Leitura Diária da Bíblia

Dia 11 de janeiro: Gênesis, cap. 29 a 31

Os bens do rico são a sua cidade forte; a pobreza dos pobres é a sua ruína. (Provérbios 10.15)

O banquete da Sabedoria

A Sabedoria edificou a sua casa, lavrou as suas sete colunas.

Carneou os seus animais, misturou o seu vinho e arrumou a sua mesa.

Já deu ordens às suas criadas e, assim, convida desde as alturas da cidade:

Quem é simples, volte-se para aqui. Aos faltos de senso diz:

Vinde, comei do meu pão e bebei do vinho que misturei.

Deixai os insensatos e vivei; andai pelo caminho do entendimento.

O que repreende o escarnecedor traz afronta sobre si; e o que censura o perverso a si mesmo se injuria.

Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio, e ele te amará.

Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio ainda; ensina ao justo, e ele crescerá em prudência.

O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência.

Porque por mim se multiplicam os teus dias, e anos de vida se te acrescentarão.

Se és sábio, para ti mesmo o és; se és escarnecedor, tu só o suportarás.

(Provérbios 9:1-12)

O convite da mulher-loucura

A loucura é mulher apaixonada, é ignorante e não sabe coisa alguma.

Assenta-se à porta de sua casa, nas alturas da cidade, toma uma cadeira, para dizer aos que passam e seguem direito o seu caminho:

Quem é simples, volte-se para aqui. E aos faltos de senso diz:

As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável.

Eles, porém, não sabem que ali estão os mortos, que os seus convidados estão nas profundezas do inferno.

(Provérbios 9:13-18)


The Bible Project Reading Plan

Parte II

A Aliança Abraâmica

O Livro do Gênesis

Capítulo 29 (cont.)

Os filhos de Jacó

31 Vendo o SENHOR que Lia era desprezada, fê-la fecunda; ao passo que Raquel era estéril. 32 Concebeu, pois, Lia e deu à luz um filho, a quem chamou Rúben, pois disse: O SENHOR atendeu à minha aflição. Por isso, agora me amará meu marido. 33 Concebeu outra vez, e deu à luz um filho, e disse: Soube o SENHOR que era preterida e me deu mais este; chamou-lhe, pois, Simeão. 34 Outra vez concebeu Lia, e deu à luz um filho, e disse: Agora, desta vez, se unirá mais a mim meu marido, porque lhe dei à luz três filhos; por isso, lhe chamou Levi. 35 De novo concebeu e deu à luz um filho; então, disse: Esta vez louvarei o SENHOR. E por isso lhe chamou Judá; e cessou de dar à luz.

Capítulo 30

1 Vendo Raquel que não dava filhos a Jacó, teve ciúmes de sua irmã e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão morrerei. 2 Então, Jacó se irou contra Raquel e disse: Acaso, estou eu em lugar de Deus que ao teu ventre impediu frutificar? 3 Respondeu ela: Eis aqui Bila, minha serva; coabita com ela, para que dê à luz, e eu traga filhos ao meu colo, por meio dela. 4 Assim, lhe deu a Bila, sua serva, por mulher; e Jacó a possuiu. 5 Bila concebeu e deu à luz um filho a Jacó. 6 Então, disse Raquel: Deus me julgou, e também me ouviu a voz, e me deu um filho; portanto, lhe chamou Dã. 7 Concebeu outra vez Bila, serva de Raquel, e deu à luz o segundo filho a Jacó. 8 Disse Raquel: Com grandes lutas tenho competido com minha irmã e logrei prevalecer; chamou-lhe, pois, Naftali.

9 Vendo Lia que ela mesma cessara de conceber, tomou também a Zilpa, sua serva, e deu-a a Jacó, por mulher. 10 Zilpa, serva de Lia, deu a Jacó um filho. 11 Disse Lia: Afortunada! E lhe chamou Gade. 12 Depois, Zilpa, serva de Lia, deu o segundo filho a Jacó. 13 Então, disse Lia: É a minha felicidade! Porque as filhas me terão por venturosa; e lhe chamou Aser.

14 Foi Rúben nos dias da ceifa do trigo, e achou mandrágoras no campo, e trouxe-as a Lia, sua mãe. Então, disse Raquel a Lia: Dá-me das mandrágoras de teu filho. 15 Respondeu ela: Achas pouco o me teres levado o marido? Tomarás também as mandrágoras de meu filho? Disse Raquel: Ele te possuirá esta noite, a troco das mandrágoras de teu filho. 16 À tarde, vindo Jacó do campo, saiu-lhe ao encontro Lia e lhe disse: Esta noite me possuirás, pois eu te aluguei pelas mandrágoras de meu filho. E Jacó, naquela noite, coabitou com ela. 17 Ouviu Deus a Lia; ela concebeu e deu à luz o quinto filho. 18 Então, disse Lia: Deus me recompensou, porque dei a minha serva a meu marido; e chamou-lhe Issacar. 19 E Lia, tendo concebido outra vez, deu a Jacó o sexto filho. 20 E disse: Deus me concedeu excelente dote; desta vez permanecerá comigo meu marido, porque lhe dei seis filhos; e lhe chamou Zebulom. 21 Depois disto, deu à luz uma filha e lhe chamou Diná. 22 Lembrou-se Deus de Raquel, ouviu-a e a fez fecunda. 23 Ela concebeu, deu à luz um filho e disse: Deus me tirou o meu vexame. 24 E lhe chamou José, dizendo: Dê-me o SENHOR ainda outro filho.

25 Tendo Raquel dado à luz a José, disse Jacó a Labão: Permite-me que eu volte ao meu lugar e à minha terra. 26 Dá-me meus filhos e as mulheres, pelas quais eu te servi, e partirei; pois tu sabes quanto e de que maneira te servi.

Labão faz um novo pacto com Jacó

27 Labão lhe respondeu: Ache eu mercê diante de ti; fica comigo. Tenho experimentado que o SENHOR me abençoou por amor de ti. 28 E disse ainda: Fixa o teu salário, que te pagarei. 29 Disse-lhe Jacó: Tu sabes como te venho servindo e como cuidei do teu gado. 30 Porque o pouco que tinhas antes da minha vinda foi aumentado grandemente; e o SENHOR te abençoou por meu trabalho. Agora, pois, quando hei de eu trabalhar também por minha casa? 31 Então, Labão lhe perguntou: Que te darei? Respondeu Jacó: Nada me darás; tornarei a apascentar e a guardar o teu rebanho, se me fizeres isto: 32 Passarei hoje por todo o teu rebanho, separando dele os salpicados e malhados, e todos os negros entre os cordeiros, e o que é malhado e salpicado entre as cabras; será isto o meu salário. 33 Assim, responderá por mim a minha justiça, no dia de amanhã, quando vieres ver o meu salário diante de ti; o que não for salpicado e malhado entre as cabras e negro entre as ovelhas, esse, se for achado comigo, será tido por furtado. 34 Disse Labão: Pois sim! Seja conforme a tua palavra. 35 Mas, naquele mesmo dia, separou Labão os bodes listados e malhados e todas as cabras salpicadas e malhadas, todos os que tinham alguma brancura e todos os negros entre os cordeiros; e os passou às mãos de seus filhos. 36 E pôs a distância de três dias de jornada entre si e Jacó; e Jacó apascentava o restante dos rebanhos de Labão.

Jacó se enriquece

37 Tomou, então, Jacó varas verdes de álamo, de aveleira e de plátano e lhes removeu a casca, em riscas abertas, deixando aparecer a brancura das varas, 38 as quais, assim escorchadas, pôs ele em frente do rebanho, nos canais de água e nos bebedouros, aonde os rebanhos vinham para dessedentar-se, e conceberam quando vinham a beber. 39 E concebia o rebanho diante das varas, e as ovelhas davam crias listadas, salpicadas e malhadas. 40 Então, separou Jacó os cordeiros e virou o rebanho para o lado dos listados e dos pretos nos rebanhos de Labão; e pôs o seu rebanho à parte e não o juntou com o rebanho de Labão. 41 E, todas as vezes que concebiam as ovelhas fortes, punha Jacó as varas à vista do rebanho nos canais de água, para que concebessem diante das varas. 42 Porém, quando o rebanho era fraco, não as punha; assim, as fracas eram de Labão, e as fortes, de Jacó. 43 E o homem se tornou mais e mais rico; teve muitos rebanhos, e servas, e servos, e camelos, e jumentos.

Capítulo 31

Jacó retorna à terra de seus pais

1 Então, ouvia Jacó os comentários dos filhos de Labão, que diziam: Jacó se apossou de tudo o que era de nosso pai; e do que era de nosso pai juntou ele toda esta riqueza. 2 Jacó, por sua vez, reparou que o rosto de Labão não lhe era favorável, como anteriormente. 3 E disse o SENHOR a Jacó: Torna à terra de teus pais e à tua parentela; e eu serei contigo. 4 Então, Jacó mandou vir Raquel e Lia ao campo, para junto do seu rebanho, 5 e lhes disse: Vejo que o rosto de vosso pai não me é favorável como anteriormente; porém o Deus de meu pai tem estado comigo. 6 Vós mesmas sabeis que com todo empenho tenho servido a vosso pai; 7 mas vosso pai me tem enganado e por dez vezes me mudou o salário; porém Deus não lhe permitiu que me fizesse mal nenhum. 8 Se ele dizia: Os salpicados serão o teu salário, então, todos os rebanhos davam salpicados; e se dizia: Os listados serão o teu salário, então, os rebanhos todos davam listados. 9 Assim, Deus tomou o gado de vosso pai e mo deu a mim. 10 Pois, chegado o tempo em que o rebanho concebia, levantei os olhos e vi em sonhos que os machos que cobriam as ovelhas eram listados, salpicados e malhados. 11 E o Anjo de Deus me disse em sonho: Jacó! Eu respondi: Eis-me aqui! 12 Ele continuou: Levanta agora os olhos e vê que todos os machos que cobrem o rebanho são listados, salpicados e malhados, porque vejo tudo o que Labão te está fazendo. 13 Eu sou o Deus de Betel, onde ungiste uma coluna, onde me fizeste um voto; levanta-te agora, sai desta terra e volta para a terra de tua parentela. 14 Então, responderam Raquel e Lia e lhe disseram: Há ainda para nós parte ou herança na casa de nosso pai? 15 Não nos considera ele como estrangeiras? Pois nos vendeu e consumiu tudo o que nos era devido. 16 Porque toda a riqueza que Deus tirou de nosso pai é nossa e de nossos filhos; agora, pois, faze tudo o que Deus te disse.

17 Então, se levantou Jacó e, fazendo montar seus filhos e suas mulheres em camelos, 18 levou todo o seu gado e todos os seus bens que chegou a possuir; o gado de sua propriedade que acumulara em Padã-Arã, para ir a Isaque, seu pai, à terra de Canaã. 19 Tendo ido Labão fazer a tosquia das ovelhas, Raquel furtou os ídolos do lar que pertenciam a seu pai. 20 E Jacó logrou a Labão, omeu, não lhe dando a saber que fugia. 21 E fugiu com tudo o que lhe pertencia; levantou-se, passou o Eufrates e tomou o rumo da montanha de Gileade.

Labão segue no encalço de Jacó

22 No terceiro dia, Labão foi avisado de que Jacó ia fugindo. 23 Tomando, pois, consigo a seus irmãos, saiu-lhe no encalço, por sete dias de jornada, e o alcançou na montanha de Gileade. 24 De noite, porém, veio Deus a Labão, omeu, em sonhos, e lhe disse: Guarda-te, não fales a Jacó nem bem nem mal.

25 Alcançou, pois, Labão a Jacó. Este havia armado a sua tenda naquela montanha; também Labão armou a sua com seus irmãos, na montanha de Gileade. 26 E disse Labão a Jacó: Que fizeste, que me lograste e levaste minhas filhas como cativas pela espada? 27 Por que fugiste ocultamente, e me lograste, e nada me fizeste saber, para que eu te despedisse com alegria, e com cânticos, e com tamboril, e com harpa? 28 E por que não me permitiste beijar meus filhos e minhas filhas? Nisso procedeste insensatamente. 29 Há poder em minhas mãos para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou, ontem à noite, e disse: Guarda-te, não fales a Jacó nem bem nem mal. 30 E agora que partiste de vez, porque tens saudade da casa de teu pai, por que me furtaste os meus deuses? 31 Respondeu-lhe Jacó: Porque tive medo; pois calculei: não suceda que me tome à força as suas filhas. 32 Não viva aquele com quem achares os teus deuses; verifica diante de nossos irmãos o que te pertence e que está comigo e leva-o contigo. Pois Jacó não sabia que Raquel os havia furtado.

33 Labão, pois, entrou na tenda de Jacó, na de Lia e na das duas servas, porém não os achou. Tendo saído da tenda de Lia, entrou na de Raquel. 34 Ora, Raquel havia tomado os ídolos do lar, e os pusera na sela de um camelo, e estava assentada sobre eles; apalpou Labão toda a tenda e não os achou. 35 Então, disse ela a seu pai: Não te agastes, meu senhor, por não poder eu levantar-me na tua presença; pois me acho com as regras das mulheres. Ele procurou, contudo não achou os ídolos do lar.

36 Então, se irou Jacó e altercou com Labão; e lhe disse: Qual é a minha transgressão? Qual o meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido? 37 Havendo apalpado todos os meus utensílios, que achaste de todos os utensílios de tua casa? Põe-nos aqui diante de meus irmãos e de teus irmãos, para que julguem entre mim e ti. 38 Vinte anos eu estive contigo, as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca perderam as crias, e não comi os carneiros de teu rebanho. 39 Nem te apresentei o que era despedaçado pelas feras; sofri o dano; da minha mão o requerias, tanto o furtado de dia como de noite. 40 De maneira que eu andava, de dia consumido pelo calor, de noite, pela geada; e o meu sono me fugia dos olhos. 41 Vinte anos permaneci em tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas e seis anos por teu rebanho; dez vezes me mudaste o salário. 42 Se não fora o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o Temor de Isaque, por certo me despedirias agora de mãos vazias. Deus me atendeu ao sofrimento e ao trabalho das minhas mãos e te repreendeu ontem à noite.

A aliança entre Labão e Jacó

43 Então, respondeu Labão a Jacó: As filhas são minhas filhas, os filhos são meus filhos, os rebanhos são meus rebanhos, e tudo o que vês é meu; que posso fazer hoje a estas minhas filhas ou aos filhos que elas deram à luz? 44 Vem, pois; e façamos aliança, eu e tu, que sirva de testemunho entre mim e ti. 45 Então, Jacó tomou uma pedra e a erigiu por coluna. 46 E disse a seus irmãos: Ajuntai pedras. E tomaram pedras e fizeram um montão, ao lado do qual comeram. 47 Chamou-lhe Labão Jegar-Saaduta; Jacó, porém, lhe chamou Galeede. 48 E disse Labão: Seja hoje este montão por testemunha entre mim e ti; por isso, se lhe chamou Galeede 49 e Mispa, pois disse: Vigie o SENHOR entre mim e ti e nos julgue quando estivermos separados um do outro. 50 Se maltratares as minhas filhas e tomares outras mulheres além delas, não estando ninguém conosco, atenta que Deus é testemunha entre mim e ti.

51 Disse mais Labão a Jacó: Eis aqui este montão e esta coluna que levantei entre mim e ti. 52 Seja o montão testemunha, e seja a coluna testemunha de que para mal não passarei o montão para lá, e tu não passarás o montão e a coluna para cá. 53 O Deus de Abraão e o Deus de Naor, o Deus do pai deles, julgue entre nós. E jurou Jacó pelo Temor de Isaque, seu pai. 54 E ofereceu Jacó um sacrifício na montanha e convidou seus irmãos para comerem pão; comeram pão e passaram a noite na montanha.

55 Tendo-se levantado Labão pela madrugada, beijou seus filhos e suas filhas e os abençoou; e, partindo, voltou para sua casa.


Leitura Extra

Jesus e o Reino de Deus

O Evangelho de Mateus

Capítulo 20

A parábola dos trabalhadores na vinha

1 Porque o reino dos céus é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar trabalhadores para a sua vinha. 2 E, tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha. 3 Saindo pela terceira hora, viu, na praça, outros que estavam desocupados 4 e disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e vos darei o que for justo. Eles foram. 5 Tendo saído outra vez, perto da hora sexta e da nona, procedeu da mesma forma, 6 e, saindo por volta da hora undécima, encontrou outros que estavam desocupados e perguntou-lhes: Por que estivestes aqui desocupados o dia todo? 7 Responderam-lhe: Porque ninguém nos contratou. Então, lhes disse ele: Ide também vós para a vinha. 8 Ao cair da tarde, disse o senhor da vinha ao seu administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos, indo até aos primeiros. 9 Vindo os da hora undécima, recebeu cada um deles um denário. 10 Ao chegarem os primeiros, pensaram que receberiam mais; porém também estes receberam um denário cada um. 11 Mas, tendo-o recebido, murmuravam contra o dono da casa, 12 dizendo: Estes últimos trabalharam apenas uma hora; contudo, os igualaste a nós, que suportamos a fadiga e o calor do dia. 13 Mas o proprietário, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não combinaste comigo um denário? 14 Toma o que é teu e vai-te; pois quero dar a este último tanto quanto a ti. 15 Porventura, não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom? 16 Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos [porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos].

Jesus ainda outra vez prediz sua morte e ressurreição

Mc 10.32-34; Lc 18.31-33

17 Estando Jesus para subir a Jerusalém, chamou à parte os doze e, em caminho, lhes disse: 18 Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. 19 E o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado; mas, ao terceiro dia, ressurgirá.

O pedido da mãe de Tiago e João

Mc 10.35-45

20 Então, se chegou a ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, pediu-lhe um favor. 21 Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda. 22 Mas Jesus respondeu: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos. 23 Então, lhes disse: Bebereis o meu cálice; mas o assentar-se à minha direita e à minha esquerda não me compete concedê-lo; é, porém, para aqueles a quem está preparado por meu Pai. 24 Ora, ouvindo isto os dez, indignaram-se contra os dois irmãos. 25 Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. 26 Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; 27 e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; 28 tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.

A cura de dois cegos de Jericó

Mc 10.46-52; Lc 18.35-43

29 Saindo eles de Jericó, uma grande multidão o acompanhava. 30 E eis que dois cegos, assentados à beira do caminho, tendo ouvido que Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós! 31 Mas a multidão os repreendia para que se calassem; eles, porém, gritavam cada vez mais: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós! 32 Então, parando Jesus, chamou-os e perguntou: Que quereis que eu vos faça? 33 Responderam: Senhor, que se nos abram os olhos. 34 Condoído, Jesus tocou-lhes os olhos, e imediatamente recuperaram a vista e o foram seguindo.

Capítulo 21

A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém

Mc 11.1-11; Lc 19.28-40; Jo 12.12-15

1 Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, ao monte das Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: 2 Ide à aldeia que aí está diante de vós e logo achareis presa uma jumenta e, com ela, um jumentinho. Desprendei-a e trazei-mos. 3 E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei-lhe que o Senhor precisa deles. E logo os enviará. 4 Ora, isto aconteceu para se cumprir o que foi dito por intermédio do profeta:

5 Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de animal de carga.

6 Indo os discípulos e tendo feito como Jesus lhes ordenara, 7 trouxeram a jumenta e o jumentinho. Então, puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou. 8 E a maior parte da multidão estendeu as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, espalhando-os pela estrada. 9 E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas! 10 E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, e perguntavam: Quem é este? 11 E as multidões clamavam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia!

A entrada de Jesus em Jerusalém

A purificação do templo

Mc 11.15-17; Lc 19.45-46

12 Tendo Jesus entrado no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam; também derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. 13 E disse-lhes: Está escrito:

A minha casa será chamada casa de oração;

vós, porém, a transformais em covil de salteadores.

Jesus efetua curas no templo

14 Vieram a ele, no templo, cegos e coxos, e ele os curou. 15 Mas, vendo os principais sacerdotes e os escribas as maravilhas que Jesus fazia e os meninos clamando: Hosana ao Filho de Davi!, indignaram-se e perguntaram-lhe: 16 Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes:

Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor?

17 E, deixando-os, saiu da cidade para Betânia, onde pernoitou.

A figueira sem fruto

Mc 11.12-14,20-24

18 Cedo de manhã, ao voltar para a cidade, teve fome; 19 e, vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela; e, não tendo achado senão folhas, disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente. 20 Vendo isto os discípulos, admiraram-se e exclamaram: Como secou depressa a figueira! 21 Jesus, porém, lhes respondeu: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi feito à figueira, mas até mesmo, se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, tal sucederá; 22 e tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis.

A autoridade de Jesus e o batismo de João

Mc 11.27-33; Lc 20.1-8

23 Tendo Jesus chegado ao templo, estando já ensinando, acercaram-se dele os principais sacerdotes e os anciãos do povo, perguntando: Com que autoridade fazes estas coisas? E quem te deu essa autoridade? 24 E Jesus lhes respondeu: Eu também vos farei uma pergunta; se me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. 25 Donde era o batismo de João, do céu ou dos homens? E discorriam entre si: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não acreditastes nele? 26 E, se dissermos: dos homens, é para temer o povo, porque todos consideram João como profeta. 27 Então, responderam a Jesus: Não sabemos. E ele, por sua vez: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.

A parábola dos dois filhos

28 E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. 29 Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. 30 Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. 32 Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele.

A parábola dos lavradores maus

Mc 12.1-12; Lc 20.9-19

33 Atentai noutra parábola. Havia um homem, dono de casa, que plantou uma vinha. Cercou-a de uma sebe, construiu nela um lagar, edificou-lhe uma torre e arrendou-a a uns lavradores. Depois, se ausentou do país. 34 Ao tempo da colheita, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os frutos que lhe tocavam. 35 E os lavradores, agarrando os servos, espancaram a um, mataram a outro e a outro apedrejaram. 36 Enviou ainda outros servos em maior número; e trataram-nos da mesma sorte. 37 E, por último, enviou-lhes o seu próprio filho, dizendo: A meu filho respeitarão. 38 Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; ora, vamos, matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança. 39 E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e o mataram. 40 Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores? 41 Responderam-lhe: Fará perecer horrivelmente a estes malvados e arrendará a vinha a outros lavradores que lhe remetam os frutos nos seus devidos tempos.

42 Perguntou-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras:

A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?

43 Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos. 44 Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.

45 Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas parábolas, entenderam que era a respeito deles que Jesus falava; 46 e, conquanto buscassem prendê-lo, temeram as multidões, porque estas o consideravam como profeta.