Leitura Diária da Bíblia

4 de fevereiro, dia 35: Levítico, cap. 8 a 10

Tão certo como a justiça conduz para a vida, assim o que segue o mal, para a sua morte o faz. (Provérbios 11:19)

Salmo 22

Sofrimento e vitória do Messias

Ao mestre de canto, segundo a melodia “Corça da manhã”. Salmo de Davi

1 Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido?

2 Deus meu, clamo de dia, e não me respondes; também de noite, porém não tenho sossego.

3 Contudo, tu és santo, entronizado entre os louvores de Israel.

4 Nossos pais confiaram em ti; confiaram, e os livraste.

5 A ti clamaram e se livraram; confiaram em ti e não foram confundidos.

6 Mas eu sou verme e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo.

7 Todos os que me veem zombam de mim; afrouxam os lábios e meneiam a cabeça:

8 Confiou no SENHOR! Livre-o ele; salve-o, pois nele tem prazer.

9 Contudo, tu és quem me fez nascer; e me preservaste, estando eu ainda ao seio de minha mãe.

10 A ti me entreguei desde o meu nascimento; desde o ventre de minha mãe, tu és meu Deus.

11 Não te distancies de mim, porque a tribulação está próxima, e não há quem me acuda.

12 Muitos touros me cercam, fortes touros de Basã me rodeiam.

13 Contra mim abrem a boca, como faz o leão que despedaça e ruge.

14 Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim.

15 Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte.

16 Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés.

17 Posso contar todos os meus ossos; eles me estão olhando e encarando em mim.

18 Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes.

19 Tu, porém, SENHOR, não te afastes de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me.

20 Livra a minha alma da espada, e, das presas do cão, a minha vida.

21 Salva-me das fauces do leão e dos chifres dos búfalos; sim, tu me respondes.

22 A meus irmãos declararei o teu nome; cantar-te-ei louvores no meio da congregação;

23 vós que temeis o SENHOR, louvai-o; glorificai-o, vós todos, descendência de Jacó; reverenciai-o, vós todos, posteridade de Israel.

24 Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu, quando lhe gritou por socorro.

25 De ti vem o meu louvor na grande congregação; cumprirei os meus votos na presença dos que o temem.

26 Os sofredores hão de comer e fartar-se; louvarão o SENHOR os que o buscam. Viva para sempre o vosso coração.

27 Lembrar-se-ão do SENHOR e a ele se converterão os confins da terra; perante ele se prostrarão todas as famílias das nações.

28 Pois do SENHOR é o reino, é ele quem governa as nações.

29 Todos os opulentos da terra hão de comer e adorar, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele, até aquele que não pode preservar a própria vida.

30 A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura.

31 Hão de vir anunciar a justiça dele; ao povo que há de nascer, contarão que foi ele quem o fez.


The Bible Project Reading Plan

Parte IV

A Aliança no Monte Sinai

O Livro de Levítico

Capítulo 8

A consagração de Arão e de seus filhos

Êx 29.1-37

1 Disse mais o SENHOR a Moisés: 2 Toma Arão, e seus filhos, e as vestes, e o óleo da unção, como também o novilho da oferta pelo pecado, e os dois carneiros, e o cesto dos pães asmos 3 e ajunta toda a congregação à porta da tenda da congregação. 4 Fez, pois, Moisés como o SENHOR lhe ordenara, e a congregação se ajuntou à porta da tenda da congregação. 5 Então, disse Moisés à congregação: Isto é o que o SENHOR ordenou que se fizesse. 6 E fez chegar a Arão e a seus filhos e os lavou com água. 7 Vestiu a Arão da túnica, cingiu-o com o cinto e pôs sobre ele a sobrepeliz; também pôs sobre ele a estola sacerdotal, e o cingiu com o cinto de obra esmerada da estola sacerdotal, e o ajustou com ele. 8 Depois, lhe colocou o peitoral, pondo no peitoral o Urim e o Tumim; 9 e lhe pôs a mitra na cabeça e na mitra, na sua parte dianteira, pôs a lâmina de ouro, a coroa sagrada, como o SENHOR ordenara a Moisés. 10 Então, Moisés tomou o óleo da unção, e ungiu o tabernáculo e tudo o que havia nele, e o consagrou; 11 e dele aspergiu sete vezes sobre o altar e ungiu o altar e todos os seus utensílios, como também a bacia e o seu suporte, para os consagrar. 12 Depois, derramou do óleo da unção sobre a cabeça de Arão e ungiu-o, para consagrá-lo. 13 Também Moisés fez chegar os filhos de Arão, e vestiu-lhes as túnicas, e cingiu-os com o cinto, e atou-lhes as tiaras, como o SENHOR lhe ordenara.

14 Então, fez chegar o novilho da oferta pelo pecado; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do novilho da oferta pelo pecado; 15 e Moisés o imolou, e tomou o sangue, e dele pôs, com o dedo, sobre os chifres do altar em redor, e purificou o altar; depois, derramou o resto do sangue à base do altar e o consagrou, para fazer expiação por ele. 16 Depois, tomou toda a gordura que está sobre as entranhas, e o redenho do fígado, e os dois rins, e sua gordura; e Moisés os queimou sobre o altar. 17 Mas o novilho com o seu couro, e a sua carne, e o seu excremento queimou fora do arraial, como o SENHOR ordenara a Moisés.

18 Depois, fez chegar o carneiro do holocausto; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do carneiro. 19 E Moisés o imolou e aspergiu o sangue sobre o altar, em redor. 20 Partiu também o carneiro nos seus pedaços; Moisés queimou a cabeça, os pedaços e a gordura. 21 Porém as entranhas e as pernas lavou com água; e Moisés queimou todo o carneiro sobre o altar; holocausto de aroma agradável, oferta queimada era ao SENHOR, como o SENHOR ordenara a Moisés.

22 Então, fez chegar o outro carneiro, o carneiro da consagração; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do carneiro. 23 E Moisés o imolou, e tomou do seu sangue, e o pôs sobre a ponta da orelha direita de Arão, e sobre o polegar da sua mão direita, e sobre o polegar do seu pé direito. 24 Também fez chegar os filhos de Arão; pôs daquele sangue sobre a ponta da orelha direita deles, e sobre o polegar da mão direita, e sobre o polegar do pé direito; e aspergiu Moisés o resto do sangue sobre o altar, em redor. 25 Tomou a gordura, e a cauda, e toda a gordura que está nas entranhas, e o redenho do fígado, e ambos os rins, e a sua gordura, e a coxa direita. 26 Também do cesto dos pães asmos, que estava diante do SENHOR, tomou um bolo asmo, um bolo de pão azeitado e uma obreia e os pôs sobre a gordura e sobre a coxa direita. 27 E tudo isso pôs nas mãos de Arão e de seus filhos e o moveu por oferta movida perante o SENHOR. 28 Depois, Moisés o tomou das suas mãos e o queimou no altar sobre o holocausto; era uma oferta da consagração, por aroma agradável, oferta queimada ao SENHOR. 29 Tomou Moisés o peito e moveu-o por oferta movida perante o SENHOR; era a porção que tocava a Moisés, do carneiro da consagração, como o SENHOR lhe ordenara.

30 Tomou Moisés também do óleo da unção e do sangue que estava sobre o altar e o aspergiu sobre Arão e as suas vestes, bem como sobre os filhos de Arão e as suas vestes; e consagrou a Arão, e as suas vestes, e a seus filhos, e as vestes de seus filhos. 31 Disse Moisés a Arão e a seus filhos: Cozei a carne diante da porta da tenda da congregação e ali a comereis com o pão que está no cesto da consagração, como tenho ordenado, dizendo: Arão e seus filhos a comerão. 32 Mas o que restar da carne e do pão queimareis. 33 Também da porta da tenda da congregação não saireis por sete dias, até ao dia em que se cumprirem os dias da vossa consagração; porquanto por sete dias o SENHOR vos consagrará. 34 Como se fez neste dia, assim o SENHOR ordenou se fizesse, em expiação por vós. 35 Ficareis, pois, à porta da tenda da congregação dia e noite, por sete dias, e observareis as prescrições do SENHOR, para que não morrais; porque assim me foi ordenado. 36 E Arão e seus filhos fizeram todas as coisas que o SENHOR ordenara por intermédio de Moisés.

Capítulo 9

Arão oferece sacrifícios por si e pelo povo

1 Ao oitavo dia, chamou Moisés a Arão, e a seus filhos, e aos anciãos de Israel 2 e disse a Arão: Toma um bezerro, para oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto, ambos sem defeito, e traze-os perante o SENHOR. 3 Depois, dirás aos filhos de Israel: Tomai um bode, para oferta pelo pecado, um bezerro e um cordeiro, ambos de um ano e sem defeito, como holocausto; 4 e um boi e um carneiro, por oferta pacífica, para sacrificar perante o SENHOR, e oferta de manjares amassada com azeite; porquanto, hoje, o SENHOR vos aparecerá. 5 Então, trouxeram o que ordenara Moisés, diante da tenda da congregação, e chegou-se toda a congregação e se pôs perante o SENHOR. 6 Disse Moisés: Esta coisa que o SENHOR ordenou fareis; e a glória do SENHOR vos aparecerá. 7 Depois, disse Moisés a Arão: Chega-te ao altar, faze a tua oferta pelo pecado e o teu holocausto; e faze expiação por ti e pelo povo; depois, faze a oferta do povo e a expiação por ele, como ordenou o SENHOR.

8 Chegou-se, pois, Arão ao altar e imolou o bezerro da oferta pelo pecado que era por si mesmo. 9 Os filhos de Arão trouxeram-lhe o sangue; ele molhou o dedo no sangue e o pôs sobre os chifres do altar; e o resto do sangue derramou à base do altar. 10 Mas a gordura, e os rins, e o redenho do fígado da oferta pelo pecado queimou sobre o altar, como o SENHOR ordenara a Moisés. 11 Porém a carne e o couro queimou fora do arraial.

12 Depois, imolou o holocausto, e os filhos de Arão lhe entregaram o sangue, e ele o aspergiu sobre o altar, em redor. 13 Também lhe entregaram o holocausto nos seus pedaços, com a cabeça; e queimou-o sobre o altar. 14 E lavou as entranhas e as pernas e as queimou sobre o holocausto, no altar.

15 Depois, fez chegar a oferta do povo, e, tomando o bode da oferta pelo pecado, que era pelo povo, o imolou, e o preparou por oferta pelo pecado, como fizera com o primeiro. 16 Também fez chegar o holocausto e o ofereceu segundo o rito. 17 Fez chegar a oferta de manjares, e dela tomou um punhado, e queimou sobre o altar, além do holocausto da manhã.

18 Depois, imolou o boi e o carneiro em sacrifício pacífico, que era pelo povo; e os filhos de Arão entregaram-lhe o sangue, que aspergiu sobre o altar, em redor, 19 como também a gordura do boi e do carneiro, e a cauda, e o que cobre as entranhas, e os rins, e o redenho do fígado. 20 E puseram a gordura sobre o peito, e ele a queimou sobre o altar; 21 mas o peito e a coxa direita Arão moveu por oferta movida perante o SENHOR, como Moisés tinha ordenado.

22 Depois, Arão levantou as mãos para o povo e o abençoou; e desceu, havendo feito a oferta pelo pecado, e o holocausto, e a oferta pacífica. 23 Então, entraram Moisés e Arão na tenda da congregação; e, saindo, abençoaram o povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o povo. 24 E eis que, saindo fogo de diante do SENHOR, consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo o povo, jubilou e prostrou-se sobre o rosto.

Capítulo 10

Nadabe e Abiú morrem diante do SENHOR

1 Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara. 2 Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR. 3 E falou Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou.

4 Então, Moisés chamou a Misael e a Elzafã, filhos de Uziel, tio de Arão, e disse-lhes: Chegai, tirai vossos irmãos de diante do santuário, para fora do arraial. 5 Chegaram-se, pois, e os levaram nas suas túnicas para fora do arraial, como Moisés tinha dito. 6 Moisés disse a Arão e a seus filhos Eleazar e Itamar: Não desgrenheis os cabelos, nem rasgueis as vossas vestes, para que não morrais, nem venha grande ira sobre toda a congregação; mas vossos irmãos, toda a casa de Israel, lamentem o incêndio que o SENHOR suscitou. 7 Não saireis da porta da tenda da congregação, para que não morrais; porque está sobre vós o óleo da unção do SENHOR. E fizeram conforme a palavra de Moisés.

Deveres e porções dos sacerdotes

8 Falou também o SENHOR a Arão, dizendo: 9 Vinho ou bebida forte tu e teus filhos não bebereis quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações, 10 para fazerdes diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo 11 e para ensinardes aos filhos de Israel todos os estatutos que o SENHOR lhes tem falado por intermédio de Moisés.

12 Disse Moisés a Arão e aos filhos deste, Eleazar e Itamar, que lhe ficaram: Tomai a oferta de manjares, restante das ofertas queimadas ao SENHOR, e comei-a, sem fermento, junto ao altar, porquanto coisa santíssima é. 13 Comê-la-eis em lugar santo, porque isto é a tua porção e a porção de teus filhos, das ofertas queimadas do SENHOR; porque assim me foi ordenado. 14 Também o peito da oferta movida e a coxa da oferta comereis em lugar limpo, tu, e teus filhos, e tuas filhas, porque foram dados por tua porção e por porção de teus filhos, dos sacrifícios pacíficos dos filhos de Israel. 15 A coxa da oferta e o peito da oferta movida trarão com as ofertas queimadas de gordura, para mover por oferta movida perante o SENHOR, o que será por estatuto perpétuo, para ti e para teus filhos, como o SENHOR tem ordenado.

16 Moisés diligentemente buscou o bode da oferta pelo pecado, e eis que já era queimado; portanto, indignando-se grandemente contra Eleazar e contra Itamar, os filhos que de Arão ficaram, disse: 17 Por que não comestes a oferta pelo pecado no lugar santo? Pois coisa santíssima é; e o SENHOR a deu a vós outros, para levardes a iniquidade da congregação, para fazerdes expiação por eles diante do SENHOR. 18 Eis que desta oferta não foi trazido o seu sangue para dentro do santuário; certamente, devíeis tê-la comido no santuário, como eu tinha ordenado. 19 Respondeu Arão a Moisés: Eis que, hoje, meus filhos ofereceram a sua oferta pelo pecado e o seu holocausto perante o SENHOR; e tais coisas me sucederam; se eu, hoje, tivesse comido a oferta pelo pecado, seria isso, porventura, aceito aos olhos do SENHOR? 20 O que ouvindo Moisés, deu-se por satisfeito.


Leitura Extra

Jesus e o Reino de Deus

O Evangelho de Lucas

Capítulo 7

A cura do servo de um centurião

Mt 8.5-13

1 Tendo Jesus concluído todas as suas palavras dirigidas ao povo, entrou em Cafarnaum. 2 E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente, quase à morte. 3 Tendo ouvido falar a respeito de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar o seu servo. 4 Estes, chegando-se a Jesus, com instância lhe suplicaram, dizendo: Ele é digno de que lhe faças isto; 5 porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou a sinagoga. 6 Então, Jesus foi com eles. E, já perto da casa, o centurião enviou-lhe amigos para lhe dizer: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres em minha casa. 7 Por isso, eu mesmo não me julguei digno de ir ter contigo; porém manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado. 8 Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens, e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz. 9 Ouvidas estas palavras, admirou-se Jesus dele e, voltando-se para o povo que o acompanhava, disse: Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta. 10 E, voltando para casa os que foram enviados, encontraram curado o servo.

A ressurreição do filho da viúva de Naim

11 Em dia subsequente, dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim, e iam com ele os seus discípulos e numerosa multidão. 12 Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva; e grande multidão da cidade ia com ela. 13 Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores! 14 Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te! 15 Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe. 16 Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo. 17 Esta notícia a respeito dele divulgou-se por toda a Judeia e por toda a circunvizinhança.

João envia mensageiros a Jesus

Mt 11.2-6

18 Todas estas coisas foram referidas a João pelos seus discípulos. E João, chamando dois deles, 19 enviou-os ao Senhor para perguntar: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro? 20 Quando os homens chegaram junto dele, disseram: João Batista enviou-nos para te perguntar: És tu aquele que estava para vir ou esperaremos outro? 21 Naquela mesma hora, curou Jesus muitos de moléstias, e de flagelos, e de espíritos malignos; e deu vista a muitos cegos. 22 Então, Jesus lhes respondeu: Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres, anuncia-se-lhes o evangelho. 23 E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.

Jesus dá testemunho de João

Mt 11.7-19

24 Tendo-se retirado os mensageiros, passou Jesus a dizer ao povo a respeito de João: Que saístes a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 25 Que saístes a ver? Um homem vestido de roupas finas? Os que se vestem bem e vivem no luxo assistem nos palácios dos reis. 26 Sim, que saístes a ver? Um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta. 27 Este é aquele de quem está escrito:

Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho diante de ti.

28 E eu vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele. 29 Todo o povo que o ouviu e até os publicanos reconheceram a justiça de Deus, tendo sido batizados com o batismo de João; 30 mas os fariseus e os intérpretes da Lei rejeitaram, quanto a si mesmos, o desígnio de Deus, não tendo sido batizados por ele.

31 A que, pois, compararei os homens da presente geração, e a que são eles semelhantes? 32 São semelhantes a meninos que, sentados na praça, gritam uns para os outros:

Nós vos tocamos flauta, e não dançastes;

entoamos lamentações, e não chorastes.

33 Pois veio João Batista, não comendo pão, nem bebendo vinho, e dizeis: Tem demônio! 34 Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! 35 Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos.

A pecadora que ungiu os pés de Jesus

36 Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. 37 E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; 38 e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o unguento. 39 Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora. 40 Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. Ele respondeu: Dize-a, Mestre. 41 Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinquenta. 42 Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais? 43 Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem. 44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. 45 Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. 46 Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés. 47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. 48 Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados. 49 Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados? 50 Mas Jesus disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz.

A pecadora arrependida

Capítulo 8

As mulheres que assistiam Jesus

1 Aconteceu, depois disto, que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele, 2 e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; 3 e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens.

A parábola do semeador

Mt 13.1-9; Mc 4.1-9

4 Afluindo uma grande multidão e vindo ter com ele gente de todas as cidades, disse Jesus por parábola: 5 Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. 6 Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou por falta de umidade. 7 Outra caiu no meio dos espinhos; e estes, ao crescerem com ela, a sufocaram. 8 Outra, afinal, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cento por um. Dizendo isto, clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

A explicação da parábola

Mt 13.10-23; Mc 4.10-20

9 E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Que parábola é esta? 10 Respondeu-lhes Jesus: A vós outros é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; aos demais, fala-se por parábolas, para que, vendo, não vejam; e, ouvindo, não entendam. 11 Este é o sentido da parábola: a semente é a palavra de Deus. 12 A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos. 13 A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, creem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam. 14 A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer. 15 A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança.

A parábola da candeia

Mc 4.21-25

16 Ninguém, depois de acender uma candeia, a cobre com um vaso ou a põe debaixo de uma cama; pelo contrário, coloca-a sobre um velador, a fim de que os que entram vejam a luz. 17 Nada há oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado. 18 Vede, pois, como ouvis; porque ao que tiver, se lhe dará; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado.

A família de Jesus

Mt 12.46-50; Mc 3.31-35

19 Vieram ter com ele sua mãe e seus irmãos e não podiam aproximar-se por causa da concorrência de povo. 20 E lhe comunicaram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-te. 21 Ele, porém, lhes respondeu: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam.

Jesus acalma uma tempestade

Mt 8.23-27; Mc 4.35-41

22 Aconteceu que, num daqueles dias, entrou ele num barco em companhia dos seus discípulos e disse-lhes: Passemos para a outra margem do lago; e partiram. 23 Enquanto navegavam, ele adormeceu. E sobreveio uma tempestade de vento no lago, correndo eles o perigo de soçobrar. 24 Chegando-se a ele, despertaram-no dizendo: Mestre, Mestre, estamos perecendo! Despertando-se Jesus, repreendeu o vento e a fúria da água. Tudo cessou, e veio a bonança. 25 Então, lhes disse: Onde está a vossa fé? Eles, possuídos de temor e admiração, diziam uns aos outros: Quem é este que até aos ventos e às ondas repreende, e lhe obedecem?

A cura do endemoninhado geraseno

Mt 8.28-33; Mc 5.1-14

26 Então, rumaram para a terra dos gerasenos, fronteira da Galileia. 27 Logo ao desembarcar, veio da cidade ao seu encontro um homem possesso de demônios que, havia muito, não se vestia, nem habitava em casa alguma, porém vivia nos sepulcros. 28 E, quando viu a Jesus, prostrou-se diante dele, exclamando e dizendo em alta voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Rogo-te que não me atormentes. 29 Porque Jesus ordenara ao espírito imundo que saísse do homem, pois muitas vezes se apoderara dele. E, embora procurassem conservá-lo preso com cadeias e grilhões, tudo despedaçava e era impelido pelo demônio para o deserto. 30 Perguntou-lhe Jesus: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião, porque tinham entrado nele muitos demônios. 31 Rogavam-lhe que não os mandasse sair para o abismo. 32 Ora, andava ali, pastando no monte, uma grande manada de porcos; rogaram-lhe que lhes permitisse entrar naqueles porcos. E Jesus o permitiu. 33 Tendo os demônios saído do homem, entraram nos porcos, e a manada precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do lago, e se afogou. 34 Os porqueiros, vendo o que acontecera, fugiram e foram anunciá-lo na cidade e pelos campos.

Os gerasenos rejeitam Jesus

Mt 8.34; Mc 5.14b-20

35 Então, saiu o povo para ver o que se passara, e foram ter com Jesus. De fato, acharam o homem de quem saíram os demônios, vestido, em perfeito juízo, assentado aos pés de Jesus; e ficaram dominados de terror. 36 E algumas pessoas que tinham presenciado os fatos contaram-lhes também como fora salvo o endemoninhado. 37 Todo o povo da circunvizinhança dos gerasenos rogou-lhe que se retirasse deles, pois estavam possuídos de grande medo. E Jesus, tomando de novo o barco, voltou. 38 O homem de quem tinham saído os demônios rogou-lhe que o deixasse estar com ele; Jesus, porém, o despediu, dizendo: 39 Volta para casa e conta aos teus tudo o que Deus fez por ti. Então, foi ele anunciando por toda a cidade todas as coisas que Jesus lhe tinha feito.

O pedido de Jairo

Mt 9.18-19; Mc 5.21-24

40 Ao regressar Jesus, a multidão o recebeu com alegria, porque todos o estavam esperando. 41 Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até a sua casa. 42 Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte.

A cura de uma mulher enferma

Mt 9.20-22; Mc 5.24b-34

Enquanto ele ia, as multidões o apertavam. 43 Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar [e que gastara com os médicos todos os seus haveres], 44 veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia. 45 Mas Jesus disse: Quem me tocou? Como todos negassem, Pedro [com seus companheiros] disse: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem [e dizes: Quem me tocou?]. 46 Contudo, Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder. 47 Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada. 48 Então, lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz.

A ressurreição da filha de Jairo

Mt 9.23-25; Mc 5.35-43

49 Falava ele ainda, quando veio uma pessoa da casa do chefe da sinagoga, dizendo: Tua filha já está morta, não incomodes mais o Mestre. 50 Mas Jesus, ouvindo isto, lhe disse: Não temas, crê somente, e ela será salva. 51 Tendo chegado à casa, a ninguém permitiu que entrasse com ele, senão Pedro, João, Tiago e bem assim o pai e a mãe da menina. 52 E todos choravam e a pranteavam. Mas ele disse: Não choreis; ela não está morta, mas dorme. 53 E riam-se dele, porque sabiam que ela estava morta. 54 Entretanto, ele, tomando-a pela mão, disse-lhe, em voz alta: Menina, levanta-te! 55 Voltou-lhe o espírito, ela imediatamente se levantou, e ele mandou que lhe dessem de comer. 56 Seus pais ficaram maravilhados, mas ele lhes advertiu que a ninguém contassem o que havia acontecido.

A ressurreição da filha de Jairo