Esta mulher, pois, no dia da ressurreição, de qual deles será esposa? Porque os sete a desposaram. 34 Então, lhes acrescentou Jesus: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento; 35 mas os que são havidos por dignos de alcançar a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos não casam, nem se dão em casamento. 36 Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição. 37 E que os mortos hão de ressuscitar, Moisés o indicou no trecho referente à sarça, quando chama ao Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. 38 Ora, Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele todos vivem. 39 Então, disseram alguns dos escribas: Mestre, respondeste bem! 40 Dali por diante, não ousaram mais interrogá-lo.

O Cristo, filho de Davi

Mt 22.41-46; Mc 12.35-37

41 Mas Jesus lhes perguntou: Como podem dizer que o Cristo é filho de Davi? 42 Visto como o próprio Davi afirma no livro dos Salmos:

Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita,

43 até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés.

44 Assim, pois, Davi lhe chama Senhor, e como pode ser ele seu filho?

Jesus censura os escribas

Mt 23.1-12; Mc 12.38-40

45 Ouvindo-o todo o povo, recomendou Jesus a seus discípulos: 46 Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes talares e muito apreciam as saudações nas praças, as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes; 47 os quais devoram as casas das viúvas e, para o justificar, fazem longas orações; estes sofrerão juízo muito mais severo.