30 de setembro, dia 273: João, cap. 18 a 21
Não te ponhas de emboscada, ó perverso, contra a habitação do justo, nem assoles o lugar do seu repouso, porque sete vezes cairá o justo e se levantará; mas os perversos são derribados pela calamidade. (Provérbios 24.15-16)
Salmo didático de Asafe
1 Escutai, povo meu, a minha lei; prestai ouvidos às palavras da minha boca.
2 Abrirei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos.
3 O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, 4 não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez.
5 Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos, 6 a fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes; 7 para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos; 8 e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus.
9 Os filhos de Efraim, embora armados de arco, bateram em retirada no dia do combate.
10 Não guardaram a aliança de Deus, não quiseram andar na sua lei; 11 esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes mostrara.
12 Prodígios fez na presença de seus pais na terra do Egito, no campo de Zoã.
13 Dividiu o mar e fê-los seguir; aprumou as águas como num dique.
14 Guiou-os de dia com uma nuvem e durante a noite com um clarão de fogo.
15 No deserto, fendeu rochas e lhes deu a beber abundantemente como de abismos.
16 Da pedra fez brotar torrentes, fez manar água como rios.
17 Mas, ainda assim, prosseguiram em pecar contra ele e se rebelaram, no deserto, contra o Altíssimo.
18 Tentaram a Deus no seu coração, pedindo alimento que lhes fosse do gosto.
19 Falaram contra Deus, dizendo: Pode, acaso, Deus preparar-nos mesa no deserto?
20 Com efeito, feriu ele a rocha, e dela manaram águas, transbordaram caudais. Pode ele dar-nos pão também? Ou fornecer carne para o seu povo?
21 Ouvindo isto, o SENHOR ficou indignado; acendeu-se fogo contra Jacó, e também se levantou o seu furor contra Israel; 22 porque não creram em Deus, nem confiaram na sua salvação. 23 Nada obstante, ordenou às alturas e abriu as portas dos céus; 24 fez chover maná sobre eles, para alimentá-los, e lhes deu cereal do céu.
25 Comeu cada qual o pão dos anjos; enviou-lhes ele comida a fartar.
26 Fez soprar no céu o vento do Oriente e pelo seu poder conduziu o vento do Sul.
27 Também fez chover sobre eles carne como poeira e voláteis como areia dos mares.
28 Fê-los cair no meio do arraial deles, ao redor de suas tendas.
29 Então, comeram e se fartaram a valer; pois lhes fez o que desejavam.
30 Porém não reprimiram o apetite. Tinham ainda na boca o alimento, 31 quando se elevou contra eles a ira de Deus, e entre os seus mais robustos semeou a morte, e prostrou os jovens de Israel. 32 Sem embargo disso, continuaram a pecar e não creram nas suas maravilhas.
33 Por isso, ele fez que os seus dias se dissipassem num sopro e os seus anos, em súbito terror.
34 Quando os fazia morrer, então, o buscavam; arrependidos, procuravam a Deus.
35 Lembravam-se de que Deus era a sua rocha e o Deus Altíssimo, o seu redentor.
36 Lisonjeavam-no, porém de boca, e com a língua lhe mentiam.
37 Porque o coração deles não era firme para com ele, nem foram fiéis à sua aliança.
38 Ele, porém, que é misericordioso, perdoa a iniquidade e não destrói; antes, muitas vezes desvia a sua ira e não dá largas a toda a sua indignação.
39 Lembra-se de que eles são carne, vento que passa e já não volta.
40 Quantas vezes se rebelaram contra ele no deserto e na solidão o provocaram!
41 Tornaram a tentar a Deus, agravaram o Santo de Israel.
42 Não se lembraram do poder dele, nem do dia em que os resgatou do adversário; 43 de como no Egito operou ele os seus sinais e os seus prodígios, no campo de Zoã; 44 e converteu em sangue os rios deles, para que das suas correntes não bebessem.
45 Enviou contra eles enxames de moscas que os devorassem e rãs que os destruíssem.
46 Entregou às larvas as suas colheitas e aos gafanhotos, o fruto do seu trabalho.
47 Com chuvas de pedra lhes destruiu as vinhas e os seus sicômoros, com geada.
48 Entregou à saraiva o gado deles e aos raios, os seus rebanhos.
49 Lançou contra eles o furor da sua ira: cólera, indignação e calamidade, legião de anjos portadores de males.
50 Deu livre curso à sua ira; não poupou da morte a alma deles, mas entregou-lhes a vida à pestilência.
51 Feriu todos os primogênitos no Egito, as primícias da virilidade nas tendas de Cam.
52 Fez sair o seu povo como ovelhas e o guiou pelo deserto, como um rebanho.
53 Dirigiu-o com segurança, e não temeram, ao passo que o mar submergiu os seus inimigos.
54 Levou-os até à sua terra santa, até ao monte que a sua destra adquiriu.
55 Da presença deles expulsou as nações, cuja região repartiu com eles por herança; e nas suas tendas fez habitar as tribos de Israel.
56 Ainda assim, tentaram o Deus Altíssimo, e a ele resistiram, e não lhe guardaram os testemunhos.
57 Tornaram atrás e se portaram aleivosamente como seus pais; desviaram-se como um arco enganoso.
58 Pois o provocaram com os seus altos e o incitaram a zelos com as suas imagens de escultura.
59 Deus ouviu isso, e se indignou, e sobremodo se aborreceu de Israel.
60 Por isso, abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda de sua morada entre os homens, 61 e passou a arca da sua força ao cativeiro, e a sua glória, à mão do adversário.
62 Entregou o seu povo à espada e se encolerizou contra a sua própria herança.
63 O fogo devorou os jovens deles, e as suas donzelas não tiveram canto nupcial.
64 Os seus sacerdotes caíram à espada, e as suas viúvas não fizeram lamentações.
65 Então, o Senhor despertou como de um sono, como um valente que grita excitado pelo vinho; 66 fez recuar a golpes os seus adversários e lhes cominou perpétuo desprezo.
67 Além disso, rejeitou a tenda de José e não elegeu a tribo de Efraim.
68 Escolheu, antes, a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava.
69 E construiu o seu santuário durável como os céus e firme como a terra que fundou para sempre.
70 Também escolheu a Davi, seu servo, e o tomou dos redis das ovelhas; 71 tirou-o do cuidado das ovelhas e suas crias, para ser o pastor de Jacó, seu povo, e de Israel, sua herança.
72 E ele os apascentou consoante a integridade do seu coração e os dirigiu com mãos precavidas.
Parte XIV
Jesus e o Reino de Deus
Mt 27.1-2; Mc 15.1; Lc 23.1
28 Depois, levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório. Era cedo de manhã. Eles não entraram no pretório para não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa. 29 Então, Pilatos saiu para lhes falar e lhes disse: Que acusação trazeis contra este homem? 30 Responderam-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos. 31 Replicou-lhes, pois, Pilatos: Tomai-o vós outros e julgai-o segundo a vossa lei. Responderam-lhe os judeus: A nós não nos é lícito matar ninguém; 32 para que se cumprisse a palavra de Jesus, significando o modo por que havia de morrer.
Mt 27.11-26; Mc 15.1-15; Lc 23.1-7,13-25
33 Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? 34 Respondeu Jesus: Vem de ti mesmo esta pergunta ou to disseram outros a meu respeito? 35 Replicou Pilatos: Porventura, sou judeu? A tua própria gente e os principais sacerdotes é que te entregaram a mim. Que fizeste? 36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. 37 Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. 38 Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade?
Tendo dito isto, voltou aos judeus e lhes disse: Eu não acho nele crime algum. 39 É costume entre vós que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? 40 Então, gritaram todos, novamente: Não este, mas Barrabás! Ora, Barrabás era salteador.
1 Então, por isso, Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo. 2 Os soldados, tendo tecido uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e vestiram-no com um manto de púrpura. 3 Chegavam-se a ele e diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas.
Jesus açoitado
A coroa de espinhos
4 Outra vez saiu Pilatos e lhes disse: Eis que eu vo-lo apresento, para que saibais que eu não acho nele crime algum. 5 Saiu, pois, Jesus trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: Eis o homem! 6 Ao verem-no, os principais sacerdotes e os seus guardas gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós outros e crucificai-o; porque eu não acho nele crime algum. 7 Responderam-lhe os judeus: Temos uma lei, e, de conformidade com a lei, ele deve morrer, porque a si mesmo se fez Filho de Deus. 8 Pilatos, ouvindo tal declaração, ainda mais atemorizado ficou, 9 e, tornando a entrar no pretório, perguntou a Jesus: Donde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. 10 Então, Pilatos o advertiu: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar? 11 Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti maior pecado tem.
12 A partir deste momento, Pilatos procurava soltá-lo, mas os judeus clamavam: Se soltas a este, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei é contra César! 13 Ouvindo Pilatos estas palavras, trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Pavimento, no hebraico Gabatá. 14 E era a parasceve pascal, cerca da hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso rei. 15 Eles, porém, clamavam: Fora! Fora! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César! 16 Então, Pilatos o entregou para ser crucificado.
Jesus apresentado ao povo
Mt 27.33-44; Mc 15.22-32; Lc 23.33-43
17 Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico, 18 onde o crucificaram e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. 19 Pilatos escreveu também um título e o colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus. 20 Muitos judeus leram este título, porque o lugar em que Jesus fora crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego. 21 Os principais sacerdotes diziam a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, e sim que ele disse: Sou o rei dos judeus. 22 Respondeu Pilatos: O que escrevi escrevi.
Jesus é pregado à cruz
23 Os soldados, pois, quando crucificaram Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte; e pegaram também a túnica. A túnica, porém, era sem costura, toda tecida de alto a baixo. 24 Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela para ver a quem caberá — para se cumprir a Escritura:
Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes.
Assim, pois, o fizeram os soldados.
25 E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. 26 Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. 27 Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa.
Mt 27.45-56; Mc 15.33-41; Lc 23.44-49
28 Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! 29 Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo, lha chegaram à boca. 30 Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.
31 Então, os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação, pois era grande o dia daquele sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. 32 Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele tinham sido crucificados; 33 chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. 34 Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35 Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais. 36 E isto aconteceu para se cumprir a Escritura:
Nenhum dos seus ossos será quebrado.
37 E outra vez diz a Escritura:
Eles verão aquele a quem traspassaram.
Mt 27.57-61; Mc 15.42-47; Lc 23.50-56
38 Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, ainda que ocultamente pelo receio que tinha dos judeus, rogou a Pilatos lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. Pilatos lho permitiu. Então, foi José de Arimateia e retirou o corpo de Jesus. 39 E também Nicodemos, aquele que anteriormente viera ter com Jesus à noite, foi, levando cerca de cem libras de um composto de mirra e aloés. 40 Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com os aromas, como é de uso entre os judeus na preparação para o sepulcro. 41 No lugar onde Jesus fora crucificado, havia um jardim, e neste, um sepulcro novo, no qual ninguém tinha sido ainda posto. 42 Ali, pois, por causa da preparação dos judeus e por estar perto o túmulo, depositaram o corpo de Jesus.
O corpo de Jesus
O sepultamento de Jesus
Mt 28.1-10; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12
1 No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra estava revolvida. 2 Então, correu e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram. 3 Saiu, pois, Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro. 4 Ambos corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro; 5 e, abaixando-se, viu os lençóis de linho; todavia, não entrou. 6 Então, Simão Pedro, seguindo-o, chegou e entrou no sepulcro. Ele também viu os lençóis, 7 e o lenço que estivera sobre a cabeça de Jesus, e que não estava com os lençóis, mas deixado num lugar à parte. 8 Então, entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. 9 Pois ainda não tinham compreendido a Escritura, que era necessário ressuscitar ele dentre os mortos. 10 E voltaram os discípulos outra vez para casa.
Mc 16.9-11
11 Maria, entretanto, permanecia junto à entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se, e olhou para dentro do túmulo, 12 e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um à cabeceira e outro aos pés. 13 Então, eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela lhes respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. 14 Tendo dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Jesus. 15 Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. 16 Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Raboni (que quer dizer Mestre)! 17 Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus. 18 Então, saiu Maria Madalena anunciando aos discípulos: Vi o Senhor! E contava que ele lhe dissera estas coisas.
Lc 24.36-43
19 Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! 20 E, dizendo isto, lhes mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem o Senhor. 21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. 22 E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. 23 Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos.
24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25 Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei.
26 Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! 27 E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. 28 Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu! 29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.
30 Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. 31 Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
1 Depois disto, tornou Jesus a manifestar-se aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e foi assim que ele se manifestou: 2 estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois dos seus discípulos. 3 Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Disseram-lhe os outros: Também nós vamos contigo. Saíram, e entraram no barco, e, naquela noite, nada apanharam.
4 Mas, ao clarear da madrugada, estava Jesus na praia; todavia, os discípulos não reconheceram que era ele. 5 Perguntou-lhes Jesus: Filhos, tendes aí alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não. 6 Então, lhes disse: Lançai a rede à direita do barco e achareis. Assim fizeram e já não podiam puxar a rede, tão grande era a quantidade de peixes. 7 Aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: É o Senhor! Simão Pedro, ouvindo que era o Senhor, cingiu-se com sua veste, porque se havia despido, e lançou-se ao mar; 8 mas os outros discípulos vieram no barquinho puxando a rede com os peixes; porque não estavam distantes da terra senão quase duzentos côvados.
9 Ao saltarem em terra, viram ali umas brasas e, em cima, peixes; e havia também pão. 10 Disse-lhes Jesus: Trazei alguns dos peixes que acabastes de apanhar. 11 Simão Pedro entrou no barco e arrastou a rede para a terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, não obstante serem tantos, a rede não se rompeu. 12 Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? Porque sabiam que era o Senhor. 13 Veio Jesus, tomou o pão, e lhes deu, e, de igual modo, o peixe. 14 E já era esta a terceira vez que Jesus se manifestava aos discípulos, depois de ressuscitado dentre os mortos.
A aparição de Jesus e a pesca miraculosa
15 Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros. 16 Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. 17 Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas. 18 Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. 19 Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois de assim falar, acrescentou-lhe: Segue-me. 20 Então, Pedro, voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o traidor? 21 Vendo-o, pois, Pedro perguntou a Jesus: E quanto a este? 22 Respondeu-lhe Jesus: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me. 23 Então, se tornou corrente entre os irmãos o dito de que aquele discípulo não morreria. Ora, Jesus não dissera que tal discípulo não morreria, mas: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?
24 Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
25 Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.