Leitura Diária da Bíblia

24 de fevereiro, dia 55: Números, cap. 34 a 36

Alguém há cuja tagarelice é como pontas de espada, mas a língua dos sábios é medicina. (Provérbios 12:18)

Salmo 42

A alma anela por Deus

Ao mestre de canto. Salmo didático dos filhos de Corá

1 Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma.

2 A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?

3 As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está?

4 Lembro-me destas coisas — e dentro de mim se me derrama a alma —, de como passava eu com a multidão de povo e os guiava em procissão à Casa de Deus, entre gritos de alegria e louvor, multidão em festa.

5 Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.

6 Sinto abatida dentro de mim a minha alma; lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão, e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar.

7 Um abismo chama outro abismo, ao fragor das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim.

8 Contudo, o SENHOR, durante o dia, me concede a sua misericórdia, e à noite comigo está o seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida.

9 Digo a Deus, minha rocha: por que te olvidaste de mim? Por que hei de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos?

10 Esmigalham-se-me os ossos, quando os meus adversários me insultam, dizendo e dizendo: O teu Deus, onde está?

11 Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.


The Bible Project Reading Plan

Parte V

No Deserto

O Livro de Números

Capítulo 34

Os confins da terra

1 Disse mais o SENHOR a Moisés: 2 Dá ordem aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra de Canaã, será esta a que vos cairá em herança: a terra de Canaã, segundo os seus limites. 3 A região sul vos será desde o deserto de Zim até aos limites de Edom; e o limite do sul vos será desde a extremidade do mar Salgado para o lado oriental. 4 Este limite vos irá rodeando do sul para a subida de Acrabim e passará até Zim; e as suas saídas serão do sul a Cades-Barneia; e sairá a Hazar-Adar e passará a Azmom. 5 Rodeará mais este limite de Azmom até ao ribeiro do Egito; e as suas saídas serão para o lado do mar. 6 Por vosso limite ocidental tereis o mar Grande; este vos será a fronteira do ocidente. 7 Este vos será o limite do norte: desde o mar Grande marcareis ao monte Hor. 8 Desde o monte Hor marcareis até à entrada de Hamate; e as saídas deste limite serão até Zedade; 9 dali, seguirá até Zifrom, e as suas saídas serão em Hazar-Enã; este vos será o limite do norte. 10 E, por limite do lado oriental, marcareis de Hazar-Enã até Sefã. 11 O limite descerá desde Sefã até Ribla, para o lado oriental de Aim; depois, descerá este e irá ao longo da borda do mar de Quinerete para o lado oriental; 12 descerá ainda ao longo do Jordão, e as suas saídas serão no mar Salgado; esta vos será a terra, segundo os limites de seu contorno.

13 Moisés deu ordem aos filhos de Israel, dizendo: Esta é a terra que herdareis por sortes, a qual o SENHOR mandou dar às nove tribos e à meia tribo. 14 Porque a tribo dos filhos dos rubenitas, segundo a casa de seus pais, e a tribo dos filhos dos gaditas, segundo a casa de seus pais, já receberam; também a meia tribo de Manassés já recebeu a sua herança. 15 Estas duas tribos e meia receberam a sua herança deste lado do Jordão, na altura de Jericó, do lado oriental.

Os homens que devem repartir a terra

16 Disse mais o SENHOR a Moisés: 17 São estes os nomes dos homens que vos repartirão a terra por herança: Eleazar, o sacerdote, e Josué, filho de Num. 18 Tomareis mais de cada tribo um príncipe, para repartir a terra em herança. 19 São estes os nomes dos homens: da tribo de Judá, Calebe, filho de Jefoné; 20 da tribo dos filhos de Simeão, Samuel, filho de Amiúde; 21 da tribo de Benjamim, Elidade, filho de Quislom; 22 da tribo dos filhos de Dã, o príncipe Buqui, filho de Jogli; 23 dos filhos de José, da tribo dos filhos de Manassés, o príncipe Haniel, filho de Éfode; 24 da tribo dos filhos de Efraim, o príncipe Quemuel, filho de Siftã; 25 da tribo dos filhos de Zebulom, o príncipe Elizafã, filho de Parnaque; 26 da tribo dos filhos de Issacar, o príncipe Paltiel, filho de Azã; 27 da tribo dos filhos de Aser, o príncipe Aiude, filho de Selomi; 28 da tribo dos filhos de Naftali, o príncipe Pedael, filho de Amiúde. 29 A estes o SENHOR ordenou que repartissem a herança pelos filhos de Israel, na terra de Canaã.

Capítulo 35

As cidades dos levitas

1 Disse mais o SENHOR a Moisés, nas campinas de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó: 2 Dá ordem aos filhos de Israel que, da herança da sua possessão, deem cidades aos levitas, em que habitem; e também, em torno delas, dareis aos levitas arredores para o seu gado. 3 Terão eles estas cidades para habitá-las; porém os seus arredores serão para o gado, para os rebanhos e para todos os seus animais. 4 Os arredores das cidades que dareis aos levitas, desde o muro da cidade para fora, serão de mil côvados em redor. 5 Fora da cidade, do lado oriental, medireis dois mil côvados; do lado sul, dois mil côvados; do lado ocidental, dois mil côvados e do lado norte, dois mil côvados, ficando a cidade no meio; estes lhes serão os arredores das cidades. 6 Das cidades, pois, que dareis aos levitas, seis haverá de refúgio, as quais dareis para que, nelas, se acolha o homicida; além destas, lhes dareis quarenta e duas cidades. 7 Todas as cidades que dareis aos levitas serão quarenta e oito cidades, juntamente com os seus arredores. 8 Quanto às cidades que derdes da herança dos filhos de Israel, se for numerosa a tribo, tomareis muitas; se for pequena, tomareis poucas; cada um dará das suas cidades aos levitas, na proporção da herança que lhe tocar.

As seis cidades de refúgio

Dt 4.41-43; 19.1-3

9 Disse mais o SENHOR a Moisés: 10 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando passardes o Jordão para a terra de Canaã, 11 escolhei para vós outros cidades que vos sirvam de refúgio, para que, nelas, se acolha o homicida que matar alguém involuntariamente. 12 Estas cidades vos serão para refúgio do vingador do sangue, para que o homicida não morra antes de ser apresentado perante a congregação para julgamento. 13 As cidades que derdes serão seis cidades de refúgio para vós outros. 14 Três destas cidades dareis deste lado do Jordão e três dareis na terra de Canaã; cidades de refúgio serão. 15 Serão de refúgio estas seis cidades para os filhos de Israel, e para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que, nelas, se acolha aquele que matar alguém involuntariamente.

A execução do homicida

Dt 19.11-13

16 Todavia, se alguém ferir a outrem com instrumento de ferro, e este morrer, é homicida; o homicida será morto. 17 Ou se alguém ferir a outrem, com pedra na mão, que possa causar a morte, e este morrer, é homicida; o homicida será morto. 18 Ou se alguém ferir a outrem com instrumento de pau que tiver na mão, que possa causar a morte, e este morrer, é homicida; o homicida será morto. 19 O vingador do sangue, ao encontrar o homicida, matá-lo-á. 20 Se alguém empurrar a outrem com ódio ou com mau intento lançar contra ele alguma coisa, e ele morrer, 21 ou, por inimizade, o ferir com a mão, e este morrer, será morto aquele que o feriu; é homicida; o vingador do sangue, ao encontrar o homicida, matá-lo-á.

Os privilégios oferecidos pelas cidades de refúgio

Dt 19.4-10

22 Porém, se o empurrar subitamente, sem inimizade, ou contra ele lançar algum instrumento, sem mau intento, 23 ou, não o vendo, deixar cair sobre ele alguma pedra que possa causar-lhe a morte, e ele morrer, não sendo ele seu inimigo, nem o tendo procurado para o mal, 24 então, a congregação julgará entre o matador e o vingador do sangue, segundo estas leis, 25 e livrará o homicida da mão do vingador do sangue, e o fará voltar à sua cidade de refúgio, onde se tinha acolhido; ali, ficará até à morte do sumo sacerdote, que foi ungido com o santo óleo. 26 Porém, se, de alguma sorte, o homicida sair dos limites da sua cidade de refúgio, onde se tinha acolhido, 27 e o vingador do sangue o achar fora dos limites dela, se o vingador do sangue matar o homicida, não será culpado do sangue. 28 Pois deve ficar na sua cidade de refúgio até à morte do sumo sacerdote; porém, depois da morte deste, o homicida voltará à terra da sua possessão. 29 Estas coisas vos serão por estatuto de direito a vossas gerações, em todas as vossas moradas.

30 Todo aquele que matar a outrem será morto conforme o depoimento das testemunhas; mas uma só testemunha não deporá contra alguém para que morra. 31 Não aceitareis resgate pela vida do homicida que é culpado de morte; antes, será ele morto. 32 Também não aceitareis resgate por aquele que se acolher à sua cidade de refúgio, para tornar a habitar na sua terra, antes da morte do sumo sacerdote. 33 Assim, não profanareis a terra em que estais; porque o sangue profana a terra; nenhuma expiação se fará pela terra por causa do sangue que nela for derramado, senão com o sangue daquele que o derramou. 34 Não contaminareis, pois, a terra na qual vós habitais, no meio da qual eu habito; pois eu, o SENHOR, habito no meio dos filhos de Israel.

Capítulo 36

O casamento de herdeiras

1 Chegaram os cabeças das casas paternas da família dos filhos de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, das famílias dos filhos de José, e falaram diante de Moisés e diante dos príncipes, cabeças das casas paternas dos filhos de Israel, 2 e disseram: O SENHOR ordenou a meu senhor que dê esta terra por sorte em herança aos filhos de Israel; e a meu senhor foi ordenado pelo SENHOR que a herança do nosso irmão Zelofeade se desse a suas filhas. 3 Porém, casando-se elas com algum dos filhos das outras tribos dos filhos de Israel, então, a sua herança seria diminuída da herança de nossos pais e acrescentada à herança da tribo a que vierem pertencer; assim, se tiraria da nossa herança que nos tocou em sorte. 4 Vindo também o Ano do Jubileu dos filhos de Israel, a herança delas se acrescentaria à herança da tribo daqueles a que vierem pertencer; assim, a sua herança será tirada da tribo de nossos pais.

5 Então, Moisés deu ordem aos filhos de Israel, segundo o mandado do SENHOR, dizendo: A tribo dos filhos de José fala o que é justo. 6 Esta é a palavra que o SENHOR mandou acerca das filhas de Zelofeade, dizendo: Sejam por mulheres a quem bem parecer aos seus olhos, contanto que se casem na família da tribo de seu pai. 7 Assim, a herança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo; pois os filhos de Israel se hão de vincular cada um à herança da tribo de seus pais. 8 Qualquer filha que possuir alguma herança das tribos dos filhos de Israel se casará com alguém da família da tribo de seu pai, para que os filhos de Israel possuam cada um a herança de seus pais. 9 Assim, a herança não passará de uma tribo a outra; pois as tribos dos filhos de Israel se hão de vincular cada uma à sua herança.

10 Como o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram as filhas de Zelofeade, 11 pois Macla, Tirza, Hogla, Milca e Noa, filhas de Zelofeade, se casaram com os filhos de seus tios paternos. 12 Casaram-se nas famílias dos filhos de Manassés, filho de José, e a herança delas permaneceu na tribo da família de seu pai.

13 São estes os mandamentos e os juízos que ordenou o SENHOR, por intermédio de Moisés, aos filhos de Israel nas campinas de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó.


Leitura Extra

Jesus e o Reino de Deus

Atos dos Apóstolos

Capítulo 23

Paulo perante o Sinédrio

1 Fitando Paulo os olhos no Sinédrio, disse: Varões, irmãos, tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência até ao dia de hoje. 2 Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam perto dele que lhe batessem na boca. 3 Então, lhe disse Paulo: Deus há de ferir-te, parede branqueada! Tu estás aí sentado para julgar-me segundo a lei e, contra a lei, mandas agredir-me? 4 Os que estavam a seu lado disseram: Estás injuriando o sumo sacerdote de Deus? 5 Respondeu Paulo: Não sabia, irmãos, que ele é sumo sacerdote; porque está escrito:

Não falarás mal de uma autoridade do teu povo.

6 Sabendo Paulo que uma parte do Sinédrio se compunha de saduceus e outra, de fariseus, exclamou: Varões, irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus! No tocante à esperança e à ressurreição dos mortos sou julgado! 7 Ditas estas palavras, levantou-se grande dissensão entre fariseus e saduceus, e a multidão se dividiu. 8 Pois os saduceus declaram não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito; ao passo que os fariseus admitem todas essas coisas. 9 Houve, pois, grande vozearia. E, levantando-se alguns escribas da parte dos fariseus, contendiam, dizendo: Não achamos neste homem mal algum; e será que algum espírito ou anjo lhe tenha falado? 10 Tomando vulto a celeuma, temendo o comandante que fosse Paulo espedaçado por eles, mandou descer a guarda para que o retirassem dali e o levassem para a fortaleza.

O Senhor aparece a Paulo

11 Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma.

A cilada dos judeus

12 Quando amanheceu, os judeus se reuniram e, sob anátema, juraram que não haviam de comer, nem beber, enquanto não matassem Paulo. 13 Eram mais de quarenta os que entraram nesta conspirata. 14 Estes, indo ter com os principais sacerdotes e os anciãos, disseram: Juramos, sob pena de anátema, não comer coisa alguma, enquanto não matarmos Paulo. 15 Agora, pois, notificai ao comandante, juntamente com o Sinédrio, que vo-lo apresente como se estivésseis para investigar mais acuradamente a sua causa; e nós, antes que ele chegue, estaremos prontos para assassiná-lo.

16 Mas o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido a trama, foi, entrou na fortaleza e de tudo avisou a Paulo. 17 Então, este, chamando um dos centuriões, disse: Leva este rapaz ao comandante, porque tem alguma coisa a comunicar-lhe. 18 Tomando-o, pois, levou-o ao comandante, dizendo: O preso Paulo, chamando-me, pediu-me que trouxesse à tua presença este rapaz, pois tem algo que dizer-te. 19 Tomou-o pela mão o comandante e, pondo-se à parte, perguntou-lhe: Que tens a comunicar-me? 20 Respondeu ele: Os judeus decidiram rogar-te que, amanhã, apresentes Paulo ao Sinédrio, como se houvesse de inquirir mais acuradamente a seu respeito. 21 Tu, pois, não te deixes persuadir, porque mais de quarenta entre eles estão pactuados entre si, sob anátema, de não comer, nem beber, enquanto não o matarem; e, agora, estão prontos, esperando a tua promessa. 22 Então, o comandante despediu o rapaz, recomendando-lhe que a ninguém dissesse ter-lhe trazido estas informações. 23 Chamando dois centuriões, ordenou: Tende de prontidão, desde a hora terceira da noite, duzentos soldados, setenta de cavalaria e duzentos lanceiros para irem até Cesareia; 24 preparai também animais para fazer Paulo montar e ir com segurança ao governador Félix. 25 E o comandante escreveu uma carta nestes termos:

A carta de Cláudio a Félix

26 Cláudio Lísias ao excelentíssimo governador Félix, saúde. 27 Este homem foi preso pelos judeus e estava prestes a ser morto por eles, quando eu, sobrevindo com a guarda, o livrei, por saber que ele era romano. 28 Querendo certificar-me do motivo por que o acusavam, fi-lo descer ao Sinédrio deles; 29 verifiquei ser ele acusado de coisas referentes à lei que os rege, nada, porém, que justificasse morte ou mesmo prisão. 30 Sendo eu informado de que ia haver uma cilada contra o homem, tratei de enviá-lo a ti, sem demora, intimando também os acusadores a irem dizer, na tua presença, o que há contra ele. [Saúde.]

Paulo no pretório de Herodes

31 Os soldados, pois, conforme lhes foi ordenado, tomaram Paulo e, durante a noite, o conduziram até Antipátride; 32 no dia seguinte, voltaram para a fortaleza, tendo deixado aos de cavalaria o irem com ele; 33 os quais, chegando a Cesareia, entregaram a carta ao governador e também lhe apresentaram Paulo. 34 Lida a carta, perguntou o governador de que província ele era; e, quando soube que era da Cilícia, 35 disse: Ouvir-te-ei quando chegarem os teus acusadores. E mandou que ele fosse detido no pretório de Herodes.

Capítulo 24

Ananias e Tértulo acusam Paulo perante Félix

1 Cinco dias depois, desceu o sumo sacerdote, Ananias, com alguns anciãos e com certo orador, chamado Tértulo, os quais apresentaram ao governador libelo contra Paulo. 2 Sendo este chamado, passou Tértulo a acusá-lo, dizendo: Excelentíssimo Félix, tendo nós, por teu intermédio, gozado de paz perene, e, também por teu providente cuidado, se terem feito notáveis reformas em benefício deste povo, 3 sempre e por toda parte, isto reconhecemos com toda a gratidão. 4 Entretanto, para não te deter por longo tempo, rogo-te que, de conformidade com a tua clemência, nos atendas por um pouco. 5 Porque, tendo nós verificado que este homem é uma peste e promove sedições entre os judeus esparsos por todo o mundo, sendo também o principal agitador da seita dos nazarenos, 6 o qual também tentou profanar o templo, nós o prendemos [com o intuito de julgá-lo segundo a nossa lei. 7 Mas, sobrevindo o comandante Lísias, o arrebatou das nossas mãos com grande violência, 8 ordenando que os seus acusadores viessem à tua presença]. Tu mesmo, examinando-o, poderás tomar conhecimento de todas as coisas de que nós o acusamos. 9 Os judeus também concordaram na acusação, afirmando que estas coisas eram assim.

Paulo apresenta a sua defesa

10 Paulo, tendo-lhe o governador feito sinal que falasse, respondeu: Sabendo que há muitos anos és juiz desta nação, sinto-me à vontade para me defender, 11 visto poderes verificar que não há mais de doze dias desde que subi a Jerusalém para adorar; 12 e que não me acharam no templo discutindo com alguém, nem tampouco amotinando o povo, fosse nas sinagogas ou na cidade; 13 nem te podem provar as acusações que, agora, fazem contra mim. 14 Porém confesso-te que, segundo o Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a lei e nos escritos dos profetas, 15 tendo esperança em Deus, como também estes a têm, de que haverá ressurreição, tanto de justos como de injustos. 16 Por isso, também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens. 17 Depois de anos, vim trazer esmolas à minha nação e também fazer oferendas, 18 e foi nesta prática que alguns judeus da Ásia me encontraram já purificado no templo, sem ajuntamento e sem tumulto, 19 os quais deviam comparecer diante de ti e acusar, se tivessem alguma coisa contra mim. 20 Ou estes mesmos digam que iniquidade acharam em mim, por ocasião do meu comparecimento perante o Sinédrio, 21 salvo estas palavras que clamei, estando entre eles: hoje, sou eu julgado por vós acerca da ressurreição dos mortos.

Paulo perante Félix e Drusila

22 Então, Félix, conhecendo mais acuradamente as coisas com respeito ao Caminho, adiou a causa, dizendo: Quando descer o comandante Lísias, tomarei inteiro conhecimento do vosso caso. 23 E mandou ao centurião que conservasse a Paulo detido, tratando-o com indulgência e não impedindo que os seus próprios o servissem. 24 Passados alguns dias, vindo Félix com Drusila, sua mulher, que era judia, mandou chamar Paulo e passou a ouvi-lo a respeito da fé em Cristo Jesus. 25 Dissertando ele acerca da justiça, do domínio próprio e do Juízo vindouro, ficou Félix amedrontado e disse: Por agora, podes retirar-te, e, quando eu tiver vagar, chamar-te-ei; 26 esperando também, ao mesmo tempo, que Paulo lhe desse dinheiro; pelo que, chamando-o mais frequentemente, conversava com ele. 27 Dois anos mais tarde, Félix teve por sucessor Pórcio Festo; e, querendo Félix assegurar o apoio dos judeus, manteve Paulo encarcerado.