Leitura Diária da Bíblia

9 de abril, dia 99: Samuel II, cap. 22 a 24

O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado. (Provérbios 14.31)

Salmo 86

Súplica e confiança

Oração de Davi

1 Inclina, SENHOR, os ouvidos e responde-me, pois estou aflito e necessitado.

2 Preserva a minha alma, pois eu sou piedoso; tu, ó Deus meu, salva o teu servo que em ti confia.

3 Compadece-te de mim, ó Senhor, pois a ti clamo de contínuo.

4 Alegra a alma do teu servo, porque a ti, Senhor, elevo a minha alma.

5 Pois tu, Senhor, és bom e compassivo; abundante em benignidade para com todos os que te invocam.

6 Escuta, SENHOR, a minha oração e atende à voz das minhas súplicas.

7 No dia da minha angústia, clamo a ti, porque me respondes.

8 Não há entre os deuses semelhante a ti, Senhor; e nada existe que se compare às tuas obras.

9 Todas as nações que fizeste virão, prostrar-se-ão diante de ti, Senhor, e glorificarão o teu nome.

10 Pois tu és grande e operas maravilhas; só tu és Deus!

11 Ensina-me, SENHOR, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe-me o coração para só temer o teu nome.

12 Dar-te-ei graças, Senhor, Deus meu, de todo o coração, e glorificarei para sempre o teu nome.

13 Pois grande é a tua misericórdia para comigo, e me livraste a alma do mais profundo poder da morte.

14 Ó Deus, os soberbos se têm levantado contra mim, e um bando de violentos atenta contra a minha vida; eles não te consideram.

15 Mas tu, Senhor, és Deus compassivo e cheio de graça, paciente e grande em misericórdia e em verdade.

16 Volta-te para mim e compadece-te de mim; concede a tua força ao teu servo e salva o filho da tua serva.

17 Mostra-me um sinal do teu favor, para que o vejam e se envergonhem os que me aborrecem; pois tu, SENHOR, me ajudas e me consolas.


The Bible Project Reading Plan

Parte VII

Ascensão e Queda do Reino de Israel

O Segundo Livro de Samuel

Capítulo 22

Cântico de Davi em ações de graças

Sl 18.1-50

1 Falou Davi ao SENHOR as palavras deste cântico, no dia em que o SENHOR o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul. 2 E disse:

O SENHOR é a minha rocha,

a minha cidadela, o meu libertador;

3 o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio;

o meu escudo, a força da minha salvação,

o meu baluarte e o meu refúgio.

Ó Deus, da violência tu me salvas.

4 Invoco o SENHOR, digno de ser louvado,

e serei salvo dos meus inimigos.

5 Porque ondas de morte me cercaram,

torrentes de impiedade me impuseram terror;

6 cadeias infernais me cingiram,

e tramas de morte me surpreenderam.

7 Na minha angústia, invoquei o SENHOR,

clamei a meu Deus;

ele, do seu templo, ouviu a minha voz,

e o meu clamor chegou aos seus ouvidos.

8 Então, a terra se abalou e tremeu,

vacilaram também os fundamentos dos céus

e se estremeceram, porque ele se indignou.

9 Das suas narinas, subiu fumaça,

e, da sua boca, fogo devorador;

dele saíram carvões, em chama.

10 Baixou ele os céus, e desceu,

e teve sob os pés densa escuridão.

11 Cavalgava um querubim e voou;

e foi visto sobre as asas do vento.

12 Por pavilhão pôs, ao redor de si,

trevas, ajuntamento de águas, nuvens dos céus.

13 Do resplendor que diante dele havia,

brasas de fogo se acenderam.

14 Trovejou o SENHOR desde os céus;

o Altíssimo levantou a sua voz.

15 Despediu setas, e espalhou os meus inimigos,

e raios, e os desbaratou.

16 Então, se viu o leito das águas,

e se descobriram os fundamentos do mundo,

pela repreensão do SENHOR,

pelo iroso resfolgar das suas narinas.

17 Do alto, me estendeu ele a mão e me tomou;

tirou-me das muitas águas.

18 Livrou-me do forte inimigo,

dos que me aborreciam,

porque eram mais poderosos do que eu.

19 Assaltaram-me no dia da minha calamidade,

mas o SENHOR me serviu de amparo.

20 Trouxe-me para um lugar espaçoso;

livrou-me, porque ele se agradou de mim.

21 Retribuiu-me o SENHOR segundo a minha justiça,

recompensou-me conforme a pureza das minhas mãos.

22 Pois tenho guardado os caminhos do SENHOR

e não me apartei perversamente do meu Deus.

23 Porque todos os seus juízos me estão presentes,

e dos seus estatutos não me desviei.

24 Também fui inculpável para com ele

e me guardei da iniquidade.

25 Daí, retribuir-me o SENHOR segundo a minha justiça,

segundo a minha pureza diante dos seus olhos.

26 Para com o benigno, benigno te mostras;

com o íntegro, também íntegro.

27 Com o puro, puro te mostras;

com o perverso, inflexível.

28 Tu salvas o povo humilde,

mas, com um lance de vista, abates os altivos.

29 Tu, SENHOR, és a minha lâmpada;

o SENHOR derrama luz nas minhas trevas.

30 Pois contigo desbarato exércitos,

com o meu Deus, salto muralhas.

31 O caminho de Deus é perfeito;

a palavra do SENHOR é provada;

ele é escudo para todos os que nele se refugiam.

32 Pois quem é Deus, senão o SENHOR?

E quem é rochedo, senão o nosso Deus?

33 Deus é a minha fortaleza e a minha força

e ele perfeitamente desembaraça o meu caminho.

34 Ele deu a meus pés a ligeireza das corças

e me firmou nas minhas alturas.

35 Ele adestrou as minhas mãos para o combate,

de sorte que os meus braços vergaram um arco de bronze.

36 Também me deste o escudo do teu salvamento,

e a tua clemência me engrandeceu.

37 Alongaste sob meus passos o caminho,

e os meus pés não vacilaram.

38 Persegui os meus inimigos, e os derrotei,

e só voltei depois de haver dado cabo deles.

39 Acabei com eles, esmagando-os a tal ponto, que não puderam levantar-se;

caíram sob meus pés.

40 Pois de força me cingiste para o combate

e me submeteste os que se levantaram contra mim.

41 Também puseste em fuga os meus inimigos,

e os que me odiaram, eu os exterminei.

42 Olharam, mas ninguém lhes acudiu,

sim, para o SENHOR, mas ele não respondeu.

43 Então, os moí como o pó da terra;

esmaguei-os e, como a lama das ruas, os amassei.

44 Das contendas do meu povo me livraste

e me fizeste cabeça das nações;

povo que não conheci me serviu.

45 Os estrangeiros se me sujeitaram;

ouvindo a minha voz, me obedeceram.

46 Sumiram-se os estrangeiros

e das suas fortificações saíram espavoridos.

47 Vive o SENHOR, e bendita seja a minha Rocha!

Exaltado seja o meu Deus, a Rocha da minha salvação!

48 O Deus que por mim tomou vingança

e me submeteu povos;

49 o Deus que me tirou dentre os meus inimigos;

sim, tu que me exaltaste acima dos meus adversários

e me livraste do homem violento.

50 Celebrar-te-ei, pois, entre as nações, ó SENHOR,

e cantarei louvores ao teu nome.

51 É ele quem dá grandes vitórias ao seu rei

e usa de benignidade para com o seu ungido,

com Davi e sua posteridade, para sempre.

Capítulo 23

As últimas palavras de Davi

1 São estas as últimas palavras de Davi:

Palavra de Davi, filho de Jessé,

palavra do homem que foi exaltado,

do ungido do Deus de Jacó,

do mavioso salmista de Israel.

2 O Espírito do SENHOR fala por meu intermédio,

e a sua palavra está na minha língua.

3 Disse o Deus de Israel,

a Rocha de Israel a mim me falou:

Aquele que domina com justiça sobre os homens,

que domina no temor de Deus,

4 é como a luz da manhã, quando sai o sol,

como manhã sem nuvens,

cujo esplendor, depois da chuva, faz brotar da terra a erva.

5 Não está assim com Deus a minha casa?

Pois estabeleceu comigo uma aliança eterna,

em tudo bem-definida e segura.

Não me fará ele prosperar toda a minha salvação

e toda a minha esperança?

6 Porém os filhos de Belial serão todos lançados fora como os espinhos,

pois não podem ser tocados com as mãos,

7 mas qualquer, para os tocar,

se armará de ferro e da haste de uma lança;

e a fogo serão totalmente queimados no seu lugar.

Os valentes de Davi

1Cr 11.10-47

8 São estes os nomes dos valentes de Davi: Josebe-Bassebete, filho de Taquemoni, o principal de três; este brandiu a sua lança contra oitocentos e os feriu de uma vez. 9 Depois dele, Eleazar, filho de Dodô, filho de Aoí, entre os três valentes que estavam com Davi, quando desafiaram os filisteus ali reunidos para a peleja. Quando já se haviam retirado os filhos de Israel, 10 ele se levantou e feriu os filisteus, até lhe cansar a mão e ficar pegada à espada; naquele dia, o SENHOR efetuou grande livramento; e o povo voltou para onde Eleazar estava somente para tomar os despojos. 11 Depois dele, Sama, filho de Agé, o hararita, quando os filisteus se ajuntaram em Leí, onde havia um pedaço de terra cheio de lentilhas; e o povo fugia de diante dos filisteus. 12 Pôs-se Sama no meio daquele terreno, e o defendeu, e feriu os filisteus; e o SENHOR efetuou grande livramento.

13 Também três dos trinta cabeças desceram e, no tempo da sega, foram ter com Davi, à caverna de Adulão; e uma tropa de filisteus se acampara no vale dos Refains. 14 Davi estava na fortaleza, e a guarnição dos filisteus, em Belém. 15 Suspirou Davi e disse: Quem me dera beber água do poço que está junto à porta de Belém! 16 Então, aqueles três valentes romperam pelo acampamento dos filisteus, e tiraram água do poço junto à porta de Belém, e tomaram-na, e a levaram a Davi; ele não a quis beber, porém a derramou como libação ao SENHOR. 17 E disse: Longe de mim, ó SENHOR, fazer tal coisa; beberia eu o sangue dos homens que lá foram com perigo de sua vida? De maneira que não a quis beber. São estas as coisas que fizeram os três valentes.

18 Também Abisai, irmão de Joabe, filho de Zeruia, era cabeça de trinta; e alçou a sua lança contra trezentos e os feriu. E tinha nome entre os primeiros três. 19 Era ele mais nobre do que os trinta e era o primeiro deles; contudo, aos primeiros três não chegou.

20 Também Benaia, filho de Joiada, era homem valente de Cabzeel e grande em obras; feriu ele dois heróis de Moabe. Desceu numa cova e nela matou um leão no tempo da neve. 21 Matou também um egípcio, homem de grande estatura; o egípcio trazia uma lança, mas Benaia o atacou com um cajado, arrancou-lhe da mão a lança e com ela o matou. 22 Estas coisas fez Benaia, filho de Joiada, pelo que teve nome entre os primeiros três valentes. 23 Era mais nobre do que os trinta, porém aos três primeiros não chegou, e Davi o pôs sobre a sua guarda.

24 Entre os trinta figuravam: Asael, irmão de Joabe; Elanã, filho de Dodô, de Belém; 25 Sama, harodita; Elica, harodita; 26 Heles, paltita; Ira, filho de Iques, tecoíta; 27 Abiezer, anatotita; Mebunai, husatita; 28 Zalmom, aoíta; Maarai, netofatita; 29 Helebe, filho de Baaná, netofatita; Itai, filho de Ribai, de Gibeá, dos filhos de Benjamim; 30 Benaia, piratonita; Hidai, do ribeiro de Gaás; 31 Abi-Albom, arbatita; Azmavete, barumita; 32 Eliaba, saalbonita; os filhos de Jasém; Jônatas; 33 Sama, hararita; Aião, filho de Sarar, ararita; 34 Elifelete, filho de Aasbai, filho de um maacatita; Eliã, filho de Aitofel, gilonita; 35 Hezrai, carmelita; Paarai, arbita; 36 Igal, filho de Natã, de Zobá; Bani, gadita; 37 Zeleque, amonita; Naarai, beerotita, o que trazia as armas de Joabe, filho de Zeruia; 38 Ira, itrita; Garebe, itrita; 39 Urias, heteu; ao todo, trinta e sete.

Capítulo 24

O levantamento do censo

1Cr 21.1-6

1 Tornou a ira do SENHOR a acender-se contra os israelitas, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e de Judá. 2 Disse, pois, o rei a Joabe, comandante do seu exército: Percorre todas as tribos de Israel, de Dã até Berseba, e levanta o censo do povo, para que eu saiba o seu número. 3 Então, disse Joabe ao rei: Ora, multiplique o SENHOR, teu Deus, a este povo cem vezes mais, e o rei, meu senhor, o veja; mas por que tem prazer nisto o rei, meu senhor? 4 Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joabe e contra os chefes do exército; saiu, pois, Joabe com os chefes do exército da presença do rei, a levantar o censo do povo de Israel. 5 Tendo eles passado o Jordão, acamparam-se em Aroer, à direita da cidade que está no meio do vale de Gade, e foram a Jazer. 6 Daqui foram a Gileade e chegaram até Cades, na terra dos heteus; seguiram a Dã-Jaã e viraram-se para Sidom; 7 chegaram à fortaleza de Tiro e a todas as cidades dos heveus e dos cananeus, donde saíram para o Neguebe de Judá, a Berseba. 8 Assim, percorreram toda a terra e, ao cabo de nove meses e vinte dias, chegaram a Jerusalém. 9 Deu Joabe ao rei o recenseamento do povo: havia em Israel oitocentos mil homens de guerra, que puxavam da espada; e em Judá eram quinhentos mil.

Davi escolhe o castigo

1Cr 21.7-17

10 Sentiu Davi bater-lhe o coração, depois de haver recenseado o povo, e disse ao SENHOR: Muito pequei no que fiz; porém, agora, ó SENHOR, peço-te que perdoes a iniquidade do teu servo; porque procedi mui loucamente. 11 Ao levantar-se Davi pela manhã, veio a palavra do SENHOR ao profeta Gade, vidente de Davi, dizendo: 12 Vai e dize a Davi: Assim diz o SENHOR: Três coisas te ofereço; escolhe uma delas, para que ta faça. 13 Veio, pois, Gade a Davi e lho fez saber, dizendo: Queres que sete anos de fome te venham à tua terra? Ou que, por três meses, fujas diante de teus inimigos, e eles te persigam? Ou que, por três dias, haja peste na tua terra? Delibera, agora, e vê que resposta hei de dar ao que me enviou. 14 Então, disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do SENHOR, porque muitas são as suas misericórdias; mas, nas mãos dos homens, não caia eu.

15 Então, enviou o SENHOR a peste a Israel, desde a manhã até ao tempo que determinou; e, de Dã até Berseba, morreram setenta mil homens do povo. 16 Estendendo, pois, o Anjo do SENHOR a mão sobre Jerusalém, para a destruir, arrependeu-se o SENHOR do mal e disse ao Anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, retira a mão. O Anjo estava junto à eira de Araúna, o jebuseu. 17 Vendo Davi ao Anjo que feria o povo, falou ao SENHOR e disse: Eu é que pequei, eu é que procedi perversamente; porém estas ovelhas que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai.

Davi erige um altar na eira de Araúna

1Cr 21.18-27

18 Naquele mesmo dia, veio Gade ter com Davi e lhe disse: Sobe, levanta ao SENHOR um altar na eira de Araúna, o jebuseu. 19 Davi subiu segundo a palavra de Gade, como o SENHOR lhe havia ordenado. 20 Olhou Araúna do alto e, vendo que vinham para ele o rei e os seus homens, saiu e se inclinou diante do rei, com o rosto em terra. 21 E perguntou: Por que vem o rei, meu senhor, ao seu servo? Respondeu Davi: Para comprar de ti esta eira, a fim de edificar nela um altar ao SENHOR, para que cesse a praga de sobre o povo. 22 Então, disse Araúna a Davi: Tome e ofereça o rei, meu senhor, o que bem lhe parecer; eis aí os bois para o holocausto, e os trilhos, e a apeiragem dos bois para a lenha. 23 Tudo isto, ó rei, Araúna oferece ao rei; e ajuntou: Que o SENHOR, teu Deus, te seja propício. 24 Porém o rei disse a Araúna: Não, mas eu to comprarei pelo devido preço, porque não oferecerei ao SENHOR, meu Deus, holocaustos que não me custem nada. Assim, Davi comprou a eira e pelos bois pagou cinquenta siclos de prata. 25 Edificou ali Davi ao SENHOR um altar e apresentou holocaustos e ofertas pacíficas. Assim, o SENHOR se tornou favorável para com a terra, e a praga cessou de sobre Israel.


Leitura Extra

O Povo do Reino de Deus

Epístola aos Hebreus

Introdução

Esta epístola foi escrita para cristãos que eram judeus de nascença e por isso é chamada de Epístola aos Hebreus. Eles estavam sendo perseguidos e corriam o risco de abandonar a fé cristã e voltar para a religião dos seus antepassados. A epístola parece mais um discurso ou um sermão do que uma epístola; o autor não diz quem ele é, nem para quem está escrevendo. Só no final é que aparecem umas poucas referências a pessoas (13.22-24). Ninguém sabe com certeza quem escreveu este belo sermão.

O autor desta epístola procura provar aos leitores que é por meio de Jesus Cristo que Deus envia aos seres humanos a mensagem mais perfeita a respeito de si mesmo: Jesus é a revelação completa e eterna de Deus. Ele é o Filho de Deus, superior aos profetas do Antigo Testamento, aos anjos e a Moisés e Josué. Ele é o eterno sumo sacerdote, que se ofereceu a si mesmo como sacrifício perfeito a Deus a fim de tirar os pecados da humanidade. É por meio dele que Deus faz uma nova e perfeita aliança com o seu povo. E é por meio de Jesus Cristo que se consegue a salvação eterna.

No capítulo 11 o autor fala dos heróis da fé, as pessoas do Antigo Testamento que continuaram firmes na sua fé em Deus, mesmo quando enfrentaram derrotas, perseguições e martírio. Ele recomenda aos seus leitores que pensem nesses heróis e sigam o exemplo deles. Depois de vários conselhos, o autor termina com uma oração, saudações e bênção.

Esquema do conteúdo

Prólogo: Jesus Cristo, a perfeita revelação de Deus (1.1-4)

1. A superioridade do Filho

a. O Filho, superior aos anjos (1.5—2.18)

b. O Filho, superior a Moisés (3.1—4.13)

2. Jesus, o grande sumo sacerdote

a. O Filho, superior ao sacerdócio de Arão (4.14—7.28)

b. Jesus, mediador de uma nova aliança (8.1—9.22)

c. O sacrifício de Cristo é superior (9.23— 10.18)

3. Fé e fortalecimento no sofrimento

a. Exortação à fidelidade (10.19-39)

b. Os heróis da fé (11.1-40)

c. Firmeza e perseverança na fé (12.1-11)

d. Conselhos e avisos (12.12-29)

4. A vida cristã (13.1-19)

Recomendações e bênção (13.20-25)

Capítulo 1

A revelação de Deus

1 Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, 2 nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. 3 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, 4 tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.

Cristo é o Filho, os anjos são ministros

5 Pois a qual dos anjos disse jamais:

Tu és meu Filho, eu hoje te gerei?

E outra vez:

Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?

6 E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz:

E todos os anjos de Deus o adorem.

7 Ainda, quanto aos anjos, diz:

Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo;

8 mas acerca do Filho:

O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre;

e:

Cetro de equidade é o cetro do seu reino.

9 Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros.

10 Ainda:

No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos;

11 eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos eles envelhecerão qual veste;

12 também, qual manto, os enrolarás, e, como vestes, serão igualmente mudados; tu, porém, és o mesmo, e os teus anos jamais terão fim.

13 Ora, a qual dos anjos jamais disse:

Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés?

14 Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?

Capítulo 2

O perigo da negligência

1 Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. 2 Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, 3 como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; 4 dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade.

Jesus coroado de glória: sumo sacerdote idôneo e compassivo

5 Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir, sobre o qual estamos falando; 6 antes, alguém, em certo lugar, deu pleno testemunho, dizendo:

Que é o homem, que dele te lembres? Ou o filho do homem, que o visites?

7 Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste [e o constituíste sobre as obras das tuas mãos].

8 Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés.

Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas; 9 vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem.

10 Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles. 11 Pois, tanto o que santifica como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso, é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos, 12 dizendo:

A meus irmãos declararei o teu nome, cantar-te-ei louvores no meio da congregação.

13 E outra vez:

Eu porei nele a minha confiança.

E ainda:

Eis aqui estou eu e os filhos que Deus me deu.

14 Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, 15 e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida. 16 Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão. 17 Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. 18 Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.