Leitura Diária da Bíblia

30 de abril, dia 120: Isaías, cap. 15 a 19

O que é ávido por lucro desonesto transtorna a sua casa, mas o que odeia o suborno, esse viverá. (Provérbios 15.27)

O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos perversos transborda maldades. (Provérbios 15.28)

Salmo 107

Deus salva de todas as tribulações

1 Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, e a sua misericórdia dura para sempre.

2 Digam-no os remidos do SENHOR, os que ele resgatou da mão do inimigo 3 e congregou de entre as terras, do Oriente e do Ocidente, do Norte e do mar.

4 Andaram errantes pelo deserto, por ermos caminhos, sem achar cidade em que habitassem.

5 Famintos e sedentos, desfalecia neles a alma.

6 Então, na sua angústia, clamaram ao SENHOR, e ele os livrou das suas tribulações.

7 Conduziu-os pelo caminho direito, para que fossem à cidade em que habitassem.

8 Rendam graças ao SENHOR por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens!

9 Pois dessedentou a alma sequiosa e fartou de bens a alma faminta.

10 Os que se assentaram nas trevas e nas sombras da morte, presos em aflição e em ferros, 11 por se terem rebelado contra a palavra de Deus e haverem desprezado o conselho do Altíssimo, 12 de modo que lhes abateu com trabalhos o coração — caíram, e não houve quem os socorresse.

13 Então, na sua angústia, clamaram ao SENHOR, e ele os livrou das suas tribulações.

14 Tirou-os das trevas e das sombras da morte e lhes despedaçou as cadeias.

15 Rendam graças ao SENHOR por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens!

16 Pois arrombou as portas de bronze e quebrou as trancas de ferro.

17 Os estultos, por causa do seu caminho de transgressão e por causa das suas iniquidades, serão afligidos.

18 A sua alma aborreceu toda sorte de comida, e chegaram às portas da morte.

19 Então, na sua angústia, clamaram ao SENHOR, e ele os livrou das suas tribulações.

20 Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou, e os livrou do que lhes era mortal.

21 Rendam graças ao SENHOR por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens!

22 Ofereçam sacrifícios de ações de graças e proclamem com júbilo as suas obras!

23 Os que, tomando navios, descem aos mares, os que fazem tráfico na imensidade das águas, 24 esses veem as obras do SENHOR e as suas maravilhas nas profundezas do abismo.

25 Pois ele falou e fez levantar o vento tempestuoso, que elevou as ondas do mar.

26 Subiram até aos céus, desceram até aos abismos; no meio destas angústias, desfalecia-lhes a alma.

27 Andaram, e cambalearam como ébrios, e perderam todo tino.

28 Então, na sua angústia, clamaram ao SENHOR, e ele os livrou das suas tribulações.

29 Fez cessar a tormenta, e as ondas se acalmaram.

30 Então, se alegraram com a bonança; e, assim, os levou ao desejado porto.

31 Rendam graças ao SENHOR por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens!

32 Exaltem-no também na assembleia do povo e o glorifiquem no conselho dos anciãos.

33 Ele converteu rios em desertos e mananciais, em terra seca; 34 terra frutífera, em deserto salgado, por causa da maldade dos seus habitantes.

35 Converteu o deserto em lençóis de água e a terra seca, em mananciais.

36 Estabeleceu aí os famintos, os quais edificaram uma cidade em que habitassem.

37 Semearam campos, e plantaram vinhas, e tiveram fartas colheitas.

38 Ele os abençoou, de sorte que se multiplicaram muito; e o gado deles não diminuiu.

39 Mas tornaram a reduzir-se e foram humilhados pela opressão, pela adversidade e pelo sofrimento.

40 Lança ele o desprezo sobre os príncipes e os faz andar errantes, onde não há caminho.

41 Mas levanta da opressão o necessitado, para um alto retiro, e lhe prospera famílias como rebanhos.

42 Os retos veem isso e se alegram, mas o ímpio por toda parte fecha a boca.

43 Quem é sábio atente para essas coisas e considere as misericórdias do SENHOR.


The Bible Project Reading Plan

Parte VIII

Os Profetas de Antes do Exílio

O Livro de Isaías

Capítulo 15

Profecia contra Moabe

1 Sentença contra Moabe. Certamente, numa noite foi assolada Ar de Moabe e ela está destruída; certamente, numa noite foi assolada Quir de Moabe e ela está destruída. 2 Sobe-se ao templo e a Dibom, aos altos, para chorar; nos montes Nebo e Medeba, lamenta Moabe; todas as cabeças se tornam calvas, e toda barba é rapada. 3 Cingem-se de panos de saco nas suas ruas; nos seus terraços e nas suas praças, andam todos uivando e choram abundantemente. 4 Tanto Hesbom como Eleale andam gritando; até Jaza se ouve a sua voz; por isso, os armados de Moabe clamam; a sua alma treme dentro dele.

5 O meu coração clama por causa de Moabe, cujos fugitivos vão até Zoar, novilha de três anos; vão chorando pela subida de Luíte e no caminho de Horonaim levantam grito de desespero; 6 porque as águas de Ninrim desaparecem; seca-se o pasto, acaba-se a erva, e já não há verdura alguma, 7 pelo que o que pouparam, o que ganharam e depositaram eles mesmos levam para além das torrentes dos salgueiros; 8 porque o pranto rodeia os limites de Moabe; até Eglaim chega o seu clamor, e ainda até Beer-Elim, o seu lamento; 9 porque as águas de Dimom estão cheias de sangue; pois ainda acrescentarei a Dimom: leões contra aqueles que escaparem de Moabe e contra os restantes da terra.

Capítulo 16

1 Enviai cordeiros ao dominador da terra, desde Sela, pelo deserto, até ao monte da filha de Sião. 2 Como pássaro espantado, lançado fora do ninho, assim são as filhas de Moabe nos vaus do Arnom, que dizem: 3 Dá conselhos, executa o juízo e faze a tua sombra no pino do meio-dia como a noite; esconde os desterrados e não descubras os fugitivos. 4 Habitem entre ti os desterrados de Moabe, serve-lhes de esconderijo contra o destruidor. Quando o homem violento tiver fim, a destruição for desfeita e o opressor deixar a terra, 5 então, um trono se firmará em benignidade, e sobre ele no tabernáculo de Davi se assentará com fidelidade um que julgue, busque o juízo e não tarde em fazer justiça.

6 Temos ouvido da soberba de Moabe, soberbo em extremo; da sua arrogância, do seu orgulho e do seu furor; a sua jactância é vã.

7 Portanto, uivará Moabe, cada um por Moabe; gemereis profundamente abatidos pelas pastas de uvas de Quir-Haresete. 8 Porque os campos de Hesbom estão murchos; os senhores das nações talaram os melhores ramos da vinha de Sibma, que se estenderam até Jazer e se perderam no deserto, sarmentos que se estenderam e passaram além do mar. 9 Pelo que prantearei, com o pranto de Jazer, a vinha de Sibma; regar-te-ei com as minhas lágrimas, ó Hesbom, ó Eleale; pois, sobre os teus frutos de verão e sobre a tua vindima, caiu já dos inimigos o eia, como o de pisadores. 10 Fugiu a alegria e o regozijo do pomar; nas vinhas já não se canta, nem há júbilo algum; já não se pisarão as uvas nos lagares. Eu fiz cessar o eia dos pisadores. 11 Pelo que por Moabe vibra como harpa o meu íntimo, e o meu coração, por Quir-Heres. 12 Ver-se-á como Moabe se cansa nos altos, como entra no santuário a orar e nada alcança.

13 Esta é a palavra que o SENHOR há muito pronunciou contra Moabe. 14 Agora, porém, o SENHOR fala e diz: Dentro de três anos, tais como os de jornaleiros, será envilecida a glória de Moabe, com toda a sua grande multidão; e o restante será pouco, pequeno e débil.

Capítulo 17

Profecia contra Damasco e Efraim

1 Sentença contra Damasco. Eis que Damasco deixará de ser cidade e será um montão de ruínas. 2 As cidades de Aroer serão abandonadas; hão de ser para os rebanhos, que aí se deitarão sem haver quem os espante. 3 A fortaleza de Efraim desaparecerá, como também o reino de Damasco e o restante da Síria; serão como a glória dos filhos de Israel, diz o SENHOR dos Exércitos.

4 Naquele dia, a glória de Jacó será apoucada, e a gordura da sua carne desaparecerá. 5 Será, quando o segador ajunta a cana do trigo e com o braço sega as espigas, como quem colhe espigas, como quem colhe espigas no vale dos Refains. 6 Mas ainda ficarão alguns rabiscos, como no sacudir da oliveira; duas ou três azeitonas na ponta do ramo mais alto, e quatro ou cinco nos ramos mais exteriores de uma árvore frutífera, diz o SENHOR, Deus de Israel.

7 Naquele dia, olhará o homem para o seu Criador, e os seus olhos atentarão para o Santo de Israel. 8 E não olhará para os altares, obra das suas mãos, nem atentará para o que fizeram seus dedos, nem para os postes-ídolos, nem para os altares do incenso. 9 Naquele dia, serão as suas cidades fortes como os lugares abandonados no bosque ou sobre o cimo das montanhas, os quais outrora foram abandonados ante os filhos de Israel, e haverá assolação; 10 porquanto te esqueceste do Deus da tua salvação e não te lembraste da Rocha da tua fortaleza. Ainda que faças plantações formosas e plantes mudas de fora, 11 e, no dia em que as plantares, as fizeres crescer, e na manhã seguinte as fizeres florescer, ainda assim a colheita voará no dia da tribulação e das dores incuráveis.

12 Ai do bramido dos grandes povos que bramam como bramam os mares, e do rugido das nações que rugem como rugem as impetuosas águas! 13 Rugirão as nações, como rugem as muitas águas, mas Deus as repreenderá, e fugirão para longe; serão afugentadas como a palha dos montes diante do vento e como pó levado pelo tufão. 14 Ao anoitecer, eis que há pavor, e, antes que amanheça o dia, já não existem. Este é o quinhão daqueles que nos despojam e a sorte daqueles que nos saqueiam.

Capítulo 18

Profecia contra a Etiópia

1 Ai da terra onde há o roçar de muitas asas de insetos, que está além dos rios da Etiópia; 2 que envia embaixadores por mar em navios de papiro sobre as águas, dizendo: Ide, mensageiros velozes, a uma nação de homens altos e de pele brunida, a um povo terrível, de perto e de longe; a uma nação poderosa e esmagadora, cuja terra os rios dividem. 3 Vós, todos os habitantes do mundo, e vós, os moradores da terra, quando se arvorar a bandeira nos montes, olhai; e, quando se tocar a trombeta, escutai. 4 Porque assim me disse o SENHOR: Olhando da minha morada, estarei calmo como o ardor quieto do sol resplandecente, como a nuvem do orvalho no calor da sega. 5 Porque antes da vindima, caída já a flor, e quando as uvas amadurecem, então, podará os sarmentos com a foice e cortará os ramos que se estendem. 6 Serão deixados juntos às aves dos montes e aos animais da terra; sobre eles veranearão as aves de rapina, e todos os animais da terra passarão o inverno sobre eles.

7 Naquele tempo, será levado um presente ao SENHOR dos Exércitos por um povo de homens altos e de pele brunida, povo terrível, de perto e de longe; por uma nação poderosa e esmagadora, cuja terra os rios dividem, ao lugar do nome do SENHOR dos Exércitos, ao monte Sião.

Capítulo 19

Profecia contra o Egito

1 Sentença contra o Egito. Eis que o SENHOR, cavalgando uma nuvem ligeira, vem ao Egito; os ídolos do Egito estremecerão diante dele, e o coração dos egípcios se derreterá dentro deles. 2 Porque farei com que egípcios se levantem contra egípcios, e cada um pelejará contra o seu irmão e cada um contra seu próximo; cidade contra cidade, reino contra reino. 3 O espírito dos egípcios se esvaecerá dentro deles, e anularei o seu conselho; eles consultarão os seus ídolos, e encantadores, e necromantes, e feiticeiros. 4 Entregarei os egípcios nas mãos de um senhor duro, e um rei feroz os dominará, diz o Senhor, o SENHOR dos Exércitos. 5 Secarão as águas do Nilo, e o rio se tornará seco e árido. 6 Os canais exalarão mau cheiro, e os braços do Nilo diminuirão e se esgotarão; as canas e os juncos se murcharão. 7 A relva que está junto ao Nilo, junto às suas ribanceiras, e tudo o que foi semeado junto dele se secarão, serão levados pelo vento e não subsistirão. 8 Os pescadores gemerão, suspirarão todos os que lançam anzol ao rio, e os que estendem rede sobre as águas desfalecerão. 9 Consternar-se-ão os que trabalham em linho fino e os que tecem pano de algodão. 10 Os seus grandes serão esmagados, e todos os jornaleiros andarão de alma entristecida.

11 Na verdade, são néscios os príncipes de Zoã; os sábios conselheiros de Faraó dão conselhos estúpidos; como, pois, direis a Faraó: Sou filho de sábios, filho de antigos reis? 12 Onde estão agora os teus sábios? Anunciem-te agora ou informem-te do que o SENHOR dos Exércitos determinou contra o Egito. 13 Loucos se tornaram os príncipes de Zoã, enganados estão os príncipes de Mênfis; fazem errar o Egito os que são a pedra de esquina das suas tribos. 14 O SENHOR derramou no coração deles um espírito estonteante; eles fizeram estontear o Egito em toda a sua obra, como o bêbado quando cambaleia no seu vômito. 15 Não aproveitará ao Egito obra alguma que possa ser feita pela cabeça ou cauda, pela palma ou junco.

16 Naquele dia, os egípcios serão como mulheres; tremerão e temerão ao levantar-se da mão do SENHOR dos Exércitos, que ele agitará contra eles. 17 A terra de Judá será espanto para o Egito; todo aquele que dela se lembrar encher-se-á de pavor por causa do propósito do SENHOR dos Exércitos, do que determinou contra eles.

18 Naquele dia, haverá cinco cidades na terra do Egito que falarão a língua de Canaã e farão juramento ao SENHOR dos Exércitos; uma delas se chamará Cidade do Sol.

19 Naquele dia, o SENHOR terá um altar no meio da terra do Egito, e uma coluna se erigirá ao SENHOR na sua fronteira. 20 Servirá de sinal e de testemunho ao SENHOR dos Exércitos na terra do Egito; ao SENHOR clamarão por causa dos opressores, e ele lhes enviará um salvador e defensor que os há de livrar. 21 O SENHOR se dará a conhecer ao Egito, e os egípcios conhecerão o SENHOR naquele dia; sim, eles o adorarão com sacrifícios e ofertas de manjares, e farão votos ao SENHOR, e os cumprirão. 22 Ferirá o SENHOR os egípcios, ferirá, mas os curará; converter-se-ão ao SENHOR, e ele lhes atenderá as orações e os curará.

23 Naquele dia, haverá estrada do Egito até à Assíria, os assírios irão ao Egito, e os egípcios, à Assíria; e os egípcios adorarão com os assírios.

24 Naquele dia, Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma bênção no meio da terra; 25 porque o SENHOR dos Exércitos os abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança.


Leitura Extra

A Revelação

O Apocalipse de João

Capítulo 17

A descrição da grande meretriz

1 Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas, 2 com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra. 3 Transportou-me o anjo, em espírito, a um deserto e vi uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres. 4 Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição. 5 Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: Babilônia, a Grande, a Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra. 6 Então, vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus; e, quando a vi, admirei-me com grande espanto. 7 O anjo, porém, me disse: Por que te admiraste? Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres e que leva a mulher: 8 a besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá. 9 Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis, 10 dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco. 11 E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição. 12 Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora. 13 Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem. 14 Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele. 15 Falou-me ainda: As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos, multidões, nações e línguas. 16 Os dez chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes, e a consumirão no fogo. 17 Porque em seu coração incutiu Deus que realizem o seu pensamento, o executem à uma e deem à besta o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de Deus. 18 A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis da terra.

Capítulo 18

O anúncio da queda de Babilônia

1 Depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glória. 2 Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável, 3 pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria.

4 Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos; 5 porque os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou dos atos iníquos que ela praticou. 6 Dai-lhe em retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo as suas obras e, no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela. 7 O quanto a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento e pranto, porque diz consigo mesma: Estou sentada como rainha. Viúva, não sou. Pranto, nunca hei de ver! 8 Por isso, em um só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou.

A queda da Babilônia

Os lamentos dos admiradores de Babilônia

9 Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando virem a fumaceira do seu incêndio, 10 e, conservando-se de longe, pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo. 11 E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria, 12 mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore; 13 e canela de cheiro, especiarias, incenso, unguento, bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo, gado e ovelhas; e de cavalos, de carros, de escravos e até almas humanas. 14 O fruto sazonado, que a tua alma tanto apeteceu, se apartou de ti, e para ti se extinguiu tudo o que é delicado e esplêndido, e nunca jamais serão achados. 15 Os mercadores destas coisas, que, por meio dela, se enriqueceram, conservar-se-ão de longe, pelo medo do seu tormento, chorando e pranteando, 16 dizendo: Ai! Ai da grande cidade, que estava vestida de linho finíssimo, de púrpura, e de escarlata, adornada de ouro, e de pedras preciosas, e de pérolas, 17 porque, em uma só hora, ficou devastada tamanha riqueza! E todo piloto, e todo aquele que navega livremente, e marinheiros, e quantos labutam no mar conservaram-se de longe. 18 Então, vendo a fumaceira do seu incêndio, gritavam: Que cidade se compara à grande cidade? 19 Lançaram pó sobre a cabeça e, chorando e pranteando, gritavam: Ai! Ai da grande cidade, na qual se enriqueceram todos os que possuíam navios no mar, à custa da sua opulência, porque, em uma só hora, foi devastada! 20 Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa.

A ruína de Babilônia é completa e definitiva

21 Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada. 22 E voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá, nem artífice algum de qualquer arte jamais em ti se achará, e nunca jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho. 23 Também jamais em ti brilhará luz de candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria. 24 E nela se achou sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra.

Capítulo 19

O júbilo no céu

1 Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo:

Aleluia!

A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus,

2 porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos,

pois julgou a grande meretriz

que corrompia a terra com a sua prostituição

e das mãos dela

vingou o sangue dos seus servos.

3 Segunda vez disseram:

Aleluia!

E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos.

4 Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! 5 Saiu uma voz do trono, exclamando:

Dai louvores ao nosso Deus,

todos os seus servos,

os que o temeis,

os pequenos e os grandes.

6 Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo:

Aleluia!

Pois reina o Senhor,

nosso Deus, o Todo-Poderoso.

7 Alegremo-nos, exultemos

e demos-lhe a glória,

porque são chegadas as bodas do Cordeiro,

cuja esposa a si mesma já se ataviou,

8 pois lhe foi dado vestir-se

de linho finíssimo, resplandecente e puro.

Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos.

9 Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus. 10 Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.

Cristo, o vencedor da besta e do falso profeta

11 Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. 12 Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. 13 Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus; 14 e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. 15 Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. 16 Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

17 Então, vi um anjo posto em pé no sol, e clamou com grande voz, falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus, 18 para que comais carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros, carnes de todos, quer livres, quer escravos, tanto pequenos como grandes.

19 E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem contra aquele que estava montado no cavalo e contra o seu exército. 20 Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre. 21 Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo. E todas as aves se fartaram das suas carnes.