Leitura Diária da Bíblia

Dia 17 de janeiro: Gênesis, cap. 46 e 47

Aquilo que teme o perverso, isso lhe sobrevém, mas o anelo dos justos Deus o cumpre. (Provérbios 10.24)

Salmo 4

Confiança em Deus, na angústia

Salmo de Davi ao mestre de canto, com instrumentos de cordas

1 Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia, me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.

2 Ó homens, até quando tornareis a minha glória em vexame, e amareis a vaidade, e buscareis a mentira?

3 Sabei, porém, que o SENHOR distingue para si o piedoso; o SENHOR me ouve quando eu clamo por ele.

4 Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o coração e sossegai.

5 Oferecei sacrifícios de justiça e confiai no SENHOR.

6 Há muitos que dizem: Quem nos dará a conhecer o bem? SENHOR, levanta sobre nós a luz do teu rosto.

7 Mais alegria me puseste no coração do que a alegria deles, quando lhes há fartura de cereal e de vinho.

8 Em paz me deito e logo pego no sono, porque, SENHOR, só tu me fazes repousar seguro.


The Bible Project Reading Plan

Parte II

A Aliança Abraâmica

O Livro do Gênesis

Capítulo 46

Jacó e toda a sua família descem ao Egito

1 Partiu, pois, Israel com tudo o que possuía, e veio a Berseba, e ofereceu sacrifícios ao Deus de Isaque, seu pai. 2 Falou Deus a Israel em visões, de noite, e disse: Jacó! Jacó! Ele respondeu: Eis-me aqui! 3 Então, disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer para o Egito, porque lá eu farei de ti uma grande nação. 4 Eu descerei contigo para o Egito e te farei tornar a subir, certamente. A mão de José fechará os teus olhos. 5 Então, se levantou Jacó de Berseba; e os filhos de Israel levaram Jacó, seu pai, e seus filhinhos, e as suas mulheres nos carros que Faraó enviara para o levar. 6 Tomaram o seu gado e os bens que haviam adquirido na terra de Canaã e vieram para o Egito, Jacó e toda a sua descendência. 7 Seus filhos e os filhos de seus filhos, suas filhas e as filhas de seus filhos e toda a sua descendência, levou-os consigo para o Egito.

Jacó e toda a sua família descem ao Egito

8 São estes os nomes dos filhos de Israel, Jacó, e seus filhos, que vieram para o Egito: Rúben, o primogênito de Jacó. 9 Os filhos de Rúben: Enoque, Palu, Hezrom e Carmi. 10 Os filhos de Simeão: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul, filho de uma mulher cananeia. 11 Os filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari. 12 Os filhos de Judá: Er, Onã, Selá, Perez e Zera; Er e Onã, porém, morreram na terra de Canaã. Os filhos de Perez foram: Hezrom e Hamul. 13 Os filhos de Issacar: Tola, Puva, Jó e Sinrom. 14 Os filhos de Zebulom: Serede, Elom e Jaleel. 15 São estes os filhos de Lia, que ela deu à luz a Jacó em Padã-Arã, além de Diná, sua filha; todas as pessoas, de seus filhos e de suas filhas, trinta e três. 16 Os filhos de Gade: Zifiom, Hagi, Suni, Esbom, Eri, Arodi e Areli. 17 Os filhos de Aser: Imna, Isvá, Isvi, Berias e Sera, irmã deles; e os filhos de Berias: Héber e Malquiel. 18 São estes os filhos de Zilpa, a qual Labão deu a sua filha Lia; e estes deu ela à luz a Jacó, a saber, dezesseis pessoas. 19 Os filhos de Raquel, mulher de Jacó: José e Benjamim. 20 Nasceram a José na terra do Egito Manassés e Efraim, que lhe deu à luz Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. 21 Os filhos de Benjamim: Belá, Bequer, Asbel, Gera, Naamã, Eí, Rôs, Mupim, Hupim e Arde. 22 São estes os filhos de Raquel, que nasceram a Jacó, ao todo catorze pessoas. 23 O filho de Dã: Husim. 24 Os filhos de Naftali: Jazeel, Guni, Jezer e Silém. 25 São estes os filhos de Bila, a qual Labão deu a sua filha Raquel; e estes deu ela à luz a Jacó, ao todo sete pessoas. 26 Todos os que vieram com Jacó para o Egito, que eram os seus descendentes, fora as mulheres dos filhos de Jacó, todos eram sessenta e seis pessoas; 27 e os filhos de José, que lhe nasceram no Egito, eram dois. Todas as pessoas da casa de Jacó, que vieram para o Egito, foram setenta.

O reencontro de José com seu pai

28 Jacó enviou Judá adiante de si a José para que soubesse encaminhá-lo a Gósen; e chegaram à terra de Gósen. 29 Então, José aprontou o seu carro e subiu ao encontro de Israel, seu pai, a Gósen. Apresentou-se, lançou-se-lhe ao pescoço e chorou assim longo tempo. 30 Disse Israel a José: Já posso morrer, pois já vi o teu rosto, e ainda vives. 31 E José disse a seus irmãos e à casa de seu pai: Subirei, e farei saber a Faraó, e lhe direi: Meus irmãos e a casa de meu pai, que estavam na terra de Canaã, vieram para mim. 32 Os homens são pastores, são homens de gado, e trouxeram consigo o seu rebanho, e o seu gado, e tudo o que têm. 33 Quando, pois, Faraó vos chamar e disser: Qual é o vosso trabalho? 34 Respondereis: Teus servos foram homens de gado desde a mocidade até agora, tanto nós como nossos pais; para que habiteis na terra de Gósen, porque todo pastor de rebanho é abominação para os egípcios.

Capítulo 47

Israel apresentado a Faraó

1 Então, veio José e disse a Faraó: Meu pai e meus irmãos, com os seus rebanhos e o seu gado, com tudo o que têm, chegaram da terra de Canaã; e eis que estão na terra de Gósen. 2 E tomou cinco dos seus irmãos e os apresentou a Faraó. 3 Então, perguntou Faraó aos irmãos de José: Qual é o vosso trabalho? Eles responderam: Os teus servos somos pastores de rebanho, tanto nós como nossos pais. 4 Disseram mais a Faraó: Viemos para habitar nesta terra; porque não há pasto para o rebanho de teus servos, pois a fome é severa na terra de Canaã; agora, pois, te rogamos permitas habitem os teus servos na terra de Gósen. 5 Então, disse Faraó a José: Teu pai e teus irmãos vieram a ti. 6 A terra do Egito está perante ti; no melhor da terra faze habitar teu pai e teus irmãos; habitem na terra de Gósen. Se sabes haver entre eles homens capazes, põe-nos por chefes do gado que me pertence.

7 Trouxe José a Jacó, seu pai, e o apresentou a Faraó; e Jacó abençoou a Faraó. 8 Perguntou Faraó a Jacó: Quantos são os dias dos anos da tua vida? 9 Jacó lhe respondeu: Os dias dos anos das minhas peregrinações são cento e trinta anos; poucos e maus foram os dias dos anos da minha vida e não chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais, nos dias das suas peregrinações. 10 E, tendo Jacó abençoado a Faraó, saiu de sua presença. 11 Então, José estabeleceu a seu pai e a seus irmãos e lhes deu possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés, como Faraó ordenara. 12 E José sustentou de pão a seu pai, a seus irmãos e a toda a casa de seu pai, segundo o número de seus filhos.

José compra toda a terra do Egito para Faraó

13 Não havia pão em toda a terra, porque a fome era mui severa; de maneira que desfalecia o povo do Egito e o povo de Canaã por causa da fome. 14 Então, José arrecadou todo o dinheiro que se achou na terra do Egito e na terra de Canaã, pelo cereal que compravam, e o recolheu à casa de Faraó. 15 Tendo-se acabado, pois, o dinheiro, na terra do Egito e na terra de Canaã, foram todos os egípcios a José e disseram: Dá-nos pão; por que haveremos de morrer em tua presença? Porquanto o dinheiro nos falta. 16 Respondeu José: Se vos falta o dinheiro, trazei o vosso gado; em troca do vosso gado eu vos suprirei. 17 Então, trouxeram o seu gado a José; e José lhes deu pão em troca de cavalos, de rebanhos, de gado e de jumentos; e os sustentou de pão aquele ano em troca do seu gado. 18 Findo aquele ano, foram a José no ano próximo e lhe disseram: Não ocultaremos a meu senhor que se acabou totalmente o dinheiro; e meu senhor já possui os animais; nada mais nos resta diante de meu senhor, senão o nosso corpo e a nossa terra. 19 Por que haveremos de perecer diante dos teus olhos, tanto nós como a nossa terra? Compra-nos a nós e a nossa terra a troco de pão, e nós e a nossa terra seremos escravos de Faraó; dá-nos semente para que vivamos e não morramos, e a terra não fique deserta.

20 Assim, comprou José toda a terra do Egito para Faraó, porque os egípcios venderam cada um o seu campo, porquanto a fome era extrema sobre eles; e a terra passou a ser de Faraó. 21 Quanto ao povo, ele o escravizou de uma a outra extremidade da terra do Egito. 22 Somente a terra dos sacerdotes não a comprou ele; pois os sacerdotes tinham porção de Faraó e eles comiam a sua porção que Faraó lhes tinha dado; por isso, não venderam a sua terra. 23 Então, disse José ao povo: Eis que hoje vos comprei a vós outros e a vossa terra para Faraó; aí tendes sementes, semeai a terra. 24 Das colheitas dareis o quinto a Faraó, e as quatro partes serão vossas, para semente do campo, e para o vosso mantimento e dos que estão em vossas casas, e para que comam as vossas crianças. 25 Responderam eles: A vida nos tens dado! Achemos mercê perante meu senhor e seremos escravos de Faraó. 26 E José estabeleceu por lei até ao dia de hoje que, na terra do Egito, tirasse Faraó o quinto; só a terra dos sacerdotes não ficou sendo de Faraó.

27 Assim, habitou Israel na terra do Egito, na terra de Gósen; nela tomaram possessão, e foram fecundos, e muito se multiplicaram. 28 Jacó viveu na terra do Egito dezessete anos; de sorte que os dias de Jacó, os anos da sua vida, foram cento e quarenta e sete.

29 Aproximando-se, pois, o tempo da morte de Israel, chamou a José, seu filho, e lhe disse: Se agora achei mercê à tua presença, rogo-te que ponhas a mão debaixo da minha coxa e uses comigo de beneficência e de verdade; rogo-te que me não enterres no Egito, 30 porém que eu jaza com meus pais; por isso, me levarás do Egito e me enterrarás no lugar da sepultura deles. Respondeu José: Farei segundo a tua palavra. 31 Então, lhe disse Jacó: Jura-me. E ele jurou-lhe; e Israel se inclinou sobre a cabeceira da cama.


Leitura Extra

Jesus e o Reino de Deus

O Evangelho de Marcos

Capítulo 5

A cura do endemoninhado geraseno

Mt 8.28-33; Lc 8.26-34

1 Entrementes, chegaram à outra margem do mar, à terra dos gerasenos. 2 Ao desembarcar, logo veio dos sepulcros, ao seu encontro, um homem possesso de espírito imundo, 3 o qual vivia nos sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo; 4 porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram quebradas por ele, e os grilhões, despedaçados. E ninguém podia subjugá-lo. 5 Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras. 6 Quando, de longe, viu Jesus, correu e o adorou, 7 exclamando com alta voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes! 8 Porque Jesus lhe dissera: Espírito imundo, sai desse homem! 9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos. 10 E rogou-lhe encarecidamente que os não mandasse para fora do país. 11 Ora, pastava ali pelo monte uma grande manada de porcos. 12 E os espíritos imundos rogaram a Jesus, dizendo: Manda-nos para os porcos, para que entremos neles. 13 Jesus o permitiu. Então, saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram. 14 Os porqueiros fugiram e o anunciaram na cidade e pelos campos.

Os gerasenos rejeitam a Jesus

Mt 8.34; Lc 8.35-39

Então, saiu o povo para ver o que sucedera. 15 Indo ter com Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo; e temeram. 16 Os que haviam presenciado os fatos contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado e acerca dos porcos. 17 E entraram a rogar-lhe que se retirasse da terra deles. 18 Ao entrar Jesus no barco, suplicava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. 19 Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti. 20 Então, ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam.

O pedido de Jairo

Mt 9.18-19; Lc 8.40-42

21 Tendo Jesus voltado no barco, para o outro lado, afluiu para ele grande multidão; e ele estava junto do mar. 22 Eis que se chegou a ele um dos principais da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostrou-se a seus pés 23 e insistentemente lhe suplicou: Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá. 24 Jesus foi com ele.

A cura de uma mulher enferma

Mt 9.20-22; Lc 8.43-48

Grande multidão o seguia, comprimindo-o.

25 Aconteceu que certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia 26 e muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior, 27 tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste. 28 Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada. 29 E logo se lhe estancou a hemorragia, e sentiu no corpo estar curada do seu flagelo. 30 Jesus, reconhecendo imediatamente que dele saíra poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: Quem me tocou nas vestes? 31 Responderam-lhe seus discípulos: Vês que a multidão te aperta e dizes: Quem me tocou? 32 Ele, porém, olhava ao redor para ver quem fizera isto. 33 Então, a mulher, atemorizada e tremendo, cônscia do que nela se operara, veio, prostrou-se diante dele e declarou-lhe toda a verdade. 34 E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal.

A ressurreição da filha de Jairo

Mt 9.23-26; Lc 8.49-56

35 Falava ele ainda, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre? 36 Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente. 37 Contudo, não permitiu que alguém o acompanhasse, senão Pedro e os irmãos Tiago e João. 38 Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito. 39 Ao entrar, lhes disse: Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não está morta, mas dorme. 40 E riam-se dele. Tendo ele, porém, mandado sair a todos, tomou o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava. 41 Tomando-a pela mão, disse: Talitá cumi!, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te! 42 Imediatamente, a menina se levantou e pôs-se a andar; pois tinha doze anos. Então, ficaram todos sobremaneira admirados. 43 Mas Jesus ordenou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e mandou que dessem de comer à menina.

Capítulo 6

Jesus prega em Nazaré e é rejeitado pelos seus

Mt 13.53-58; Lc 4.16-30

1 Tendo Jesus partido dali, foi para a sua terra, e os seus discípulos o acompanharam. 2 Chegando o sábado, passou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo: Donde vêm a este estas coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos? 3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele. 4 Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra, entre os seus parentes e na sua casa. 5 Não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. 6 Admirou-se da incredulidade deles. Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar.

As instruções para os doze

Mt 10.5-15; Lc 9.1-6

7 Chamou Jesus os doze e passou a enviá-los de dois a dois, dando-lhes autoridade sobre os espíritos imundos. 8 Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, exceto um bordão; nem pão, nem alforje, nem dinheiro; 9 que fossem calçados de sandálias e não usassem duas túnicas. 10 E recomendou-lhes: Quando entrardes nalguma casa, permanecei aí até vos retirardes do lugar. 11 Se nalgum lugar não vos receberem nem vos ouvirem, ao sairdes dali, sacudi o pó dos pés, em testemunho contra eles. 12 Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse; 13 expeliam muitos demônios e curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo.

A morte de João Batista

Mt 14.1-12; Lc 9.7-9

14 Chegou isto aos ouvidos do rei Herodes, porque o nome de Jesus já se tornara notório; e alguns diziam: João Batista ressuscitou dentre os mortos, e, por isso, nele operam forças miraculosas. 15 Outros diziam: É Elias; ainda outros: É profeta como um dos profetas. 16 Herodes, porém, ouvindo isto, disse: É João, a quem eu mandei decapitar, que ressurgiu. 17 Porque o mesmo Herodes, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe (porquanto Herodes se casara com ela), mandara prender a João e atá-lo no cárcere. 18 Pois João lhe dizia: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão. 19 E Herodias o odiava, querendo matá-lo, e não podia. 20 Porque Herodes temia a João, sabendo que era homem justo e santo, e o tinha em segurança. E, quando o ouvia, ficava perplexo, escutando-o de boa mente. 21 E, chegando um dia favorável, em que Herodes no seu aniversário natalício dera um banquete aos seus dignitários, aos oficiais militares e aos principais da Galileia, 22 entrou a filha de Herodias e, dançando, agradou a Herodes e aos seus convivas. Então, disse o rei à jovem: Pede-me o que quiseres, e eu to darei. 23 E jurou-lhe: Se pedires mesmo que seja a metade do meu reino, eu ta darei. 24 Saindo ela, perguntou à sua mãe: Que pedirei? Esta respondeu: A cabeça de João Batista. 25 No mesmo instante, voltando apressadamente para junto do rei, disse: Quero que, sem demora, me dês num prato a cabeça de João Batista. 26 Entristeceu-se profundamente o rei; mas, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, não lha quis negar. 27 E, enviando logo o executor, mandou que lhe trouxessem a cabeça de João. Ele foi, e o decapitou no cárcere, 28 e, trazendo a cabeça num prato, a entregou à jovem, e esta, por sua vez, a sua mãe. 29 Os discípulos de João, logo que souberam disto, vieram, levaram-lhe o corpo e o depositaram no túmulo.

A primeira multiplicação de pães e peixes

Mt 14.13-21; Lc 9.10-17; Jo 6.1-14

30 Voltaram os apóstolos à presença de Jesus e lhe relataram tudo quanto haviam feito e ensinado. 31 E ele lhes disse: Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto; porque eles não tinham tempo nem para comer, visto serem numerosos os que iam e vinham. 32 Então, foram sós no barco para um lugar solitário. 33 Muitos, porém, os viram partir e, reconhecendo-os, correram para lá, a pé, de todas as cidades, e chegaram antes deles. 34 Ao desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E passou a ensinar-lhes muitas coisas. 35 Em declinando a tarde, vieram os discípulos a Jesus e lhe disseram: É deserto este lugar, e já avançada a hora; 36 despede-os para que, passando pelos campos ao redor e pelas aldeias, comprem para si o que comer. 37 Porém ele lhes respondeu: Dai-lhes vós mesmos de comer. Disseram-lhe: Iremos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer? 38 E ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide ver! E, sabendo-o eles, responderam: Cinco pães e dois peixes. 39 Então, Jesus lhes ordenou que todos se assentassem, em grupos, sobre a relva verde. 40 E o fizeram, repartindo-se em grupos de cem em cem e de cinquenta em cinquenta. 41 Tomando ele os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e, partindo os pães, deu-os aos discípulos para que os distribuíssem; e por todos repartiu também os dois peixes. 42 Todos comeram e se fartaram; 43 e ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. 44 Os que comeram dos pães eram cinco mil homens.

Jesus anda sobre o mar

Mt 14.22-33; Jo 6.16-21

45 Logo a seguir, compeliu Jesus os seus discípulos a embarcar e passar adiante para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. 46 E, tendo-os despedido, subiu ao monte para orar. 47 Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar, e ele, sozinho em terra. 48 E, vendo-os em dificuldade a remar, porque o vento lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite, veio ter com eles, andando por sobre o mar; e queria tomar-lhes a dianteira. 49 Eles, porém, vendo-o andar sobre o mar, pensaram tratar-se de um fantasma e gritaram. 50 Pois todos ficaram aterrados à vista dele. Mas logo lhes falou e disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! 51 E subiu para o barco para estar com eles, e o vento cessou. Ficaram entre si atônitos, 52 porque não haviam compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido.

Jesus em Genesaré

Mt 14.34-36

53 Estando já no outro lado, chegaram a terra, em Genesaré, onde aportaram. 54 Saindo eles do barco, logo o povo reconheceu Jesus; 55 e, percorrendo toda aquela região, traziam em leitos os enfermos, para onde ouviam que ele estava. 56 Onde quer que ele entrasse nas aldeias, cidades ou campos, punham os enfermos nas praças, rogando-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste; e quantos a tocavam saíam curados.