1º de setembro, dia 244: Mateus, cap. 1 e 2
O rico domina sobre o pobre, e o que toma emprestado é servo do que empresta. (Provérbios 22.7)
O que semeia a injustiça segará males; e a vara da sua indignação falhará. (Provérbios 22.8)
Ao mestre de canto. Salmo dos filhos de Corá
1 Povos todos, escutai isto; dai ouvidos, moradores todos da terra,
2 tanto plebeus como os de fina estirpe, todos juntamente, ricos e pobres.
3 Os meus lábios falarão sabedoria, e o meu coração terá pensamentos judiciosos.
4 Inclinarei os ouvidos a uma parábola, decifrarei o meu enigma ao som da harpa.
5 Por que hei de eu temer nos dias da tribulação, quando me salteia a iniquidade dos que me perseguem, 6 dos que confiam nos seus bens e na sua muita riqueza se gloriam?
7 Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate
8 (Pois a redenção da alma deles é caríssima, e cessará a tentativa para sempre.), 9 para que continue a viver perpetuamente e não veja a cova; 10 porquanto vê-se morrerem os sábios e perecerem tanto o estulto como o inepto, os quais deixam a outros as suas riquezas.
11 O seu pensamento íntimo é que as suas casas serão perpétuas e, as suas moradas, para todas as gerações; chegam a dar seu próprio nome às suas terras.
12 Todavia, o homem não permanece em sua ostentação; é, antes, como os animais, que perecem.
13 Tal proceder é estultícia deles; assim mesmo os seus seguidores aplaudem o que eles dizem.
14 Como ovelhas são postos na sepultura; a morte é o seu pastor; eles descem diretamente para a cova, onde a sua formosura se consome; a sepultura é o lugar em que habitam.
15 Mas Deus remirá a minha alma do poder da morte, pois ele me tomará para si.
16 Não temas, quando alguém se enriquecer, quando avultar a glória de sua casa; 17 pois, em morrendo, nada levará consigo, a sua glória não o acompanhará.
18 Ainda que durante a vida ele se tenha lisonjeado, e ainda que o louvem quando faz o bem a si mesmo, 19 irá ter com a geração de seus pais, os quais já não verão a luz.
20 O homem, revestido de honrarias, mas sem entendimento, é, antes, como os animais, que perecem.
Parte XIV
Jesus e o Reino de Deus
O Evangelho de Mateus apresenta Jesus como o Messias, o Salvador que Deus tinha prometido enviar ao mundo. O Evangelho começa com a lista dos antepassados de Jesus, ligando-o assim à história do povo de Deus. Jesus é aquele em quem se cumprem as promessas feitas ao rei Davi e a Abraão, o pai do povo escolhido. Em seguida, o autor fala do nascimento de Jesus, citando, passo a passo, textos do Antigo Testamento a fim de provar que Jesus é, de fato, o Messias que Deus enviou (1.23; 2.6; 2.15; 2.18; 2.23).
Neste Evangelho, os fatos da vida de Jesus aparecem na mesma ordem seguida no Evangelho de Marcos. Depois de ser batizado no rio Jordão por João Batista, Jesus é tentado no deserto e em seguida vai para a Galileia, onde ensina multidões, cura doentes e expulsa demônios.
Mateus dá muita importância aos ensinamentos de Jesus e junta muitos deles em cinco grandes discursos: 1) o sermão do monte, em que Jesus fala a respeito do caráter, dos deveres, dos privilégios e do destino daqueles que pertencem ao Reino do Céu (caps. 5—7); 2) instruções dadas aos doze apóstolos para a sua missão de anunciar a vinda do Reino do Céu e de curar os doentes (cap. 10); 3) os segredos do Reino do Céu, apresentados em forma de parábolas (cap. 13); 4) ensinamentos a respeito da Igreja, a nova comunidade composta dos seguidores de Jesus (cap. 18); 5) ensinamentos sobre o fim dos tempos e a vinda do Reino do Céu (caps. 24—25). Além desses cinco discursos, Mateus registra outras palavras de Jesus, como, por exemplo, as condenações que ele faz contra os mestres da Lei e os fariseus (23.1-36).
1. Infância de Jesus
a. Genealogia de Jesus Cristo (1.1-17)
b. Nascimento e infância de Jesus (1.18— 2.23)
2. Começo do ministério de Jesus
a. Pregação de João Batista (3.1-12)
b. Antecedentes do ministério de Jesus (3.13-4.11)
3. Ministério de Jesus na Galileia
a. Começo do ministério (4.12-25)
b. O sermão do monte (5.1—7.29)
c. Atividades de Jesus (8.1—9.38)
d. Instrução dos apóstolos (10.1—11.1)
e. Atividades de Jesus (11.2—12.50)
f. As parábolas do Reino (13.1-58)
4. Ministério de Jesus em diversas regiões
a. Atividades de Jesus (14.1—17.27)
b. Sermão sobre a vida da comunidade (18.1-35)
c. Atividades de Jesus (19.1—20.34)
5. Jesus em Jerusalém: semana da paixão
a. Atividades de Jesus (21.1—23.39)
b. Sermão sobre o final dos tempos (24.1 —25.46)
c. Paixão, morte e ressurreição (26.1— 28.20)
Lc 3.23-38
1 Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2 Abraão gerou a Isaque; Isaque, a Jacó; Jacó, a Judá e a seus irmãos; 3 Judá gerou de Tamar a Perez e a Zera; Perez gerou a Esrom; Esrom, a Arão; 4 Arão gerou a Aminadabe; Aminadabe, a Naassom; Naassom, a Salmom; 5 Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute, gerou a Obede; e Obede, a Jessé; 6 Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias; 7 Salomão gerou a Roboão; Roboão, a Abias; Abias, a Asa; 8 Asa gerou a Josafá; Josafá, a Jorão; Jorão, a Uzias; 9 Uzias gerou a Jotão; Jotão, a Acaz; Acaz, a Ezequias; 10 Ezequias gerou a Manassés; Manassés, a Amom; Amom, a Josias; 11 Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.
12 Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel; 13 Zorobabel gerou a Abiúde; Abiúde, a Eliaquim; Eliaquim, a Azor; 14 Azor gerou a Sadoque; Sadoque, a Aquim; Aquim, a Eliúde; 15 Eliúde gerou a Eleazar; Eleazar, a Matã; Matã, a Jacó. 16 E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo.
17 De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até ao exílio na Babilônia, catorze; e desde o exílio na Babilônia até Cristo, catorze.
Lc 2.1-7
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. 19 Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente. 20 Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. 22 Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta:
23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel
(que quer dizer: Deus conosco). 24 Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. 25 Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.
1 Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. 2 E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo. 3 Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém; 4 então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer. 5 Em Belém da Judeia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta:
6 E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel.
7 Com isto, Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles com precisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera. 8 E, enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do menino; e, quando o tiverdes encontrado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo. 9 Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia, até que, chegando, parou sobre onde estava o menino. 10 E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. 11 Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra. 12 Sendo por divina advertência prevenidos em sonho para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra.
A estrela guia e os magos do oriente
13 Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar. 14 Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito; 15 e lá ficou até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta:
Do Egito chamei o meu Filho.
A fuga para o Egito
16 Vendo-se iludido pelos magos, enfureceu-se Herodes grandemente e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual com precisão se informara dos magos. 17 Então, se cumpriu o que fora dito por intermédio do profeta Jeremias:
18 Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto, [choro] e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável porque não mais existem.
A matança dos inocentes
19 Tendo Herodes morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e disse-lhe: 20 Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino. 21 Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel. 22 Tendo, porém, ouvido que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; e, por divina advertência prevenido em sonho, retirou-se para as regiões da Galileia. 23 E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas:
Ele será chamado Nazareno.