5 de julho, dia 186: Lamentações, cap. 4 e 5
O que adquire entendimento ama a sua alma; o que conserva a inteligência acha o bem. (Provérbios 19.8)
A falsa testemunha não fica impune, e o que profere mentiras perece. (Provérbios 19.9)
Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido e para inclinares o coração ao entendimento, e, se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a voz, se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus.
Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento.
Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo para os que caminham na sinceridade, guarda as veredas do juízo e conserva o caminho dos seus santos.
Então, entenderás justiça, juízo e equidade, todas as boas veredas.
Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será agradável à tua alma.
O bom siso te guardará, e a inteligência te conservará; para te livrar do caminho do mal e do homem que diz coisas perversas; dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas; que se alegram de fazer o mal, folgam com as perversidades dos maus, seguem veredas tortuosas e se desviam nos seus caminhos; para te livrar da mulher adúltera, da estrangeira, que lisonjeia com palavras, a qual deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da aliança do seu Deus; porque a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas, para o reino das sombras da morte; todos os que se dirigem a essa mulher não voltarão e não atinarão com as veredas da vida.
Assim, andarás pelo caminho dos homens de bem e guardarás as veredas dos justos.
Porque os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão nela.
Mas os perversos serão eliminados da terra, e os aleivosos serão dela desarraigados.
Parte X
Os Profetas do Exílio
1 Como se escureceu o ouro!
Como se mudou o ouro refinado!
Como estão espalhadas as pedras do santuário
pelas esquinas de todas as ruas!
2 Os nobres filhos de Sião,
comparáveis a puro ouro,
como são agora reputados por objetos de barro,
obra das mãos de oleiro!
3 Até os chacais dão o peito,
dão de mamar a seus filhos;
mas a filha do meu povo
tornou-se cruel como os avestruzes no deserto.
4 A língua da criança que mama
fica pegada, pela sede, ao céu da boca;
os meninos pedem pão,
e ninguém há que lho dê.
5 Os que se alimentavam de comidas finas
desfalecem nas ruas;
os que se criaram entre escarlata
se apegam aos monturos.
6 Porque maior é a maldade da filha do meu povo
do que o pecado de Sodoma,
que foi subvertida como num momento,
sem o emprego de mãos nenhumas.
7 Os seus príncipes eram mais alvos do que a neve,
mais brancos do que o leite;
eram mais ruivos de corpo do que os corais
e tinham a formosura da safira.
8 Mas, agora, escureceu-se-lhes o aspecto mais do que a fuligem;
não são conhecidos nas ruas;
a sua pele se lhes pegou aos ossos,
secou-se como uma madeira.
9 Mais felizes foram as vítimas da espada
do que as vítimas da fome;
porque estas se definham
atingidas mortalmente pela falta do produto dos campos.
10 As mãos das mulheres outrora compassivas
cozeram seus próprios filhos;
estes lhes serviram de alimento
na destruição da filha do meu povo.
11 Deu o SENHOR cumprimento à sua indignação,
derramou o ardor da sua ira;
acendeu fogo em Sião,
que consumiu os seus fundamentos.
12 Não creram os reis da terra,
nem todos os moradores do mundo,
que entrasse o adversário e o inimigo
pelas portas de Jerusalém.
13 Foi por causa dos pecados dos seus profetas,
das maldades dos seus sacerdotes
que se derramou no meio dela
o sangue dos justos.
14 Erram como cegos nas ruas,
andam contaminados de sangue,
de tal sorte que ninguém
lhes pode tocar nas roupas.
15 Apartai-vos, imundos! — gritavam-lhes;
apartai-vos, apartai-vos, não toqueis!
Quando fugiram errantes, dizia-se entre as nações:
Jamais habitarão aqui.
16 A ira do SENHOR os espalhou;
ele jamais atentará para eles;
o inimigo não honra os sacerdotes,
nem se compadece dos anciãos.
17 Os nossos olhos ainda desfalecem,
esperando vão socorro;
temos olhado das vigias para um povo
que não pode livrar.
18 Espreitavam os nossos passos,
de maneira que não podíamos andar pelas nossas praças;
aproximava-se o nosso fim, os nossos dias se cumpriam,
era chegado o nosso fim.
19 Os nossos perseguidores foram mais ligeiros
do que as aves dos céus;
sobre os montes nos perseguiram,
no deserto nos armaram ciladas.
20 O fôlego da nossa vida, o ungido do SENHOR,
foi preso nos forjes deles;
dele dizíamos:
debaixo da sua sombra,
viveremos entre as nações.
21 Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom,
que habitas na terra de Uz;
o cálice se passará também a ti;
embebedar-te-ás e te desnudarás.
22 O castigo da tua maldade está consumado, ó filha de Sião;
o SENHOR nunca mais te levará para o exílio;
a tua maldade, ó filha de Edom,
descobrirá os teus pecados.
1 Lembra-te, SENHOR, do que nos tem sucedido;
considera e olha para o nosso opróbrio.
2 A nossa herança passou a estranhos,
e as nossas casas, a estrangeiros;
3 somos órfãos, já não temos pai,
nossas mães são como viúvas.
4 A nossa água, por dinheiro a bebemos,
por preço vem a nossa lenha.
5 Os nossos perseguidores estão sobre o nosso pescoço;
estamos exaustos e não temos descanso.
6 Submetemo-nos aos egípcios e aos assírios,
para nos fartarem de pão.
7 Nossos pais pecaram
e já não existem;
nós é que levamos o castigo das suas iniquidades.
8 Escravos dominam sobre nós;
ninguém há que nos livre das suas mãos.
9 Com perigo de nossa vida, providenciamos o nosso pão,
por causa da espada do deserto.
10 Nossa pele se esbraseia como um forno,
por causa do ardor da fome.
11 Forçaram as mulheres em Sião;
as virgens, nas cidades de Judá.
12 Os príncipes foram por eles enforcados,
as faces dos velhos não foram reverenciadas.
13 Os jovens levaram a mó,
os meninos tropeçaram debaixo das cargas de lenha;
14 os anciãos já não se assentam na porta,
os jovens já não cantam.
15 Cessou o júbilo de nosso coração,
converteu-se em lamentações a nossa dança.
16 Caiu a coroa da nossa cabeça;
ai de nós, porque pecamos!
17 Por isso, caiu doente o nosso coração;
por isso, se escureceram os nossos olhos.
18 Pelo monte Sião, que está assolado,
andam as raposas.
19 Tu, SENHOR, reinas eternamente,
o teu trono subsiste de geração em geração.
20 Por que te esquecerias de nós para sempre?
Por que nos desampararias por tanto tempo?
21 Converte-nos a ti, SENHOR, e seremos convertidos;
renova os nossos dias como dantes.
22 Por que nos rejeitarias totalmente?
Por que te enfurecerias sobremaneira contra nós outros?
O Povo do Reino de Deus
Paulo escreveu esta epístola aos cristãos da cidade de Corinto a fim de tratar de vários e sérios problemas que tinham aparecido na igreja. O próprio Paulo havia fundado a igreja de Corinto na sua segunda viagem missionária, quando passou dezoito meses naquela cidade (At 18.1-18). Havia problemas a respeito de doutrinas e da vida cristã. A igreja tinha se dividido em vários grupos, e Paulo procura levá-los a resolverem as suas diferenças e a voltarem a ser unidos, como uma igreja de Cristo deve ser.
Os cristãos de Corinto haviam escrito a Paulo, pedindo a sua opinião sobre vários assuntos, e do capítulo 7 em diante Paulo diz o que pensa a respeito desses assuntos. Uma das questões mais discutidas era a respeito dos dons do Espírito Santo, assunto tratado nos capítulos 12—14. É nesse contexto que aparece o "Hino ao amor cristão" (cap. 13), uma das passagens mais conhecidas do livro. O capítulo 15 apresenta, com clareza, a doutrina da ressurreição.
Além de questões a respeito de doutrinas, Paulo se preocupa também com a oferta que ele está recolhendo para levar aos cristãos necessitados da Judeia. O apóstolo termina a epístola com saudações pessoais.
Prefácio e saudação (1.1-9)
1. Divisão e escândalo na igreja de Corinto
a. Divisões internas na igreja (1.10—3.23)
b. Correta compreensão do ministério apostólico (4.1-21)
c. Um caso de incesto (5.1-13)
d. Questões judiciais entregues a juízes pagãos (6.1-11)
e. Problemas de imoralidade (6.12-20)
2. Resposta às consultas da igreja de Corinto
a. Matrimônio e celibato (7.1-40)
b. Alimentos consagrados a ídolos e a liberdade cristã (8.1—11.1)
c. Desordem no culto público (11.2-34)
d. A questão dos dons espirituais (12.1— 14.40)
e. A questão da ressurreição (15.1-58)
3. A oferta para os cristãos necessitados na Judeia (16.1-4)
Saudações e bênção (16.5-24)
1 Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo, e o irmão Sóstenes, 2 à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: 3 graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
4 Sempre dou graças a [meu] Deus a vosso respeito, a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus; 5 porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; 6 assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, 7 de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, 8 o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. 9 Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.
10 Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer. 11 Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós. 12 Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. 13 Acaso, Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome de Paulo? 14 Dou graças [a Deus] porque a nenhum de vós batizei, exceto Crispo e Gaio; 15 para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome. 16 Batizei também a casa de Estéfanas; além destes, não me lembro se batizei algum outro. 17 Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo.
18 Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. 19 Pois está escrito:
Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos.
20 Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? 21 Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação. 22 Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; 23 mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; 24 mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. 25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
26 Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; 27 pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; 28 e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; 29 a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.
30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, 31 para que, como está escrito:
Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
1 Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. 2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 3 E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. 4 A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, 5 para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.
6 Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que se reduzem a nada; 7 mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; 8 sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória; 9 mas, como está escrito:
Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.
10 Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. 11 Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. 12 Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. 13 Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. 14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 15 Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. 16 Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.