Leitura Diária da Bíblia

Dia 23 de janeiro: Êxodo, cap. 13 a 15

Balança enganosa é abominação para o SENHOR, mas o peso justo é o seu prazer. (Provérbios 11.1)

Salmo 10

A derrubada dos ímpios

1 Por que, SENHOR, te conservas longe? E te escondes nas horas de tribulação?

2 Com arrogância, os ímpios perseguem o pobre; sejam presas das tramas que urdiram.

3 Pois o perverso se gloria da cobiça de sua alma, o avarento maldiz o SENHOR e blasfema contra ele.

4 O perverso, na sua soberba, não investiga; que não há Deus são todas as suas cogitações.

5 São prósperos os seus caminhos em todo tempo; muito acima e longe dele estão os teus juízos; quanto aos seus adversários, ele a todos ridiculiza.

6 Pois diz lá no seu íntimo: Jamais serei abalado; de geração em geração, nenhum mal me sobrevirá.

7 A boca, ele a tem cheia de maldição, enganos e opressão; debaixo da língua, insulto e iniquidade.

8 Põe-se de tocaia nas vilas, trucida os inocentes nos lugares ocultos; seus olhos espreitam o desamparado.

9 Está ele de emboscada, como o leão na sua caverna; está de emboscada para enlaçar o pobre: apanha-o e, na sua rede, o enleia.

10 Abaixa-se, rasteja; em seu poder, lhe caem os necessitados.

11 Diz ele, no seu íntimo: Deus se esqueceu, virou o rosto e não verá isto nunca.

12 Levanta-te, SENHOR! Ó Deus, ergue a mão! Não te esqueças dos pobres.

13 Por que razão despreza o ímpio a Deus, dizendo no seu íntimo que Deus não se importa?

14 Tu, porém, o tens visto, porque atentas aos trabalhos e à dor, para que os possas tomar em tuas mãos. A ti se entrega o desamparado; tu tens sido o defensor do órfão.

15 Quebranta o braço do perverso e do malvado; esquadrinha-lhes a maldade, até nada mais achares.

16 O SENHOR é rei eterno: da sua terra somem-se as nações.

17 Tens ouvido, SENHOR, o desejo dos humildes; tu lhes fortalecerás o coração e lhes acudirás,

18 para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem, que é da terra, já não infunda terror.


The Bible Project Reading Plan

Parte III

A Saída do Egito

O Livro do Êxodo

Capítulo 13

A consagração dos primogênitos

1 Disse o SENHOR a Moisés: 2 Consagra-me todo primogênito; todo que abre a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, tanto de homens como de animais, é meu.

3 Disse Moisés ao povo: Lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o SENHOR vos tirou de lá; portanto, não comereis pão levedado. 4 Hoje, mês de abibe, estais saindo. 5 Quando o SENHOR te houver introduzido na terra dos cananeus, e dos heteus, e dos amorreus, e dos heveus, e dos jebuseus, a qual jurou a teus pais te dar, terra que mana leite e mel, guardarás este rito neste mês. 6 Sete dias comerás pães asmos; e, ao sétimo dia, haverá solenidade ao SENHOR. 7 Sete dias se comerão pães asmos, e o levedado não se encontrará contigo, nem ainda fermento será encontrado em todo o teu território. 8 Naquele mesmo dia, contarás a teu filho, dizendo: É isto pelo que o SENHOR me fez, quando saí do Egito. 9 E será como sinal na tua mão e por memorial entre teus olhos; para que a lei do SENHOR esteja na tua boca; pois com mão forte o SENHOR te tirou do Egito. 10 Portanto, guardarás esta ordenança no determinado tempo, de ano em ano.

11 Quando o SENHOR te houver introduzido na terra dos cananeus, como te jurou a ti e a teus pais, quando ta houver dado, 12 apartarás para o SENHOR todo que abrir a madre e todo primogênito dos animais que tiveres; os machos serão do SENHOR. 13 Porém todo primogênito da jumenta resgatarás com cordeiro; se o não resgatares, será desnucado; mas todo primogênito do homem entre teus filhos resgatarás. 14 Quando teu filho amanhã te perguntar: Que é isso? Responder-lhe-ás: O SENHOR com mão forte nos tirou da casa da servidão. 15 Pois sucedeu que, endurecendo-se Faraó para não nos deixar sair, o SENHOR matou todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito do homem até ao primogênito dos animais; por isso, eu sacrifico ao SENHOR todos os machos que abrem a madre; porém a todo primogênito de meus filhos eu resgato. 16 E isto será como sinal na tua mão e por frontais entre os teus olhos; porque o SENHOR com mão forte nos tirou do Egito.

Deus guia o povo pelo caminho

17 Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito. 18 Porém Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do mar Vermelho; e, arregimentados, subiram os filhos de Israel do Egito. 19 Também levou Moisés consigo os ossos de José, pois havia este feito os filhos de Israel jurarem solenemente, dizendo: Certamente, Deus vos visitará; daqui, pois, levai convosco os meus ossos. 20 Tendo, pois, partido de Sucote, acamparam-se em Etã, à entrada do deserto. 21 O SENHOR ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. 22 Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite.

Capítulo 14

A perseguição a Israel

1 Disse o SENHOR a Moisés: 2 Fala aos filhos de Israel que retrocedam e se acampem defronte de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele vos acampareis junto ao mar. 3 Então, Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão desorientados na terra, o deserto os encerrou. 4 Endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o SENHOR. Eles assim o fizeram.

5 Sendo, pois, anunciado ao rei do Egito que o povo fugia, mudou-se o coração de Faraó e dos seus oficiais contra o povo, e disseram: Que é isto que fizemos, permitindo que Israel nos deixasse de servir? 6 E aprontou Faraó o seu carro e tomou consigo o seu povo; 7 e tomou também seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito com capitães sobre todos eles. 8 Porque o SENHOR endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse os filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram afoitamente. 9 Perseguiram-nos os egípcios, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavalarianos, e o seu exército e os alcançaram acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, defronte de Baal-Zefom.

10 E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então, os filhos de Israel clamaram ao SENHOR. 11 Disseram a Moisés: Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito? 12 Não é isso o que te dissemos no Egito: deixa-nos, para que sirvamos os egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto. 13 Moisés, porém, respondeu ao povo: Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do SENHOR que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver. 14 O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis.

A passagem pelo meio do mar

15 Disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. 16 E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. 17 Eis que endurecerei o coração dos egípcios, para que vos sigam e entrem nele; serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavalarianos; 18 e os egípcios saberão que eu sou o SENHOR, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavalarianos.

19 Então, o Anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e passou para trás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles, 20 e ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; a nuvem era escuridade para aqueles e para este esclarecia a noite; de maneira que, em toda a noite, este e aqueles não puderam aproximar-se.

21 Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o SENHOR, por um forte vento oriental que soprou toda aquela noite, fez retirar-se o mar, que se tornou terra seca, e as águas foram divididas. 22 Os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram qual muro à sua direita e à sua esquerda. 23 Os egípcios que os perseguiam entraram atrás deles, todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavalarianos, até ao meio do mar. 24 Na vigília da manhã, o SENHOR, na coluna de fogo e de nuvem, viu o acampamento dos egípcios e alvorotou o acampamento dos egípcios; 25 emperrou-lhes as rodas dos carros e fê-los andar dificultosamente. Então, disseram os egípcios: Fujamos da presença de Israel, porque o SENHOR peleja por eles contra os egípcios.

Os egípcios perecem no mar

26 Disse o SENHOR a Moisés: Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavalarianos. 27 Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o mar, ao romper da manhã, retomou a sua força; os egípcios, ao fugirem, foram de encontro a ele, e o SENHOR derribou os egípcios no meio do mar. 28 E, voltando as águas, cobriram os carros e os cavalarianos de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou. 29 Mas os filhos de Israel caminhavam a pé enxuto pelo meio do mar; e as águas lhes eram quais muros, à sua direita e à sua esquerda.

30 Assim, o SENHOR livrou Israel, naquele dia, da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. 31 E viu Israel o grande poder que o SENHOR exercitara contra os egípcios; e o povo temeu ao SENHOR e confiou no SENHOR e em Moisés, seu servo.

Os egípcios perecem no mar

Capítulo 15

O cântico de Moisés

1 Então, entoou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR, e disseram:

Cantarei ao SENHOR, porque triunfou gloriosamente;

lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro.

2 O SENHOR é a minha força e o meu cântico;

ele me foi por salvação;

este é o meu Deus; portanto, eu o louvarei;

ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei.

3 O SENHOR é homem de guerra;

SENHOR é o seu nome.

4 Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército;

e os seus capitães afogaram-se no mar Vermelho.

5 Os vagalhões os cobriram;

desceram às profundezas como pedra.

6 A tua destra, ó SENHOR, é gloriosa em poder;

a tua destra, ó SENHOR, despedaça o inimigo.

7 Na grandeza da tua excelência, derribas os que se levantam contra ti;

envias o teu furor, que os consome como restolho.

8 Com o resfolgar das tuas narinas, amontoaram-se as águas,

as correntes pararam em montão;

os vagalhões coalharam-se no coração do mar.

9 O inimigo dizia: Perseguirei, alcançarei,

repartirei os despojos; a minha alma se fartará deles,

arrancarei a minha espada, e a minha mão os destruirá.

10 Sopraste com o teu vento, e o mar os cobriu;

afundaram-se como chumbo em águas impetuosas.

11 Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses?

Quem é como tu, glorificado em santidade,

terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?

12 Estendeste a destra;

e a terra os tragou.

13 Com a tua beneficência guiaste o povo que salvaste;

com a tua força o levaste à habitação da tua santidade.

14 Os povos o ouviram, eles estremeceram;

agonias apoderaram-se dos habitantes da Filístia.

15 Ora, os príncipes de Edom se perturbam,

dos poderosos de Moabe se apodera temor,

esmorecem todos os habitantes de Canaã.

16 Sobre eles cai espanto e pavor;

pela grandeza do teu braço, emudecem como pedra;

até que passe o teu povo, ó SENHOR,

até que passe o povo que adquiriste.

17 Tu o introduzirás e o plantarás no monte da tua herança,

no lugar que aparelhaste, ó SENHOR, para a tua habitação,

no santuário, ó Senhor, que as tuas mãos estabeleceram.

18 O SENHOR reinará por todo o sempre.

19 Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e com os seus cavalarianos, entraram no mar, e o SENHOR fez tornar sobre eles as águas do mar; mas os filhos de Israel passaram a pé enxuto pelo meio do mar.

A antífona de Miriã e das mulheres

20 A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças. 21 E Miriã lhes respondia:

Cantai ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou

e precipitou no mar o cavalo e o seu cavaleiro.


Leitura Extra

Jesus e o Reino de Deus

O Evangelho de João

Introdução

No Evangelho de João, Jesus é apresentado como o Verbo de Deus que existiu desde a eternidade com Deus e que se fez um ser humano, mostrando assim o amor e a verdade de Deus. O autor diz que o propósito deste Evangelho é fazer com que os leitores creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e com que, por meio dessa fé, tenham vida (20.31).

Na primeira parte do Evangelho, o autor trata principalmente dos milagres que Jesus fez (caps. 1— 11). Esses milagres são sinais, isto é, eles mostram quem é Jesus e qual a razão por que ele veio ao mundo. O maior desses milagres é a ressurreição de Lázaro, pela qual Jesus mostra que ele é a ressurreição e a vida (cap. 11). Outros milagres demonstram que Jesus é o pão da vida (6.22-71), é a luz do mundo (8.12-20) e é aquele que dá vida às pessoas (11.25-26). Os milagres provam também que ele recebeu autoridade de Deus para julgar todos os seres humanos (5.19-30).

A segunda parte deste Evangelho (caps. 12—21) fala da ligação que existe entre Jesus e os seus seguidores. Fala também dos ensinamentos que ele lhes deu e da promessa de que, depois que ele fosse embora, viria o Espírito Santo para ensinar-lhes toda a verdade a respeito de Jesus. E o Evangelho termina contando o julgamento, a morte, a ressurreição e as aparições de Jesus.

Esquema do conteúdo

Prólogo: A encarnação do Verbo (1.1-18)

1. Ministério público de Jesus, o Cristo

a. João Batista (1.19-34)

b. Jesus começa o seu ministério (1.35— 3.36)

c. Revelação de Jesus como o Cristo e confronto com as autoridades judaicas (4.1—6.71)

d. Revelação de Jesus como a luz e a vida para o mundo (7.1—12.50)

2. Paixão, morte e ressurreição

a. A última ceia

A ceia. O novo mandamento. Discursos de despedida (13.1—16.33)

A oração sacerdotal (17.1-26)

b. Prisão, julgamento, morte e sepultamento (18.1—19.42)

c. A ressurreição

O sepulcro vazio (20.1-10)

Jesus aparece a Maria Madalena (20.11-18)

Jesus aparece aos discípulos (20.19— 21.23)

Epílogo (21.24-25)

Capítulo 1

A encarnação do Verbo

1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus. 3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. 4 A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. 5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.

6 Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. 7 Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele. 8 Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz, 9 a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem. 10 O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. 11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. 14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.

O testemunho de João Batista

15 João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim. 16 Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça. 17 Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. 18 Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.

João Batista repete o seu testemunho

Mt 3.1-12; Mc 1.2-8; Lc 3.1-18

19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu? 20 Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. 21 Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não. 22 Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? 23 Então, ele respondeu:

Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor,

como disse o profeta Isaías.

24 Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus. 25 E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? 26 Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis, 27 o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias. 28 Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.

João Batista torna a repetir o seu testemunho

29 No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! 30 É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim. 31 Eu mesmo não o conhecia, mas, a fim de que ele fosse manifestado a Israel, vim, por isso, batizando com água.

O batismo de Jesus

Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21-22

32 E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele. 33 Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo. 34 Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.

Dois discípulos de João Batista seguem Jesus

35 No dia seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos 36 e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus! 37 Os dois discípulos, ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus. 38 E Jesus, voltando-se e vendo que o seguiam, disse-lhes: Que buscais? Disseram-lhe: Rabi (que quer dizer Mestre), onde assistes? 39 Respondeu-lhes: Vinde e vede. Foram, pois, e viram onde Jesus estava morando; e ficaram com ele aquele dia, sendo mais ou menos a hora décima. 40 Era André, o irmão de Simão Pedro, um dos dois que tinham ouvido o testemunho de João e seguido Jesus. 41 Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo), 42 e o levou a Jesus. Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).

Filipe e Natanael

43 No dia imediato, resolveu Jesus partir para a Galileia e encontrou a Filipe, a quem disse: Segue-me. 44 Ora, Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. 45 Filipe encontrou a Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José. 46 Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê. 47 Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! 48 Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira. 49 Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel! 50 Ao que Jesus lhe respondeu: Porque te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Pois maiores coisas do que estas verás. 51 E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.

Capítulo 2

As bodas em Caná da Galileia

1 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galileia, achando-se ali a mãe de Jesus. 2 Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento. 3 Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho. 4 Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. 5 Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser. 6 Estavam ali seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e cada uma levava duas ou três metretas. 7 Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E eles as encheram totalmente. 8 Então, lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o fizeram. 9 Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo 10 e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora. 11 Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galileia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.

12 Depois disto, desceu ele para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias.

As bodas em Caná

Jesus purifica o templo

13 Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. 14 E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; 15 tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas 16 e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio. 17 Lembraram-se os seus discípulos de que está escrito:

O zelo da tua casa me consumirá.

18 Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Que sinal nos mostras, para fazeres estas coisas? 19 Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei. 20 Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás? 21 Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo. 22 Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, lembraram-se os seus discípulos de que ele dissera isto; e creram na Escritura e na palavra de Jesus.

Muitos creem em Jesus

23 Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome; 24 mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos. 25 E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana.