Leitura Diária da Bíblia

14 de agosto, dia 226: Crônicas, cap. 13 a 16

Melhor é morar no canto do eirado do que junto com a mulher rixosa na mesma casa. (Provérbios 21.9)

A alma do perverso deseja o mal; nem o seu vizinho recebe dele compaixão. (Provérbios 21.10)

Salmo 31

Lamentos e louvor

Ao mestre de canto. Salmo de Davi

1 Em ti, SENHOR, me refugio; não seja eu jamais envergonhado; livra-me por tua justiça.

2 Inclina-me os ouvidos, livra-me depressa; sê o meu castelo forte, cidadela fortíssima que me salve.

3 Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; por causa do teu nome, tu me conduzirás e me guiarás.

4 Tirar-me-ás do laço que, às ocultas, me armaram, pois tu és a minha fortaleza.

5 Nas tuas mãos, entrego o meu espírito; tu me remiste, SENHOR, Deus da verdade.

6 Aborreces os que adoram ídolos vãos; eu, porém, confio no SENHOR.

7 Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois tens visto a minha aflição, conheceste as angústias de minha alma 8 e não me entregaste nas mãos do inimigo; firmaste os meus pés em lugar espaçoso.

9 Compadece-te de mim, SENHOR, porque me sinto atribulado; de tristeza os meus olhos se consomem, e a minha alma e o meu corpo.

10 Gasta-se a minha vida na tristeza, e os meus anos, em gemidos; debilita-se a minha força, por causa da minha iniquidade, e os meus ossos se consomem.

11 Tornei-me opróbrio para todos os meus adversários, espanto para os meus vizinhos e horror para os meus conhecidos; os que me veem na rua fogem de mim.

12 Estou esquecido no coração deles, como morto; sou como vaso quebrado.

13 Pois tenho ouvido a murmuração de muitos, terror por todos os lados; conspirando contra mim, tramam tirar-me a vida.

14 Quanto a mim, confio em ti, SENHOR. Eu disse: tu és o meu Deus.

15 Nas tuas mãos, estão os meus dias; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos meus perseguidores.

16 Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo; salva-me por tua misericórdia.

17 Não seja eu envergonhado, SENHOR, pois te invoquei; envergonhados sejam os perversos, emudecidos na morte.

18 Emudeçam os lábios mentirosos, que falam insolentemente contra o justo, com arrogância e desdém.

19 Como é grande a tua bondade, que reservaste aos que te temem, da qual usas, perante os filhos dos homens, para com os que em ti se refugiam!

20 No recôndito da tua presença, tu os esconderás das tramas dos homens, num esconderijo os ocultarás da contenda de línguas.

21 Bendito seja o SENHOR, que engrandeceu a sua misericórdia para comigo, numa cidade sitiada!

22 Eu disse na minha pressa: estou excluído da tua presença. Não obstante, ouviste a minha súplice voz, quando clamei por teu socorro.

23 Amai o SENHOR, vós todos os seus santos. O SENHOR preserva os fiéis, mas retribui com largueza ao soberbo.

24 Sede fortes, e revigore-se o vosso coração, vós todos que esperais no SENHOR.


The Bible Project Reading Plan

Parte XIII

A história até então...

O Livro das Crônicas

Capítulo 13

Davi se dispõe a trazer a arca para Jerusalém

1 Consultou Davi os capitães de mil, e os de cem, e todos os príncipes; 2 e disse a toda a congregação de Israel: Se bem vos parece, e se vem isso do SENHOR, nosso Deus, enviemos depressa mensageiros a todos os nossos outros irmãos em todas as terras de Israel, e aos sacerdotes, e aos levitas com eles nas cidades e nos seus arredores, para que se reúnam conosco; 3 tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus; porque nos dias de Saul não nos valemos dela. 4 Então, toda a congregação concordou em que assim se fizesse; porque isso pareceu justo aos olhos de todo o povo.

Davi procura trazer a arca

2Sm 6.1-11

5 Reuniu, pois, Davi a todo o Israel, desde Sior do Egito até à entrada de Hamate, para trazer a arca de Deus de Quiriate-Jearim. 6 Então, Davi, com todo o Israel, subiu a Baalá, isto é, a Quiriate-Jearim, que está em Judá, para fazer subir dali a arca de Deus, diante da qual é invocado o nome do SENHOR, que se assenta acima dos querubins. 7 Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe; e Uzá e Aiô guiavam o carro. 8 Davi e todo o Israel alegravam-se perante Deus, com todo o seu empenho; em cânticos, com harpas, com alaúdes, com tamboris, com címbalos e com trombetas.

9 Quando chegaram à eira de Quidom, estendeu Uzá a mão à arca para a segurar, porque os bois tropeçaram. 10 Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá e o feriu, por ter estendido a mão à arca; e morreu ali perante Deus. 11 Desgostou-se Davi, porque o SENHOR irrompera contra Uzá; pelo que chamou àquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje. 12 Temeu Davi a Deus, naquele dia, e disse: Como trarei a mim a arca de Deus? 13 Pelo que Davi não trouxe a arca para si, para a Cidade de Davi; mas a fez levar à casa de Obede-Edom, o geteu. 14 Assim, ficou a arca de Deus com a família de Obede-Edom, três meses em sua casa; e o SENHOR abençoou a casa de Obede-Edom e tudo o que ele tinha.

Capítulo 14

O reinado de Davi reconhecido por Hirão

2Sm 5.11-12

1 Então, Hirão, rei de Tiro, mandou mensageiros a Davi, e madeira de cedro, e pedreiros, e carpinteiros, para lhe edificarem uma casa. 2 Reconheceu Davi que o SENHOR o confirmara rei sobre Israel; porque, por amor do seu povo de Israel, o seu reino se tinha exaltado muito.

Os filhos de Davi que nasceram em Jerusalém

2Sm 5.13-16; 1Cr 3.5-8

3 Davi tomou ainda mais mulheres em Jerusalém; e gerou ainda mais filhos e filhas. 4 São estes os nomes dos filhos que teve em Jerusalém: Samua, Sobabe, Natã, Salomão, 5 Ibar, Elisua, Elpelete, 6 Nogá, Nefegue, Jafia, 7 Elisama, Beeliada e Elifelete.

Davi derrota os filisteus

2Sm 5.17-25

8 Ouvindo, pois, os filisteus que Davi fora ungido rei sobre todo o Israel, subiram todos para prender Davi; ouvindo-o Davi, saiu contra eles. 9 Mas vieram os filisteus e investiram contra ele no vale dos Refains. 10 Então, Davi consultou a Deus, dizendo: Subirei contra os filisteus? Entregar-mos-ás nas mãos? Respondeu-lhe o SENHOR: Sobe, porque os entregarei nas tuas mãos. 11 Subindo Davi a Baal-Perazim, ali os derrotou; e disse: Deus, por meu intermédio, rompeu as fileiras inimigas diante de mim, como quem rompe águas. Por isso, chamaram o nome daquele lugar Baal-Perazim. 12 Ali, deixaram os seus deuses; e ordenou Davi que se queimassem.

13 Porém os filisteus tornaram e fizeram uma investida no vale. 14 De novo, Davi consultou a Deus, e este lhe respondeu: Não subirás após eles; mas rodeia por detrás deles e ataca-os por defronte das amoreiras; 15 e há de ser que, ouvindo tu um estrondo de marcha pelas copas das amoreiras, então, sai à peleja; porque Deus saiu adiante de ti a ferir o exército dos filisteus. 16 Fez Davi como Deus lhe ordenara; e feriu o exército dos filisteus desde Gibeão até Gezer. 17 Assim se espalhou o renome de Davi por todas aquelas terras; pois o SENHOR o fez temível a todas aquelas gentes.

Capítulo 15

Os levitas designados para levarem a arca

1 Fez também Davi casas para si mesmo, na Cidade de Davi; e preparou um lugar para a arca de Deus e lhe armou uma tenda. 2 Então, disse Davi: Ninguém pode levar a arca de Deus, senão os levitas; porque o SENHOR os elegeu, para levarem a arca de Deus e o servirem para sempre. 3 Davi reuniu a todo o Israel em Jerusalém, para fazerem subir a arca do SENHOR ao seu lugar, que lhe tinha preparado. 4 Reuniu Davi os filhos de Arão e os levitas: 5 dos filhos de Coate: Uriel, o chefe, e seus irmãos, cento e vinte; 6 dos filhos de Merari: Asaías, o chefe, e seus irmãos, duzentos e vinte; 7 dos filhos de Gérson: Joel, o chefe, e seus irmãos, cento e trinta; 8 dos filhos de Elisafã: Semaías, o chefe, e seus irmãos, duzentos; 9 dos filhos de Hebrom: Eliel, o chefe, e seus irmãos, oitenta; 10 dos filhos de Uziel: Aminadabe, o chefe, e seus irmãos, cento e doze. 11 Chamou Davi os sacerdotes Zadoque e Abiatar e os levitas Uriel, Asaías, Joel, Semaías, Eliel e Aminadabe 12 e lhes disse: Vós sois os cabeças das famílias dos levitas; santificai-vos, vós e vossos irmãos, para que façais subir a arca do SENHOR, Deus de Israel, ao lugar que lhe preparei. 13 Pois, visto que não a levastes na primeira vez, o SENHOR, nosso Deus, irrompeu contra nós, porque, então, não o buscamos, segundo nos fora ordenado. 14 Santificaram-se, pois, os sacerdotes e levitas, para fazerem subir a arca do SENHOR, Deus de Israel. 15 Os filhos dos levitas trouxeram a arca de Deus aos ombros pelas varas que nela estavam, como Moisés tinha ordenado, segundo a palavra do SENHOR.

Designados os músicos para o templo

16 Disse Davi aos chefes dos levitas que constituíssem a seus irmãos, os cantores, para que, com instrumentos músicos, com alaúdes, harpas e címbalos se fizessem ouvir e levantassem a voz com alegria. 17 Designaram, pois, os levitas Hemã, filho de Joel; e dos irmãos dele, Asafe, filho de Berequias; e dos filhos de Merari, irmãos deles, Etã, filho de Cusaías. 18 E com eles a seus irmãos da segunda ordem: Zacarias, Bene, Jaaziel, Semiramote, Jeiel, Uni, Eliabe, Benaia, Maaseias, Matitias, Elifeleu e Micneias e os porteiros Obede-Edom e Jeiel. 19 Assim, os cantores Hemã, Asafe e Etã se faziam ouvir com címbalos de bronze; 20 Zacarias, Aziel, Semiramote, Jeiel, Uni, Eliabe, Maaseias e Benaia, com alaúdes, em voz de soprano; 21 Matitias, Elifeleu, Micneias, Obede-Edom, Jeiel e Azazias, com harpas, em voz de baixo, para conduzir o canto. 22 Quenanias, chefe dos levitas músicos, tinha o encargo de dirigir o canto, porque era perito nisso. 23 Berequias e Elcana eram porteiros da arca. 24 Sebanias, Josafá, Natanael, Amasai, Zacarias, Benaia e Eliézer, os sacerdotes, tocavam as trombetas perante a arca de Deus; Obede-Edom e Jeías eram porteiros da arca.

A arca é levada para Jerusalém

25 Foram Davi, e os anciãos de Israel, e os capitães de milhares, para fazerem subir, com alegria, a arca da Aliança do SENHOR, da casa de Obede-Edom. 26 Tendo Deus ajudado os levitas que levavam a arca da Aliança do SENHOR, ofereceram em sacrifício sete novilhos e sete carneiros. 27 Davi ia vestido de um manto de linho fino, como também todos os levitas que levavam a arca, e os cantores, e Quenanias, chefe dos que levavam a arca e dos cantores; Davi vestia também uma estola sacerdotal de linho. 28 Assim, todo o Israel fez subir com júbilo a arca da Aliança do SENHOR, ao som de clarins, de trombetas e de címbalos, fazendo ressoar alaúdes e harpas.

Mical despreza a Davi

2Sm 6.16,20-22

29 Ao entrar a arca da Aliança do SENHOR na Cidade de Davi, Mical, filha de Saul, estava olhando pela janela e, vendo ao rei Davi dançando e folgando, o desprezou no seu coração.

Capítulo 16

Oferta de sacrifícios

1 Introduziram, pois, a arca de Deus e a puseram no meio da tenda que lhe armara Davi; e trouxeram holocaustos e ofertas pacíficas perante Deus. 2 Tendo Davi acabado de trazer os holocaustos e ofertas pacíficas, abençoou o povo em nome do SENHOR. 3 E repartiu a todos em Israel, tanto os homens como as mulheres, a cada um, um bolo de pão, um bom pedaço de carne e passas. 4 Designou dentre os levitas os que haviam de ministrar diante da arca do SENHOR, e celebrar, e louvar, e exaltar o SENHOR, Deus de Israel, a saber, 5 Asafe, o chefe, Zacarias, o segundo, e depois Jeiel, Semiramote, Jeiel, Matitias, Eliabe, Benaia, Obede-Edom e Jeiel, com alaúdes e harpas; e Asafe fazia ressoar os címbalos. 6 Os sacerdotes Benaia e Jaaziel estavam continuamente com trombetas, perante a arca da Aliança de Deus.

Salmo de Davi em ações de graças

Sl 96; 105; 106

7 Naquele dia, foi que Davi encarregou, pela primeira vez, a Asafe e a seus irmãos de celebrarem com hinos o SENHOR.

8 Rendei graças ao SENHOR, invocai o seu nome,

fazei conhecidos, entre os povos, os seus feitos.

9 Cantai-lhe, cantai-lhe salmos;

narrai todas as suas maravilhas.

10 Gloriai-vos no seu santo nome;

alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR.

11 Buscai o SENHOR e o seu poder,

buscai perpetuamente a sua presença.

12 Lembrai-vos das maravilhas que fez,

dos seus prodígios e dos juízos dos seus lábios,

13 vós, descendentes de Israel, seu servo,

vós, filhos de Jacó, seus escolhidos.

14 Ele é o SENHOR, nosso Deus;

os seus juízos permeiam toda a terra.

15 Lembra-se perpetuamente da sua aliança,

da palavra que empenhou para mil gerações;

16 da aliança que fez com Abraão

e do juramento que fez a Isaque;

17 o qual confirmou a Jacó por decreto

e a Israel, por aliança perpétua,

18 dizendo: Dar-vos-ei a terra de Canaã

como quinhão da vossa herança.

19 Então, eram eles em pequeno número,

pouquíssimos e forasteiros nela;

20 andavam de nação em nação,

de um reino para um povo.

21 A ninguém permitiu que os oprimisse;

antes, por amor deles, repreendeu a reis,

22 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos,

nem maltrateis os meus profetas.

23 Cantai ao SENHOR, todas as terras;

proclamai a sua salvação, dia após dia.

24 Anunciai entre as nações a sua glória,

entre todos os povos, as suas maravilhas,

25 porque grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado,

temível mais do que todos os deuses.

26 Porque todos os deuses dos povos são ídolos;

o SENHOR, porém, fez os céus.

27 Glória e majestade estão diante dele,

força e formosura, no seu santuário.

28 Tributai ao SENHOR, ó famílias dos povos,

tributai ao SENHOR glória e força.

29 Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome;

trazei oferendas e entrai nos seus átrios;

adorai o SENHOR na beleza da sua santidade.

30 Tremei diante dele, todas as terras,

pois ele firmou o mundo para que não se abale.

31 Alegrem-se os céus, e a terra exulte;

diga-se entre as nações: Reina o SENHOR.

32 Ruja o mar e a sua plenitude;

folgue o campo e tudo o que nele há.

33 Regozijem-se as árvores do bosque

na presença do SENHOR,

porque vem a julgar a terra.

34 Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom;

porque a sua misericórdia dura para sempre.

35 E dizei: Salva-nos, ó Deus da nossa salvação,

ajunta-nos e livra-nos das nações,

para que rendamos graças ao teu santo nome

e nos gloriemos no teu louvor.

36 Bendito seja o SENHOR, Deus de Israel,

desde a eternidade até a eternidade.

E todo o povo disse: Amém! E louvou ao SENHOR.

Outros dispositivos para o culto

37 Então, Davi deixou ali diante da arca da Aliança do SENHOR a Asafe e a seus irmãos, para ministrarem continuamente perante ela, segundo se ordenara para cada dia; 38 também deixou a Obede-Edom com seus irmãos, em número de sessenta e oito; a Obede-Edom, filho de Jedutum, e a Hosa, para serem porteiros; 39 e deixou a Zadoque, o sacerdote, e aos sacerdotes, seus irmãos, diante do tabernáculo do SENHOR, num lugar alto de Gibeão, 40 para oferecerem continuamente ao SENHOR os holocaustos sobre o altar dos holocaustos, pela manhã e à tarde; e isto segundo tudo o que está escrito na Lei que o SENHOR ordenara a Israel. 41 E com eles deixou a Hemã, a Jedutum e os mais escolhidos, que foram nominalmente designados para louvarem o SENHOR, porque a sua misericórdia dura para sempre. 42 Com eles, pois, estavam Hemã e Jedutum, que faziam ressoar trombetas, e címbalos, e instrumentos de música de Deus; os filhos de Jedutum eram porteiros.

43 Então, se retirou todo o povo, cada um para sua casa; e tornou Davi, para abençoar a sua casa.


Leitura Extra

O Povo do Reino de Deus

Epístola de Tiago

Introdução

A Epístola de Tiago foi escrita a todos os cristãos do seu tempo e trata de assuntos práticos da vida cristã. O autor fala de pobreza e riqueza, tentação, preconceito, o falar e o agir, o criticar, orgulho e humildade, paciência, oração e fé. Ele põe acima de tudo a necessidade de não somente crer como também agir. Não adianta nada alguém dizer que tem fé se não provar por meio das suas ações que a sua fé é viva e verdadeira. "Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta" (2.26). A verdadeira fé cristã se manifesta em ações cristãs.

O autor chama a si mesmo de "mestre" (3.1) e ele ensina belas lições para todos os seguidores de Cristo. Com clareza e vigor, Tiago nos mostra como devemos agir e viver, se é que queremos ser cristãos de verdade.

Esquema do conteúdo

Prefácio e saudação (1.1)

1. Exortação sobre diversos temas

a. Fé e sabedoria (1.2-8)

b. Pobreza e riqueza (1.9-11)

c. Provas e tentações (1.12-18)

d. Ouvir e fazer (1.19-27)

2. Amar sem discriminar (2.1-13)

3. A fé sem obras está morta (2.14-26)

4. A língua (3.1-12)

5. A sabedoria que vem do alto (3.13-18)

6. A amizade do mundo é inimiga de Deus (4.1-10)

7. Não falar mal uns dos outros (4.11-12)

8. O futuro a Deus pertence (4.13-17)

9. Contra os ricos opressores (5.1-6)

10. Ser pacientes e orar com fé (5.7-20)

Capítulo 1

Prefácio e saudação

1 Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que se encontram na Dispersão, saudações.

Os benefícios das provações

2 Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, 3 sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. 4 Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.

Como obter a sabedoria

5 Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. 6 Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. 7 Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; 8 homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos.

As circunstâncias terrenas são transitórias

9 O irmão, porém, de condição humilde glorie-se na sua dignidade, 10 e o rico, na sua insignificância, porque ele passará como a flor da erva. 11 Porque o sol se levanta com seu ardente calor, e a erva seca, e a sua flor cai, e desaparece a formosura do seu aspecto; assim também se murchará o rico em seus caminhos.

A origem do pecado

12 Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam. 13 Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. 14 Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. 15 Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.

A origem do bem

16 Não vos enganeis, meus amados irmãos. 17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança. 18 Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.

A prática da palavra de Deus

19 Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. 20 Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus. 21 Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. 22 Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. 23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; 24 pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. 25 Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.

26 Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. 27 A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.

Capítulo 2

Não se deve fazer acepção de pessoas

1 Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. 2 Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso, 3 e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés, 4 não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos? 5 Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam? 6 Entretanto, vós outros menosprezastes o pobre. Não são os ricos que vos oprimem e não são eles que vos arrastam para tribunais? 7 Não são eles os que blasfemam o bom nome que sobre vós foi invocado? 8 Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura:

Amarás o teu próximo como a ti mesmo,

fazeis bem; 9 se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores. 10 Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. 11 Porquanto, aquele que disse:

Não adulterarás

também ordenou:

Não matarás.

Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei. 12 Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade. 13 Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo.

A fé sem obras é morta

14 Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? 15 Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, 16 e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? 17 Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.

18 Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. 19 Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem. 20 Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante? 21 Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque? 22 Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou, 23 e se cumpriu a Escritura, a qual diz:

Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça;

e:

Foi chamado amigo de Deus.

24 Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente. 25 De igual modo, não foi também justificada por obras a meretriz Raabe, quando acolheu os emissários e os fez partir por outro caminho? 26 Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta.

Capítulo 3

Os pecados da língua e o dever de refreá-la

1 Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo. 2 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo. 3 Ora, se pomos freio na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro. 4 Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro. 5 Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva! 6 Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. 7 Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; 8 a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero. 9 Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. 10 De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. 11 Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? 12 Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce.

A sabedoria lá do alto

13 Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. 14 Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. 15 Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. 16 Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins. 17 A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. 18 Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.