Leitura Diária da Bíblia

14 de maio, dia 134: Isaías, cap. 63 a 66

O semblante alegre do rei significa vida, e a sua benevolência é como a nuvem que traz chuva serôdia. (Provérbios 16.15)

Quanto melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! E mais excelente, adquirir a prudência do que a prata! (Provérbios 16.16)

Salmo 119

Versículos de 25 a 32 (ARA)

A excelência da lei divina

ד

DALETH

A minha alma está apegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra.

Eu te expus os meus caminhos, e tu me valeste; ensina-me os teus decretos.

Faze-me atinar com o caminho dos teus preceitos, e meditarei nas tuas maravilhas.

A minha alma, de tristeza, verte lágrimas; fortalece-me segundo a tua palavra.

Afasta de mim o caminho da falsidade e favorece-me com a tua lei.

Escolhi o caminho da fidelidade e decidi-me pelos teus juízos.

Aos teus testemunhos me apego; não permitas, SENHOR, seja eu envergonhado.

Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando me alegrares o coração.


The Bible Project Reading Plan

Parte VIII

Os Profetas de Antes do Exílio

O Livro de Isaías

Capítulo 63

Deus vinga o seu povo

1 Quem é este que vem de Edom, de Bozra, com vestes de vivas cores, que é glorioso em sua vestidura, que marcha na plenitude da sua força? Sou eu que falo em justiça, poderoso para salvar. 2 Por que está vermelho o traje, e as tuas vestes, como as daquele que pisa uvas no lagar? 3 O lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei as uvas na minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o traje todo. 4 Porque o dia da vingança me estava no coração, e o ano dos meus redimidos é chegado. 5 Olhei, e não havia quem me ajudasse, e admirei-me de não haver quem me sustivesse; pelo que o meu próprio braço me trouxe a salvação, e o meu furor me susteve. 6 Na minha ira, pisei os povos, no meu furor, embriaguei-os, derramando por terra o seu sangue.

A última oração do profeta

7 Celebrarei as benignidades do SENHOR e os seus atos gloriosos, segundo tudo o que o SENHOR nos concedeu e segundo a grande bondade para com a casa de Israel, bondade que usou para com eles, segundo as suas misericórdias e segundo a multidão das suas benignidades. 8 Porque ele dizia: Certamente, eles são meu povo, filhos que não mentirão; e se lhes tornou o seu Salvador. 9 Em toda a angústia deles, foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os remiu, os tomou e os conduziu todos os dias da antiguidade. 10 Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo, pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles. 11 Então, o povo se lembrou dos dias antigos, de Moisés, e disse: Onde está aquele que fez subir do mar o pastor do seu rebanho? Onde está o que pôs nele o seu Espírito Santo? 12 Aquele cujo braço glorioso ele fez andar à mão direita de Moisés? Que fendeu as águas diante deles, criando para si um nome eterno? 13 Aquele que os guiou pelos abismos, como o cavalo no deserto, de modo que nunca tropeçaram? 14 Como o animal que desce aos vales, o Espírito do SENHOR lhes deu descanso. Assim, guiaste o teu povo, para te criares um nome glorioso.

15 Atenta do céu e olha da tua santa e gloriosa habitação. Onde estão o teu zelo e as tuas obras poderosas? A ternura do teu coração e as tuas misericórdias se detêm para comigo! 16 Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó SENHOR, és nosso Pai; nosso Redentor é o teu nome desde a antiguidade. 17 Ó SENHOR, por que nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que te não temamos? Volta, por amor dos teus servos e das tribos da tua herança. 18 Só por breve tempo foi o país possuído pelo teu santo povo; nossos adversários pisaram o teu santuário. 19 Tornamo-nos como aqueles sobre quem tu nunca dominaste e como os que nunca se chamaram pelo teu nome.

Capítulo 64

1 Oh! Se fendesses os céus e descesses! Se os montes tremessem na tua presença, 2 como quando o fogo inflama os gravetos, como quando faz ferver as águas, para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, de sorte que as nações tremessem da tua presença! 3 Quando fizeste coisas terríveis, que não esperávamos, desceste, e os montes tremeram à tua presença. 4 Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.

5 Sais ao encontro daquele que com alegria pratica justiça, daqueles que se lembram de ti nos teus caminhos; eis que te iraste, porque pecamos; por muito tempo temos pecado e havemos de ser salvos? 6 Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam. 7 Já ninguém há que invoque o teu nome, que se desperte e te detenha; porque escondes de nós o rosto e nos consomes por causa das nossas iniquidades.

8 Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai, nós somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos. 9 Não te enfureças tanto, ó SENHOR, nem perpetuamente te lembres da nossa iniquidade; olha, pois, nós te pedimos: todos nós somos o teu povo. 10 As tuas santas cidades tornaram-se em deserto, Sião, em ermo; Jerusalém está assolada. 11 O nosso templo santo e glorioso, em que nossos pais te louvavam, foi queimado; todas as nossas coisas preciosas se tornaram em ruínas. 12 Conter-te-ias tu ainda, ó SENHOR, sobre estas calamidades? Ficarias calado e nos afligirias sobremaneira?

Capítulo 65

A resposta de Deus: rejeitados os rebeldes

1 Fui buscado pelos que não perguntavam por mim; fui achado por aqueles que não me buscavam; a um povo que não se chamava do meu nome, eu disse: Eis-me aqui, eis-me aqui. 2 Estendi as mãos todo dia a um povo rebelde, que anda por caminho que não é bom, seguindo os seus próprios pensamentos; 3 povo que de contínuo me irrita abertamente, sacrificando em jardins e queimando incenso sobre altares de tijolos; 4 que mora entre as sepulturas e passa as noites em lugares misteriosos; come carne de porco e tem no seu prato ensopado de carne abominável; 5 povo que diz: Fica onde estás, não te chegues a mim, porque sou mais santo do que tu. És no meu nariz como fumaça de fogo que arde o dia todo. 6 Eis que está escrito diante de mim, e não me calarei; mas eu pagarei, vingar-me-ei, totalmente, 7 das vossas iniquidades e, juntamente, das iniquidades de vossos pais, diz o SENHOR, os quais queimaram incenso nos montes e me afrontaram nos outeiros; pelo que eu vos medirei totalmente a paga devida às suas obras antigas.

A resposta de Deus: salvo o restante fiel

8 Assim diz o SENHOR: Como quando se acha vinho num cacho de uvas, dizem: Não o desperdices, pois há bênção nele, assim farei por amor de meus servos e não os destruirei a todos. 9 Farei sair de Jacó descendência e de Judá, um herdeiro que possua os meus montes; e os meus eleitos herdarão a terra e os meus servos habitarão nela. 10 Sarom servirá de campo de pasto de ovelhas, e o vale de Acor, de lugar de repouso de gado, para o meu povo que me buscar. 11 Mas a vós outros, os que vos apartais do SENHOR, os que vos esqueceis do meu santo monte, os que preparais mesa para a deusa Fortuna e misturais vinho para o deus Destino, 12 também vos destinarei à espada, e todos vos encurvareis à matança; porquanto chamei, e não respondestes, falei, e não atendestes; mas fizestes o que é mau perante mim e escolhestes aquilo em que eu não tinha prazer.

13 Pelo que assim diz o SENHOR Deus: Eis que os meus servos comerão, mas vós padecereis fome; os meus servos beberão, mas vós tereis sede; os meus servos se alegrarão, mas vós vos envergonhareis; 14 os meus servos cantarão por terem o coração alegre, mas vós gritareis pela tristeza do vosso coração e uivareis pela angústia de espírito. 15 Deixareis o vosso nome aos meus eleitos por maldição, o SENHOR Deus vos matará e a seus servos chamará por outro nome, 16 de sorte que aquele que se abençoar na terra, pelo Deus da verdade é que se abençoará; e aquele que jurar na terra, pelo Deus da verdade é que jurará; porque já estão esquecidas as angústias passadas e estão escondidas dos meus olhos.

Novos céus e nova terra

17 Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. 18 Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo. 19 E exultarei por causa de Jerusalém e me alegrarei no meu povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor. 20 Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado. 21 Eles edificarão casas e nelas habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. 22 Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque a longevidade do meu povo será como a da árvore, e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos. 23 Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do SENHOR, e os seus filhos estarão com eles. 24 E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei. 25 O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; pó será a comida da serpente. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o SENHOR.

Capítulo 66

Excluídos da nova Jerusalém os que praticam falsa religião

1 Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis vós? E qual é o lugar do meu repouso? 2 Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas vieram a existir, diz o SENHOR, mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra. 3 O que imola um boi é como o que comete homicídio; o que sacrifica um cordeiro, como o que quebra o pescoço a um cão; o que oferece uma oblação, como o que oferece sangue de porco; o que queima incenso, como o que bendiz a um ídolo. Como estes escolheram os seus próprios caminhos, e a sua alma se deleita nas suas abominações, 4 assim eu lhes escolherei o infortúnio e farei vir sobre eles o que eles temem; porque clamei, e ninguém respondeu, falei, e não escutaram; mas fizeram o que era mau perante mim e escolheram aquilo em que eu não tinha prazer. 5 Ouvi a palavra do SENHOR, vós, os que a temeis: Vossos irmãos, que vos aborrecem e que para longe vos lançam por causa do vosso amor ao meu nome e que dizem: Mostre o SENHOR a sua glória, para que vejamos a vossa alegria, esses serão confundidos. 6 Voz de grande tumulto virá da cidade, voz do templo, voz do SENHOR, que dá o pago aos seus inimigos.

7 Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viessem as dores, nasceu-lhe um menino. 8 Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante? Pode, acaso, nascer uma terra num só dia? Ou nasce uma nação de uma só vez? Pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos. 9 Acaso, farei eu abrir a madre e não farei nascer? — diz o SENHOR; acaso, eu que faço nascer fecharei a madre? — diz o teu Deus.

A felicidade eterna de Sião

10 Regozijai-vos juntamente com Jerusalém e alegrai-vos por ela, vós todos os que a amais; exultai com ela, todos os que por ela pranteastes, 11 para que mameis e vos farteis dos peitos das suas consolações; para que sugueis e vos deleiteis com a abundância da sua glória. 12 Porque assim diz o SENHOR: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória das nações, como uma torrente que transborda; então, mamareis, nos braços vos trarão e sobre os joelhos vos acalentarão. 13 Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados. 14 Vós o vereis, e o vosso coração se regozijará, e os vossos ossos revigorarão como a erva tenra; então, o poder do SENHOR será notório aos seus servos, e ele se indignará contra os seus inimigos.

15 Porque eis que o SENHOR virá em fogo, e os seus carros, como um torvelinho, para tornar a sua ira em furor e a sua repreensão, em chamas de fogo, 16 porque com fogo e com a sua espada entrará o SENHOR em juízo com toda a carne; e serão muitos os mortos da parte do SENHOR. 17 Os que se santificam e se purificam para entrarem nos jardins após a deusa que está no meio, que comem carne de porco, coisas abomináveis e rato serão consumidos, diz o SENHOR.

18 Porque conheço as suas obras e os seus pensamentos e venho para ajuntar todas as nações e línguas; elas virão e contemplarão a minha glória. 19 Porei entre elas um sinal e alguns dos que foram salvos enviarei às nações, a Társis, Pul e Lude, que atiram com o arco, a Tubal e Javã, até às terras do mar mais remotas, que jamais ouviram falar de mim, nem viram a minha glória; eles anunciarão entre as nações a minha glória. 20 Trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, por oferta ao SENHOR, sobre cavalos, em liteiras e sobre mulas e dromedários, ao meu santo monte, a Jerusalém, diz o SENHOR, como quando os filhos de Israel trazem as suas ofertas de manjares, em vasos puros à Casa do SENHOR. 21 Também deles tomarei a alguns para sacerdotes e para levitas, diz o SENHOR. 22 Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. 23 E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR.

24 Eles sairão e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne.


Leitura Extra

Jesus e o Reino de Deus

O Evangelho de Mateus

Capítulo 27

Jesus entregue a Pilatos

Mc 15.1; Lc 23.1-2; Jo 18.28-32

1 Ao romper o dia, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem; 2 e, amarrando-o, levaram-no e o entregaram ao governador Pilatos.

O suicídio de Judas

3 Então, Judas, o que o traiu, vendo que Jesus fora condenado, tocado de remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo: 4 Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, responderam: Que nos importa? Isso é contigo. 5 Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se. 6 E os principais sacerdotes, tomando as moedas, disseram: Não é lícito deitá-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue. 7 E, tendo deliberado, compraram com elas o campo do oleiro, para cemitério de forasteiros. 8 Por isso, aquele campo tem sido chamado, até ao dia de hoje, Campo de Sangue. 9 Então, se cumpriu o que foi dito por intermédio do profeta Jeremias:

Tomaram as trinta moedas de prata, preço em que foi estimado aquele a quem alguns dos filhos de Israel avaliaram;

10 e as deram pelo campo do oleiro, assim como me ordenou o Senhor.

Jesus perante Pilatos

Mc 15.1-15; Lc 23.1-5,13-25; Jo 18.33—19.16

11 Jesus estava em pé ante o governador; e este o interrogou, dizendo: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes. 12 E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. 13 Então, lhe perguntou Pilatos: Não ouves quantas acusações te fazem? 14 Jesus não respondeu nem uma palavra, vindo com isto a admirar-se grandemente o governador.

15 Ora, por ocasião da festa, costumava o governador soltar ao povo um dos presos, conforme eles quisessem. 16 Naquela ocasião, tinham eles um preso muito conhecido, chamado Barrabás. 17 Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo? 18 Porque sabia que, por inveja, o tinham entregado. 19 E, estando ele no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por seu respeito. 20 Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus. 21 De novo, perguntou-lhes o governador: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam eles: Barrabás! 22 Replicou-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? Seja crucificado! Responderam todos. 23 Que mal fez ele? Perguntou Pilatos. Porém cada vez clamavam mais: Seja crucificado!

24 Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente do sangue deste [justo]; fique o caso convosco! 25 E o povo todo respondeu: Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos! 26 Então, Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após haver açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado.

Jesus entregue aos soldados

Mc 15.16-20; Jo 19.2-3

27 Logo a seguir, os soldados do governador, levando Jesus para o pretório, reuniram em torno dele toda a coorte. 28 Despojando-o das vestes, cobriram-no com um manto escarlate; 29 tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, na mão direita, um caniço; e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus! 30 E, cuspindo nele, tomaram o caniço e davam-lhe com ele na cabeça. 31 Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto e o vestiram com as suas próprias vestes. Em seguida, o levaram para ser crucificado.

O escárnio dos soldados com Jesus

Simão leva a cruz do Senhor

Mc 15.21; Lc 23.26

32 Ao saírem, encontraram um cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a carregar-lhe a cruz.

A crucificação

Mc 15.22-32; Lc 23.32-43; Jo 19.17-24

33 E, chegando a um lugar chamado Gólgota, que significa Lugar da Caveira, 34 deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber. 35 Depois de o crucificarem, repartiram entre si as suas vestes, tirando a sorte. 36 E, assentados ali, o guardavam. 37 Por cima da sua cabeça puseram escrita a sua acusação: Este é Jesus, o Rei dos Judeus. 38 E foram crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda. 39 Os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: 40 Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz! 41 De igual modo, os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: 42 Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. 43 Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus. 44 E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele.

A crucificação

A morte de Jesus

Mc 15.33-41; Lc 23.44-49; Jo 19.28-30

45 Desde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda a terra. 46 Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? 47 E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Ele chama por Elias. 48 E, logo, um deles correu a buscar uma esponja e, tendo-a embebido de vinagre e colocado na ponta de um caniço, deu-lhe a beber. 49 Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. 50 E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.

51 Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas; 52 abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; 53 e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. 54 O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus.

55 Estavam ali muitas mulheres, observando de longe; eram as que vinham seguindo a Jesus desde a Galileia, para o servirem; 56 entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mulher de Zebedeu.

O sepultamento de Jesus

Mc 15.42-47; Lc 23.50-56; Jo 19.38-42

57 Caindo a tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que era também discípulo de Jesus. 58 Este foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. Então, Pilatos mandou que lho fosse entregue. 59 E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo de linho 60 e o depositou no seu túmulo novo, que fizera abrir na rocha; e, rolando uma grande pedra para a entrada do sepulcro, se retirou. 61 Achavam-se ali, sentadas em frente da sepultura, Maria Madalena e a outra Maria.

A guarda do sepulcro

62 No dia seguinte, que é o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus e, dirigindo-se a Pilatos, 63 disseram-lhe: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, enquanto vivia, disse: Depois de três dias ressuscitarei. 64 Ordena, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia, para não suceder que, vindo os discípulos, o roubem e depois digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e será o último embuste pior que o primeiro. 65 Disse-lhes Pilatos: Aí tendes uma escolta; ide e guardai o sepulcro como bem vos parecer. 66 Indo eles, montaram guarda ao sepulcro, selando a pedra e deixando ali a escolta.

Capítulo 28

A ressurreição de Jesus e seu aparecimento às mulheres

Mc 16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-10

1 No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2 E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. 3 O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste, alva como a neve. 4 E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos. 5 Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. 6 Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia. 7 Ide, pois, depressa e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. É como vos digo! 8 E, retirando-se elas apressadamente do sepulcro, tomadas de medo e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos. 9 E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. 10 Então, Jesus lhes disse: Não temais! Ide avisar a meus irmãos que se dirijam à Galileia e lá me verão.

A ressurreição

Os judeus subornam os guardas

11 E, indo elas, eis que alguns da guarda foram à cidade e contaram aos principais sacerdotes tudo o que sucedera. 12 Reunindo-se eles em conselho com os anciãos, deram grande soma de dinheiro aos soldados, 13 recomendando-lhes que dissessem: Vieram de noite os discípulos dele e o roubaram enquanto dormíamos. 14 Caso isto chegue ao conhecimento do governador, nós o persuadiremos e vos poremos em segurança. 15 Eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. Esta versão divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje.

Jesus aparece aos discípulos na Galileia

16 Seguiram os onze discípulos para a Galileia, para o monte que Jesus lhes designara. 17 E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.

A Grande Comissão

Mc 16.15-18; Lc 24.44-49

18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. 19 Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.