Leitura Diária da Bíblia

14 de setembro, dia 257: Marcos, cap. 1 e 2

Não removas os marcos antigos, nem entres nos campos dos órfãos, porque o seu Vingador é forte e lhes pleiteará a causa contra ti. (Provérbios 23.10-11)

Salmo 62

Exortação à confiança

Ao mestre de canto. Segundo a melodia de Jedutum. De Davi

1 Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa; dele vem a minha salvação.

2 Só ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei muito abalado.

3 Até quando acometereis vós a um homem, todos vós, para o derribardes, como se fosse uma parede pendida ou um muro prestes a cair?

4 Só pensam em derribá-lo da sua dignidade; na mentira se comprazem; de boca bendizem, porém no interior maldizem.

5 Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha esperança.

6 Só ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei jamais abalado.

7 De Deus dependem a minha salvação e a minha glória; estão em Deus a minha forte rocha e o meu refúgio.

8 Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio.

9 Somente vaidade são os homens plebeus; falsidade, os de fina estirpe; pesados em balança, eles juntos são mais leves que a vaidade.

10 Não confieis naquilo que extorquis, nem vos vanglorieis na rapina; se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração.

11 Uma vez falou Deus, duas vezes ouvi isto: Que o poder pertence a Deus, 12 e a ti, Senhor, pertence a graça, pois a cada um retribuis segundo as suas obras.


The Bible Project Reading Plan

Parte XIV

Jesus e o Reino de Deus

O Evangelho de Marcos

Introdução

O Evangelho de Marcos, considerado o mais antigo de todos os Evangelhos, anuncia a boa notícia a respeito de Jesus Cristo, dando atenção especial à sua atividade constante e à sua autoridade. Jesus vai de um lugar para outro, anunciando a vinda do Reino de Deus, ensinando multidões, fazendo milagres e curando doentes. Para ajudá-lo, ele escolhe doze homens, a quem chama de "apóstolos". Estes acompanham Jesus por toda parte, aprendem o mistério do Reino de Deus e depois saem para anunciar a mensagem da salvação e curar pessoas.

A autoridade de Jesus vem de Deus. Ele é o Filho do Homem, aquele que Deus escolheu e enviou para ser o Salvador de todos (10.45). Portanto, ele tem autoridade para expulsar demônios, curar doentes e perdoar pecados.

Este Evangelho começa com o batismo de Jesus no rio Jordão por João Batista (1.9-11) e termina com a ressurreição de Jesus (16.1-8).

Esquema do conteúdo

Prólogo

Pregação de João Batista (1.1-8)

Começo do ministério de Jesus (1.9-15)

1. Jesus, o Messias

a. Atividades e ensinamentos de Jesus (1.16—3.12)

b. Proclamação do Reino de Deus (3.13— 6.6)

c. Jesus se revela como o Messias (6.7— 8.30)

2. Jesus, o Filho do Homem

a. Jesus anuncia a sua morte (8.31— 11.11)

b. Atividades de Jesus em Jerusalém (11.12—13.37)

c. Paixão, morte e ressurreição (14.1— 16.20)

Capítulo 1

1 Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.

João Batista

Mt 3.1-6; Lc 3.1-6

2 Conforme está escrito na profecia de Isaías:

Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho;

3 voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas;

4 apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados. 5 Saíam a ter com ele toda a província da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão. 6 As vestes de João eram feitas de pelos de camelo; ele trazia um cinto de couro e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.

João Batista

João dá testemunho de Jesus

Mt 3.11-12; Lc 3.15-17; Jo 1.19-28

7 E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias. 8 Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

O batismo de Jesus

Mt 3.13-17; Lc 3.21-22; Jo 1.32-34

9 Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galileia e por João foi batizado no rio Jordão. 10 Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito descendo como pomba sobre ele. 11 Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.

A tentação de Jesus

Mt 4.1-11; Lc 4.1-13

12 E logo o Espírito o impeliu para o deserto, 13 onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás; estava com as feras, mas os anjos o serviam.

Jesus volta para a Galileia

Mt 4.12-17; Lc 4.14-15

14 Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galileia, pregando o evangelho de Deus, 15 dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.

A vocação de discípulos

Mt 4.18-22; Lc 5.1-11

16 Caminhando junto ao mar da Galileia, viu os irmãos Simão e André, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores. 17 Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 18 Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram. 19 Pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes. 20 E logo os chamou. Deixando eles no barco a seu pai Zebedeu com os empregados, seguiram após Jesus.

A cura de um endemoninhado em Cafarnaum

Lc 4.31-37

21 Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga. 22 Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. 23 Não tardou que aparecesse na sinagoga um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou: 24 Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus! 25 Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai desse homem. 26 Então, o espírito imundo, agitando-o violentamente e bradando em alta voz, saiu dele. 27 Todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si: Que vem a ser isto? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! 28 Então, correu célere a fama de Jesus em todas as direções, por toda a circunvizinhança da Galileia.

A cura da sogra de Pedro

Mt 8.14-15; Lc 4.38-39

29 E, saindo eles da sinagoga, foram, com Tiago e João, diretamente para a casa de Simão e André. 30 A sogra de Simão achava-se acamada, com febre; e logo lhe falaram a respeito dela. 31 Então, aproximando-se, tomou-a pela mão; e a febre a deixou, passando ela a servi-los.

Muitas outras curas

Mt 8.16-17; Lc 4.40-41

32 À tarde, ao cair do sol, trouxeram a Jesus todos os enfermos e endemoninhados. 33 Toda a cidade estava reunida à porta. 34 E ele curou muitos doentes de toda sorte de enfermidades; também expeliu muitos demônios, não lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem ele era.

Jesus se retira para orar

Lc 4.42-44

35 Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava. 36 Procuravam-no diligentemente Simão e os que com ele estavam. 37 Tendo-o encontrado, lhe disseram: Todos te buscam. 38 Jesus, porém, lhes disse: Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que eu pregue também ali, pois para isso é que eu vim. 39 Então, foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expelindo os demônios.

A cura de um leproso

Mt 8.1-4; Lc 5.12-16

40 Aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se quiseres, podes purificar-me. 41 Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo! 42 No mesmo instante, lhe desapareceu a lepra, e ficou limpo. 43 Fazendo-lhe, então, veemente advertência, logo o despediu 44 e lhe disse: Olha, não digas nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para servir de testemunho ao povo. 45 Mas, tendo ele saído, entrou a propalar muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto de não mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer cidade, mas permanecia fora, em lugares ermos; e de toda parte vinham ter com ele.

Capítulo 2

A cura de um paralítico em Cafarnaum

Mt 9.1-8; Lc 5.17-26

1 Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa. 2 Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar; e anunciava-lhes a palavra. 3 Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens. 4 E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o eirado no ponto correspondente ao em que ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o doente. 5 Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados. 6 Mas alguns dos escribas estavam assentados ali e arrazoavam em seu coração: 7 Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus? 8 E Jesus, percebendo logo por seu espírito que eles assim arrazoavam, disse-lhes: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração? 9 Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda? 10 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados — disse ao paralítico: 11 Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. 12 Então, ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, a ponto de se admirarem todos e darem glória a Deus, dizendo: Jamais vimos coisa assim!

A vocação de Levi

Mt 9.9; Lc 5.27-28

13 De novo, saiu Jesus para junto do mar, e toda a multidão vinha ao seu encontro, e ele os ensinava. 14 Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.

Jesus come com pecadores

Mt 9.10-13; Lc 5.29-32

15 Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram em grande número e também o seguiam. 16 Os escribas dos fariseus, vendo-o comer em companhia dos pecadores e publicanos, perguntavam aos discípulos dele: Por que come [e bebe] ele com os publicanos e pecadores? 17 Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.

Do jejum

Mt 9.14-17; Lc 5.33-39

18 Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Vieram alguns e lhe perguntaram: Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam? 19 Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar. 20 Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão. 21 Ninguém costura remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo novo tira parte da veste velha, e fica maior a rotura. 22 Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos.

Jesus é senhor do sábado

Mt 12.1-8; Lc 6.1-5

23 Ora, aconteceu atravessar Jesus, em dia de sábado, as searas, e os discípulos, ao passarem, colhiam espigas. 24 Advertiram-no os fariseus: Vê! Por que fazem o que não é lícito aos sábados? 25 Mas ele lhes respondeu: Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? 26 Como entrou na Casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os quais não é lícito comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam com ele? 27 E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; 28 de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado.

Os discípulos colhem espigas no sábado