Leitura Diária da Bíblia

18 de abril, dia 108: Reis II, cap. 3 a 5

O caminho do perverso é abominação ao SENHOR, mas este ama o que segue a justiça. (Provérbios 15.9)

Disciplina rigorosa há para o que deixa a vereda, e o que odeia a repreensão morrerá. (Provérbios 15.10)

Salmo 95

Convite a louvar o SENHOR

1 Vinde, cantemos ao SENHOR, com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa salvação.

2 Saiamos ao seu encontro, com ações de graças, vitoriemo-lo com salmos.

3 Porque o SENHOR é o Deus supremo e o grande Rei acima de todos os deuses.

4 Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes lhe pertencem.

5 Dele é o mar, pois ele o fez; obra de suas mãos, os continentes.

6 Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou.

7 Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas de sua mão. Hoje, se ouvirdes a sua voz, 8 não endureçais o coração, como em Meribá, como no dia de Massá, no deserto, 9 quando vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, não obstante terem visto as minhas obras.

10 Durante quarenta anos, estive desgostado com essa geração e disse: é povo de coração transviado, não conhece os meus caminhos.

11 Por isso, jurei na minha ira: não entrarão no meu descanso.


The Bible Project Reading Plan

Parte VII

Ascensão e Queda do Reino de Israel

O Segundo Livro dos Reis

Capítulo 3

O reinado de Jorão sobre Israel

1 Jorão, filho de Acabe, começou a reinar sobre Israel, em Samaria, no décimo oitavo ano de Josafá, rei de Judá; e reinou doze anos. 2 Fez o que era mau perante o SENHOR; porém não como seu pai, nem como sua mãe; porque tirou a coluna de Baal, que seu pai fizera. 3 Contudo, aderiu aos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fizera pecar a Israel; não se apartou deles.

Eliseu prediz a vitória sobre Moabe

4 Então, Mesa, rei dos moabitas, era criador de gado e pagava o seu tributo ao rei de Israel com cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros. 5 Tendo, porém, morrido Acabe, revoltou-se o rei de Moabe contra o rei de Israel. 6 Por isso, Jorão, ao mesmo tempo, saiu de Samaria e fez revista de todo o Israel. 7 Mandou dizer a Josafá, rei de Judá: O rei de Moabe se revoltou contra mim; irás tu comigo à guerra contra Moabe? Respondeu ele: Subirei; serei como tu és, o meu povo, como o teu povo, os meus cavalos, como os teus cavalos. 8 Então, perguntou Jorão: Por que caminho subiremos? Respondeu ele: Pelo caminho do deserto de Edom.

9 Partiram o rei de Israel, o rei de Judá e o rei de Edom; após sete dias de marcha, não havia água para o exército e para o gado que os seguiam. 10 Então, disse o rei de Israel: Ai! O SENHOR chamou a estes três reis para os entregar nas mãos de Moabe. 11 Perguntou, porém, Josafá: Não há, aqui, algum profeta do SENHOR, para que consultemos o SENHOR por ele? Respondeu um dos servos do rei de Israel: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de Elias. 12 Disse Josafá: Está com ele a palavra do SENHOR. Então, o rei de Israel, Josafá e o rei de Edom desceram a ter com ele.

13 Mas Eliseu disse ao rei de Israel: Que tenho eu contigo? Vai aos profetas de teu pai e aos profetas de tua mãe. Porém o rei de Israel lhe disse: Não, porque o SENHOR é quem chamou estes três reis para os entregar nas mãos de Moabe. 14 Disse Eliseu: Tão certo como vive o SENHOR dos Exércitos, em cuja presença estou, se eu não respeitasse a presença de Josafá, rei de Judá, não te daria atenção, nem te contemplaria. 15 Ora, pois, trazei-me um tangedor. Quando o tangedor tocava, veio o poder de Deus sobre Eliseu. 16 Este disse: Assim diz o SENHOR: Fazei, neste vale, covas e covas. 17 Porque assim diz o SENHOR: Não sentireis vento, nem vereis chuva; todavia, este vale se encherá de tanta água, que bebereis vós, e o vosso gado, e os vossos animais. 18 Isto é ainda pouco aos olhos do SENHOR; de maneira que também entregará Moabe nas vossas mãos. 19 Ferireis todas as cidades fortificadas e todas as cidades principais, e todas as boas árvores cortareis, e tapareis todas as fontes de água, e danificareis com pedras todos os bons campos. 20 Pela manhã, ao apresentar-se a oferta de manjares, eis que vinham as águas pelo caminho de Edom; e a terra se encheu de água.

A derrota de Moabe

21 Ouvindo, pois, todos os moabitas que os reis tinham subido para pelejar contra eles, todos os que cingiam cinto, desde o mais novo até ao mais velho, foram convocados e postos nas fronteiras. 22 Levantando-se de madrugada, em saindo o sol sobre as águas, viram os moabitas defronte deles as águas vermelhas como sangue. 23 E disseram: Isto é sangue; certamente, os reis se destruíram e se mataram um ao outro! Agora, pois, à presa, ó Moabe! 24 Porém, chegando eles ao arraial de Israel, os israelitas se levantaram e feriram aos moabitas, os quais fugiram diante deles; entraram os israelitas na terra e também aí feriram aos moabitas. 25 Arrasaram as cidades, e cada um lançou a sua pedra em todos os bons campos, e os entulharam, e taparam todas as fontes de águas, e cortaram todas as boas árvores, até que só Quir-Haresete ficou com seus muros; mas os que atiravam com fundas a cercaram e a feriram. 26 Vendo o rei de Moabe que a peleja prevalecia contra ele, tomou consigo setecentos homens que arrancavam espada, para romperem contra o rei de Edom, porém não puderam. 27 Então, tomou a seu filho primogênito, que havia de reinar em seu lugar, e o ofereceu em holocausto sobre o muro; pelo que houve grande ira contra Israel; por isso, se retiraram dali e voltaram para a sua própria terra.

Capítulo 4

Eliseu aumenta o azeite da viúva

1 Certa mulher, das mulheres dos discípulos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que ele temia ao SENHOR. É chegado o credor para levar os meus dois filhos para lhe serem escravos. 2 Eliseu lhe perguntou: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. Ela respondeu: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. 3 Então, disse ele: Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos; vasilhas vazias, não poucas. 4 Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o teu azeite em todas aquelas vasilhas; põe à parte a que estiver cheia. 5 Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; estes lhe chegavam as vasilhas, e ela as enchia. 6 Cheias as vasilhas, disse ela a um dos filhos: Chega-me, aqui, mais uma vasilha. Mas ele respondeu: Não há mais vasilha nenhuma. E o azeite parou. 7 Então, foi ela e fez saber ao homem de Deus; ele disse: Vai, vende o azeite e paga a tua dívida; e, tu e teus filhos, vivei do resto.

Eliseu e a sunamita

8 Certo dia, passou Eliseu por Suném, onde se achava uma mulher rica, a qual o constrangeu a comer pão. Daí, todas as vezes que passava por lá, entrava para comer. 9 Ela disse a seu marido: Vejo que este que passa sempre por nós é santo homem de Deus. 10 Façamos-lhe, pois, em cima, um pequeno quarto, obra de pedreiro, e ponhamos-lhe nele uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; quando ele vier à nossa casa, retirar-se-á para ali.

11 Um dia, vindo ele para ali, retirou-se para o quarto e se deitou. 12 Então, disse ao seu moço Geazi: Chama esta sunamita. Chamando-a ele, ela se pôs diante do profeta. 13 Este dissera ao seu moço: Dize-lhe: Eis que tu nos tens tratado com muita abnegação; que se há de fazer por ti? Haverá alguma coisa de que se fale a teu favor ao rei ou ao comandante do exército? Ela respondeu: Habito no meio do meu povo. 14 Então, disse o profeta: Que se há de fazer por ela? Geazi respondeu: Ora, ela não tem filho, e seu marido é velho. 15 Disse Eliseu: Chama-a. Chamando-a ele, ela se pôs à porta. 16 Disse-lhe o profeta: Por este tempo, daqui a um ano, abraçarás um filho. Ela disse: Não, meu senhor, homem de Deus, não mintas à tua serva. 17 Concebeu a mulher e deu à luz um filho, no tempo determinado, quando fez um ano, segundo Eliseu lhe dissera.

18 Tendo crescido o menino, saiu, certo dia, a ter com seu pai, que estava com os segadores. 19 Disse a seu pai: Ai! A minha cabeça! Então, o pai disse ao seu moço: Leva-o a sua mãe. 20 Ele o tomou e o levou a sua mãe, sobre cujos joelhos ficou sentado até ao meio-dia, e morreu. 21 Subiu ela e o deitou sobre a cama do homem de Deus; fechou a porta e saiu. 22 Chamou a seu marido e lhe disse: Manda-me um dos moços e uma das jumentas, para que eu corra ao homem de Deus e volte. 23 Perguntou ele: Por que vais a ele hoje? Não é dia de Festa da Lua Nova nem sábado. Ela disse: Não faz mal. 24 Então, fez ela albardar a jumenta e disse ao moço: Guia e anda, não te detenhas no caminhar, senão quando eu to disser. 25 Partiu ela, pois, e foi ter com o homem de Deus, ao monte Carmelo. Vendo-a de longe o homem de Deus, disse a Geazi, seu moço: Eis aí a sunamita; 26 corre ao seu encontro e dize-lhe: Vai tudo bem contigo, com teu marido, com o menino? Ela respondeu: Tudo bem. 27 Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, abraçou-lhe os pés. Então, se chegou Geazi para arrancá-la; mas o homem de Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma está em amargura, e o SENHOR mo encobriu e não mo manifestou. 28 Disse ela: Pedi eu a meu senhor algum filho? Não disse eu: Não me enganes? 29 Disse o profeta a Geazi: Cinge os lombos, toma o meu bordão contigo e vai. Se encontrares alguém, não o saúdes, e, se alguém te saudar, não lhe respondas; põe o meu bordão sobre o rosto do menino. 30 Porém disse a mãe do menino: Tão certo como vive o SENHOR e vive a tua alma, não te deixarei. Então, ele se levantou e a seguiu. 31 Geazi passou adiante deles e pôs o bordão sobre o rosto do menino; porém não houve nele voz nem sinal de vida; então, voltou a encontrar-se com Eliseu, e lhe deu aviso, e disse: O menino não despertou.

32 Tendo o profeta chegado à casa, eis que o menino estava morto sobre a cama. 33 Então, entrou, fechou a porta sobre eles ambos e orou ao SENHOR. 34 Subiu à cama, deitou-se sobre o menino e, pondo a sua boca sobre a boca dele, os seus olhos sobre os olhos dele e as suas mãos sobre as mãos dele, se estendeu sobre ele; e a carne do menino aqueceu. 35 Então, se levantou, e andou no quarto uma vez de lá para cá, e tornou a subir, e se estendeu sobre o menino; este espirrou sete vezes e abriu os olhos. 36 Então, chamou a Geazi e disse: Chama a sunamita. Ele a chamou, e, apresentando-se ela ao profeta, este lhe disse: Toma o teu filho. 37 Ela entrou, lançou-se aos pés dele e prostrou-se em terra; tomou o seu filho e saiu.

Morte na panela

38 Voltou Eliseu para Gilgal. Havia fome naquela terra, e, estando os discípulos dos profetas assentados diante dele, disse ao seu moço: Põe a panela grande ao lume e faze um cozinhado para os discípulos dos profetas. 39 Então, saiu um ao campo a apanhar ervas e achou uma trepadeira silvestre; e, colhendo dela, encheu a sua capa de colocíntidas; voltou e cortou-as em pedaços, pondo-os na panela, visto que não as conheciam. 40 Depois, deram de comer aos homens. Enquanto comiam do cozinhado, exclamaram: Morte na panela, ó homem de Deus! E não puderam comer. 41 Porém ele disse: Trazei farinha. Ele a deitou na panela e disse: Tira de comer para o povo. E já não havia mal nenhum na panela.

Vinte pães satisfazem cem homens

42 Veio um homem de Baal-Salisa e trouxe ao homem de Deus pães das primícias, vinte pães de cevada, e espigas verdes no seu alforje. Disse Eliseu: Dá ao povo para que coma. 43 Porém seu servo lhe disse: Como hei de eu pôr isto diante de cem homens? Ele tornou a dizer: Dá-o ao povo, para que coma; porque assim diz o SENHOR: Comerão, e sobejará. 44 Então, lhos pôs diante; comeram, e ainda sobrou, conforme a palavra do SENHOR.

Capítulo 5

Naamã curado da lepra

1 Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande homem diante do seu senhor e de muito conceito, porque por ele o SENHOR dera vitória à Síria; era ele herói da guerra, porém leproso. 2 Saíram tropas da Síria, e da terra de Israel levaram cativa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã. 3 Disse ela à sua senhora: Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra. 4 Então, foi Naamã e disse ao seu senhor: Assim e assim falou a jovem que é da terra de Israel. 5 Respondeu o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. Ele partiu e levou consigo dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez vestes festivais. 6 Levou também ao rei de Israel a carta, que dizia: Logo, em chegando a ti esta carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o cures da sua lepra. 7 Tendo lido o rei de Israel a carta, rasgou as suas vestes e disse: Acaso, sou Deus com poder de tirar a vida ou dá-la, para que este envie a mim um homem para eu curá-lo de sua lepra? Notai, pois, e vede que procura um pretexto para romper comigo. 8 Ouvindo, porém, Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel. 9 Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e os seus carros e parou à porta da casa de Eliseu. 10 Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo. 11 Naamã, porém, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do SENHOR, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso. 12 Não são, porventura, Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não poderia eu lavar-me neles e ficar limpo? E voltou-se e se foi com indignação. 13 Então, se chegaram a ele os seus oficiais e lhe disseram: Meu pai, se te houvesse dito o profeta alguma coisa difícil, acaso, não a farias? Quanto mais, já que apenas te disse: Lava-te e ficarás limpo. 14 Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, consoante a palavra do homem de Deus; e a sua carne se tornou como a carne de uma criança, e ficou limpo.

15 Voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva; veio, pôs-se diante dele e disse: Eis que, agora, reconheço que em toda a terra não há Deus, senão em Israel; agora, pois, te peço aceites um presente do teu servo. 16 Porém ele disse: Tão certo como vive o SENHOR, em cuja presença estou, não o aceitarei. Instou com ele para que o aceitasse, mas ele recusou. 17 Disse Naamã: Se não queres, peço-te que ao teu servo seja dado levar uma carga de terra de dois mulos; porque nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao SENHOR. 18 Nisto perdoe o SENHOR a teu servo; quando o meu senhor entra na casa de Rimom para ali adorar, e ele se encosta na minha mão, e eu também me tenha de encurvar na casa de Rimom, quando assim me prostrar na casa de Rimom, nisto perdoe o SENHOR a teu servo. 19 Eliseu lhe disse: Vai em paz.

Geazi atacado de lepra

Quando Naamã se tinha afastado certa distância, 20 Geazi, o moço de Eliseu, homem de Deus, disse consigo: Eis que meu senhor impediu a este siro Naamã que da sua mão se lhe desse alguma coisa do que trazia; porém, tão certo como vive o SENHOR, hei de correr atrás dele e receberei dele alguma coisa. 21 Então, foi Geazi em alcance de Naamã; Naamã, vendo que corria atrás dele, saltou do carro a encontrá-lo e perguntou: Vai tudo bem? 22 Ele respondeu: Tudo vai bem; meu senhor me mandou dizer: Eis que, agora mesmo, vieram a mim dois jovens, dentre os discípulos dos profetas da região montanhosa de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas vestes festivais. 23 Disse Naamã: Sê servido tomar dois talentos. Instou com ele e amarrou dois talentos de prata em dois sacos e duas vestes festivais; pô-los sobre dois dos seus moços, os quais os levaram adiante dele. 24 Tendo ele chegado ao outeiro, tomou-os das suas mãos e os depositou na casa; e despediu aqueles homens, que se foram. 25 Ele, porém, entrou e se pôs diante de seu senhor. Perguntou-lhe Eliseu: Donde vens, Geazi? Respondeu ele: Teu servo não foi a parte alguma. 26 Porém ele lhe disse: Porventura, não fui contigo em espírito quando aquele homem voltou do seu carro, a encontrar-te? Era isto ocasião para tomares prata e para tomares vestes, olivais e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas? 27 Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a neve.


Leitura Extra

O Povo do Reino de Deus

Primeira Epístola de Pedro

Capítulo 3

A exemplar vida cristã: deveres dos casados

1 Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, 2 ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor. 3 Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; 4 seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus. 5 Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido, 6 como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.

7 Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações.

A exemplar vida cristã: o amor fraternal

8 Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, 9 não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança. 10 Pois

quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente;

11 aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la.

12 Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males.

A prática do bem e a longanimidade segundo o exemplo de Cristo

13 Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom? 14 Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados; 15 antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, 16 fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, 17 porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal. 18 Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, 19 no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, 20 os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água, 21 a qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo; 22 o qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes.

Capítulo 4

A morte para o pecado e a pureza de vida

1 Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado, 2 para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus. 3 Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias. 4 Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão, 5 os quais hão de prestar contas àquele que é competente para julgar vivos e mortos; 6 pois, para este fim, foi o evangelho pregado também a mortos, para que, mesmo julgados na carne segundo os homens, vivam no espírito segundo Deus.

Deveres dos crentes uns para com os outros

7 Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações. 8 Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados. 9 Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração. 10 Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. 11 Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!

O sofrer por Cristo é privilégio glorioso

12 Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; 13 pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando. 14 Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus. 15 Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem; 16 mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome. 17 Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? 18 E, se é com dificuldade que o justo é salvo, onde vai comparecer o ímpio, sim, o pecador? 19 Por isso, também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem.

Capítulo 5

Os deveres do ministério

1 Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda coparticipante da glória que há de ser revelada: 2 pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; 3 nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. 4 Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.

Conselhos, votos, saudações finais e bênção

5 Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça. 6 Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, 7 lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. 8 Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; 9 resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo. 10 Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. 11 A ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém!

12 Por meio de Silvano, que para vós outros é fiel irmão, como também o considero, vos escrevo resumidamente, exortando e testificando, de novo, que esta é a genuína graça de Deus; nela estai firmes. 13 Aquela que se encontra em Babilônia, também eleita, vos saúda, como igualmente meu filho Marcos. 14 Saudai-vos uns aos outros com ósculo de amor.

Paz a todos vós que vos achais em Cristo.