Dia 9 de janeiro: Gênesis, cap. 24 a 26
O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões. (Provérbios 10.12)
Filho meu, guarda as minhas palavras e conserva dentro de ti os meus mandamentos.
Guarda os meus mandamentos e vive; e a minha lei, como a menina dos teus olhos.
Ata-os aos dedos, escreve-os na tábua do teu coração.
Dize à Sabedoria: Tu és minha irmã; e ao Entendimento chama teu parente; para te guardarem da mulher alheia, da estranha que lisonjeia com palavras.
Porque da janela da minha casa, por minhas grades, olhando eu, vi entre os simples, descobri entre os jovens um que era carecente de juízo, que ia e vinha pela rua junto à esquina da mulher estranha e seguia o caminho da sua casa, à tarde do dia, no crepúsculo, na escuridão da noite, nas trevas.
Eis que a mulher lhe sai ao encontro, com vestes de prostituta e astuta de coração.
É apaixonada e inquieta, cujos pés não param em casa; ora está nas ruas, ora, nas praças, espreitando por todos os cantos.
Aproximou-se dele, e o beijou, e de cara impudente lhe diz:
Sacrifícios pacíficos tinha eu de oferecer; paguei hoje os meus votos.
Por isso, saí ao teu encontro, a buscar-te, e te achei.
Já cobri de colchas a minha cama, de linho fino do Egito, de várias cores; já perfumei o meu leito com mirra, aloés e cinamomo.
Vem, embriaguemo-nos com as delícias do amor, até pela manhã; gozemos amores.
Porque o meu marido não está em casa, saiu de viagem para longe.
Levou consigo um saquitel de dinheiro; só por volta da lua cheia ele tornará para casa.
Seduziu-o com as suas muitas palavras, com as lisonjas dos seus lábios o arrastou.
E ele num instante a segue, como o boi que vai ao matadouro; como o cervo que corre para a rede, até que a flecha lhe atravesse o coração; como a ave que se apressa para o laço, sem saber que isto lhe custará a vida.
Agora, pois, filho, dá-me ouvidos e sê atento às palavras da minha boca; não se desvie o teu coração para os caminhos dela, e não andes perdido nas suas veredas; porque a muitos feriu e derribou; e são muitos os que por ela foram mortos.
A sua casa é caminho para a sepultura e desce para as câmaras da morte.
Parte II
A Aliança Abraâmica
1 Era Abraão já idoso, bem avançado em anos; e o SENHOR em tudo o havia abençoado. 2 Disse Abraão ao seu mais antigo servo da casa, que governava tudo o que possuía: Põe a mão por baixo da minha coxa, 3 para que eu te faça jurar pelo SENHOR, Deus do céu e da terra, que não tomarás esposa para meu filho das filhas dos cananeus, entre os quais habito; 4 mas irás à minha parentela e daí tomarás esposa para Isaque, meu filho. 5 Disse-lhe o servo: Talvez não queira a mulher seguir-me para esta terra; nesse caso, levarei teu filho à terra donde saíste? 6 Respondeu-lhe Abraão: Cautela! Não faças voltar para lá meu filho. 7 O SENHOR, Deus do céu, que me tirou da casa de meu pai e de minha terra natal, e que me falou, e jurou, dizendo: À tua descendência darei esta terra, ele enviará o seu anjo, que te há de preceder, e tomarás de lá esposa para meu filho. 8 Caso a mulher não queira seguir-te, ficarás desobrigado do teu juramento; entretanto, não levarás para lá meu filho. 9 Com isso, pôs o servo a mão por baixo da coxa de Abraão, seu senhor, e jurou fazer segundo o resolvido.
10 Tomou o servo dez dos camelos do seu senhor e, levando consigo de todos os bens dele, levantou-se e partiu, rumo da Mesopotâmia, para a cidade de Naor. 11 Fora da cidade, fez ajoelhar os camelos junto a um poço de água, à tarde, hora em que as moças saem a tirar água. 12 E disse consigo: Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, rogo-te que me acudas hoje e uses de bondade para com o meu senhor Abraão! 13 Eis que estou ao pé da fonte de água, e as filhas dos homens desta cidade saem para tirar água; 14 dá-me, pois, que a moça a quem eu disser: inclina o cântaro para que eu beba; e ela me responder: Bebe, e darei ainda de beber aos teus camelos, seja a que designaste para o teu servo Isaque; e nisso verei que usaste de bondade para com o meu senhor.
15 Considerava ele ainda, quando saiu Rebeca, filha de Betuel, filho de Milca, mulher de Naor, irmão de Abraão, trazendo um cântaro ao ombro. 16 A moça era mui formosa de aparência, virgem, a quem nenhum homem havia possuído; ela desceu à fonte, encheu o seu cântaro e subiu. 17 Então, o servo saiu-lhe ao encontro e disse: Dá-me de beber um pouco da água do teu cântaro. 18 Ela respondeu: Bebe, meu senhor. E, prontamente, baixando o cântaro para a mão, lhe deu de beber. 19 Acabando ela de dar a beber, disse: Tirarei água também para os teus camelos, até que todos bebam. 20 E, apressando-se em despejar o cântaro no bebedouro, correu outra vez ao poço para tirar mais água; tirou-a e deu-a a todos os camelos. 21 O homem a observava, em silêncio, atentamente, para saber se teria o SENHOR levado a bom termo a sua jornada ou não.
O encontro com Rebeca
22 Tendo os camelos acabado de beber, tomou o homem um pendente de ouro de meio siclo de peso e duas pulseiras para as mãos dela, do peso de dez siclos de ouro; 23 e lhe perguntou: De quem és filha? Peço-te que me digas. Haverá em casa de teu pai lugar em que eu fique, e a comitiva? 24 Ela respondeu: Sou filha de Betuel, filho de Milca, o qual ela deu à luz a Naor. 25 E acrescentou: Temos palha, e muito pasto, e lugar para passar a noite. 26 Então, se inclinou o homem e adorou ao SENHOR. 27 E disse: Bendito seja o SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, que não retirou a sua benignidade e a sua verdade de meu senhor; quanto a mim, estando no caminho, o SENHOR me guiou à casa dos parentes de meu senhor.
28 E a moça correu e contou aos da casa de sua mãe todas essas coisas. 29 Ora, Rebeca tinha um irmão, chamado Labão; este correu ao encontro do homem junto à fonte. 30 Pois, quando viu o pendente e as pulseiras nas mãos de sua irmã, tendo ouvido as palavras de Rebeca, sua irmã, que dizia: Assim me falou o homem, foi Labão ter com ele, o qual estava em pé junto aos camelos, junto à fonte. 31 E lhe disse: Entra, bendito do SENHOR, por que estás aí fora? Pois já preparei a casa e o lugar para os camelos. 32 Então, fez entrar o homem; descarregaram-lhe os camelos e lhes deram forragem e pasto; deu-se-lhe água para lavar os pés e também aos homens que estavam com ele. 33 Diante dele puseram comida; porém ele disse: Não comerei enquanto não expuser o propósito a que venho. Labão respondeu-lhe: Dize. 34 Então, disse: Sou servo de Abraão. 35 O SENHOR tem abençoado muito ao meu senhor, e ele se tornou grande; deu-lhe ovelhas e bois, e prata e ouro, e servos e servas, e camelos e jumentos. 36 Sara, mulher do meu senhor, era já idosa quando lhe deu à luz um filho; a este deu ele tudo quanto tem. 37 E meu senhor me fez jurar, dizendo: Não tomarás esposa para meu filho das mulheres dos cananeus, em cuja terra habito; 38 porém irás à casa de meu pai e à minha família e tomarás esposa para meu filho. 39 Respondi ao meu senhor: Talvez não queira a mulher seguir-me. 40 Ele me disse: O SENHOR, em cuja presença eu ando, enviará contigo o seu Anjo e levará a bom termo a tua jornada, para que, da minha família e da casa de meu pai, tomes esposa para meu filho. 41 Então, serás desobrigado do meu juramento, quando fores à minha família; se não ta derem, desobrigado estarás do meu juramento.
42 Hoje, pois, cheguei à fonte e disse comigo: ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, se me levas a bom termo a jornada em que sigo, 43 eis-me agora junto à fonte de água; a moça que sair para tirar água, a quem eu disser: dá-me um pouco de água do teu cântaro, 44 e ela me responder: Bebe, e também tirarei água para os teus camelos, seja essa a mulher que o SENHOR designou para o filho de meu senhor.
45 Considerava ainda eu assim, no meu íntimo, quando saiu Rebeca trazendo o seu cântaro ao ombro, desceu à fonte e tirou água. E eu lhe disse: peço-te que me dês de beber. 46 Ela se apressou e, baixando o cântaro do ombro, disse: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos. Bebi, e ela deu de beber aos camelos. 47 Daí lhe perguntei: de quem és filha? Ela respondeu: Filha de Betuel, filho de Naor e Milca. Então, lhe pus o pendente no nariz e as pulseiras nas mãos. 48 E, prostrando-me, adorei ao SENHOR e bendisse ao SENHOR, Deus do meu senhor Abraão, que me havia conduzido por um caminho direito, a fim de tomar para o filho do meu senhor uma filha do seu parente. 49 Agora, pois, se haveis de usar de benevolência e de verdade para com o meu senhor, fazei-mo saber; se não, declarai-mo, para que eu vá, ou para a direita ou para a esquerda.
50 Então, responderam Labão e Betuel: Isto procede do SENHOR, nada temos a dizer fora da sua verdade. 51 Eis Rebeca na tua presença; toma-a e vai-te; seja ela a mulher do filho do teu senhor, segundo a palavra do SENHOR.
52 Tendo ouvido o servo de Abraão tais palavras, prostrou-se em terra diante do SENHOR; 53 e tirou joias de ouro e de prata e vestidos e os deu a Rebeca; também deu ricos presentes a seu irmão e a sua mãe. 54 Depois, comeram, e beberam, ele e os homens que estavam com ele, e passaram a noite. De madrugada, quando se levantaram, disse o servo: Permiti que eu volte ao meu senhor. 55 Mas o irmão e a mãe da moça disseram: Fique ela ainda conosco alguns dias, pelo menos dez; e depois irá. 56 Ele, porém, lhes disse: Não me detenhais, pois o SENHOR me tem levado a bom termo na jornada; permiti que eu volte ao meu senhor. 57 Disseram: Chamemos a moça e ouçamo-la pessoalmente. 58 Chamaram, pois, a Rebeca e lhe perguntaram: Queres ir com este homem? Ela respondeu: Irei. 59 Então, despediram a Rebeca, sua irmã, e a sua ama, e ao servo de Abraão, e a seus homens. 60 Abençoaram a Rebeca e lhe disseram: És nossa irmã; sê tu a mãe de milhares de milhares, e que a tua descendência possua a porta dos seus inimigos. 61 Então, se levantou Rebeca com suas moças e, montando os camelos, seguiram o homem. O servo tomou a Rebeca e partiu.
62 Ora, Isaque vinha de caminho de Beer-Laai-Roi, porque habitava na terra do Neguebe. 63 Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde; erguendo os olhos, viu, e eis que vinham camelos. 64 Também Rebeca levantou os olhos, e, vendo a Isaque, apeou do camelo, 65 e perguntou ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? É o meu senhor, respondeu. Então, tomou ela o véu e se cobriu. 66 O servo contou a Isaque todas as coisas que havia feito. 67 Isaque conduziu-a até à tenda de Sara, mãe dele, e tomou a Rebeca, e esta lhe foi por mulher. Ele a amou; assim, foi Isaque consolado depois da morte de sua mãe.
Isaque e Rebeca
1Cr 1.32-33
1 Desposou Abraão outra mulher; chamava-se Quetura. 2 Ela lhe deu à luz a Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá. 3 Jocsã gerou a Seba e a Dedã; os filhos de Dedã foram: Assurim, Letusim e Leumim. 4 Os filhos de Midiã foram: Efá, Efer, Enoque, Abida e Elda. Todos estes foram filhos de Quetura. 5 Abraão deu tudo o que possuía a Isaque. 6 Porém, aos filhos das concubinas que tinha, deu ele presentes e, ainda em vida, os separou de seu filho Isaque, enviando-os para a terra oriental.
7 Foram os dias da vida de Abraão cento e setenta e cinco anos. 8 Expirou Abraão; morreu em ditosa velhice, avançado em anos; e foi reunido ao seu povo. 9 Sepultaram-no Isaque e Ismael, seus filhos, na caverna de Macpela, no campo de Efrom, filho de Zoar, o heteu, fronteiro a Manre, 10 o campo que Abraão comprara aos filhos de Hete. Ali foi sepultado Abraão e Sara, sua mulher. 11 Depois da morte de Abraão, Deus abençoou a Isaque, seu filho; Isaque habitava junto a Beer-Laai-Roi.
1Cr 1.28-31
12 São estas as gerações de Ismael, filho de Abraão, que Agar, egípcia, serva de Sara, lhe deu à luz. 13 E estes, os filhos de Ismael, pelos seus nomes, segundo o seu nascimento: o primogênito de Ismael foi Nebaiote; depois, Quedar, Abdeel, Mibsão, 14 Misma, Dumá, Massá, 15 Hadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá. 16 São estes os filhos de Ismael, e estes, os seus nomes pelas suas vilas e pelos seus acampamentos: doze príncipes de seus povos. 17 E os anos da vida de Ismael foram cento e trinta e sete; e morreu e foi reunido ao seu povo. 18 Habitaram desde Havilá até Sur, que olha para o Egito, como quem vai para a Assíria. Ele se estabeleceu fronteiro a todos os seus irmãos.
19 São estas as gerações de Isaque, filho de Abraão. Abraão gerou a Isaque; 20 era Isaque de quarenta anos, quando tomou por esposa a Rebeca, filha de Betuel, omeu de Padã-Arã, e irmã de Labão, omeu. 21 Isaque orou ao SENHOR por sua mulher, porque ela era estéril; e o SENHOR lhe ouviu as orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu. 22 Os filhos lutavam no ventre dela; então, disse: Se é assim, por que vivo eu? E consultou ao SENHOR. 23 Respondeu-lhe o SENHOR:
Duas nações há no teu ventre,
dois povos, nascidos de ti, se dividirão:
um povo será mais forte que o outro,
e o mais velho servirá ao mais moço.
24 Cumpridos os dias para que desse à luz, eis que se achavam gêmeos no seu ventre. 25 Saiu o primeiro, ruivo, todo revestido de pelo; por isso, lhe chamaram Esaú. 26 Depois, nasceu o irmão; segurava com a mão o calcanhar de Esaú; por isso, lhe chamaram Jacó. Era Isaque de sessenta anos, quando Rebeca lhos deu à luz.
27 Cresceram os meninos. Esaú saiu perito caçador, homem do campo; Jacó, porém, homem pacato, habitava em tendas. 28 Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó.
29 Tinha Jacó feito um cozinhado, quando, esmorecido, veio do campo Esaú 30 e lhe disse: Peço-te que me deixes comer um pouco desse cozinhado vermelho, pois estou esmorecido. Daí chamar-se Edom. 31 Disse Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura. 32 Ele respondeu: Estou a ponto de morrer; de que me aproveitará o direito de primogenitura? 33 Então, disse Jacó: Jura-me primeiro. Ele jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó. 34 Deu, pois, Jacó a Esaú pão e o cozinhado de lentilhas; ele comeu e bebeu, levantou-se e saiu. Assim, desprezou Esaú o seu direito de primogenitura.
1 Sobrevindo fome à terra, além da primeira havida nos dias de Abraão, foi Isaque a Gerar, avistar-se com Abimeleque, rei dos filisteus. 2 Apareceu-lhe o SENHOR e disse: Não desças ao Egito. Fica na terra que eu te disser; 3 habita nela, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti e a tua descendência darei todas estas terras e confirmarei o juramento que fiz a Abraão, teu pai. 4 Multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e lhe darei todas estas terras. Na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra; 5 porque Abraão obedeceu à minha palavra e guardou os meus mandados, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis. 6 Isaque, pois, ficou em Gerar. 7 Perguntando-lhe os homens daquele lugar a respeito de sua mulher, disse: É minha irmã; pois temia dizer: É minha mulher; para que, dizia ele consigo, os homens do lugar não me matem por amor de Rebeca, porque era formosa de aparência.
8 Ora, tendo Isaque permanecido ali por muito tempo, Abimeleque, rei dos filisteus, olhando da janela, viu que Isaque acariciava a Rebeca, sua mulher. 9 Então, Abimeleque chamou a Isaque e lhe disse: É evidente que ela é tua esposa; como, pois, disseste: É minha irmã? Respondeu-lhe Isaque: Porque eu dizia: para que eu não morra por causa dela. 10 Disse Abimeleque: Que é isso que nos fizeste? Facilmente algum do povo teria abusado de tua mulher, e tu, atraído sobre nós grave delito. 11 E deu esta ordem a todo o povo: Qualquer que tocar a este homem ou à sua mulher certamente morrerá. 12 Semeou Isaque naquela terra e, no mesmo ano, recolheu cento por um, porque o SENHOR o abençoava. 13 Enriqueceu-se o homem, prosperou, ficou riquíssimo; 14 possuía ovelhas e bois e grande número de servos, de maneira que os filisteus lhe tinham inveja. 15 E, por isso, lhe entulharam todos os poços que os servos de seu pai haviam cavado, nos dias de Abraão, enchendo-os de terra. 16 Disse Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós, porque já és muito mais poderoso do que nós.
17 Então, Isaque saiu dali e se acampou no vale de Gerar, onde habitou. 18 E tornou Isaque a abrir os poços que se cavaram nos dias de Abraão, seu pai (porque os filisteus os haviam entulhado depois da morte de Abraão), e lhes deu os mesmos nomes que já seu pai lhes havia posto. 19 Cavaram os servos de Isaque no vale e acharam um poço de água nascente. 20 Mas os pastores de Gerar contenderam com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. Por isso, chamou o poço de Eseque, porque contenderam com ele. 21 Então, cavaram outro poço e também por causa desse contenderam. Por isso, recebeu o nome de Sitna. 22 Partindo dali, cavou ainda outro poço; e, como por esse não contenderam, chamou-lhe Reobote e disse: Porque agora nos deu lugar o SENHOR, e prosperaremos na terra. 23 Dali subiu para Berseba. 24 Na mesma noite, lhe apareceu o SENHOR e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo; abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão, meu servo. 25 Então, levantou ali um altar e, tendo invocado o nome do SENHOR, armou a sua tenda; e os servos de Isaque abriram ali um poço.
26 De Gerar foram ter com ele Abimeleque e seu amigo Ausate e Ficol, comandante do seu exército. 27 Disse-lhes Isaque: Por que viestes a mim, pois me odiais e me expulsastes do vosso meio? 28 Eles responderam: Vimos claramente que o SENHOR é contigo; então, dissemos: Haja agora juramento entre nós e ti, e façamos aliança contigo. 29 Jura que nos não farás mal, como também não te havemos tocado, e como te fizemos somente o bem, e te deixamos ir em paz. Tu és agora o abençoado do SENHOR. 30 Então, Isaque lhes deu um banquete, e comeram e beberam. 31 Levantando-se de madrugada, juraram de parte a parte; Isaque os despediu, e eles se foram em paz. 32 Nesse mesmo dia, vieram os servos de Isaque e, dando-lhe notícia do poço que tinham cavado, lhe disseram: Achamos água. 33 Ao poço, chamou-lhe Seba; por isso, Berseba é o nome daquela cidade até ao dia de hoje.
34 Tendo Esaú quarenta anos de idade, tomou por esposa a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu. 35 Ambas se tornaram amargura de espírito para Isaque e para Rebeca.
Jesus e o Reino de Deus
Mc 8.11-13
1 Aproximando-se os fariseus e os saduceus, tentando-o, pediram-lhe que lhes mostrasse um sinal vindo do céu. 2 Ele, porém, lhes respondeu: Chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está avermelhado; 3 e, pela manhã: Hoje, haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos? 4 Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas. E, deixando-os, retirou-se.
Mc 8.14-21
5 Ora, tendo os discípulos passado para o outro lado, esqueceram-se de levar pão. 6 E Jesus lhes disse: Vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. 7 Eles, porém, discorriam entre si, dizendo: É porque não trouxemos pão. 8 Percebendo-o Jesus, disse: Por que discorreis entre vós, homens de pequena fé, sobre o não terdes pão? 9 Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens e de quantos cestos tomastes? 10 Nem dos sete pães para os quatro mil e de quantos cestos tomastes? 11 Como não compreendeis que não vos falei a respeito de pães? E sim: acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. 12 Então, entenderam que não lhes dissera que se acautelassem do fermento de pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus.
Mc 8.27-30; Lc 9.18-21
13 Indo Jesus para os lados de Cesareia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? 14 E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. 15 Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? 16 Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. 18 Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19 Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus. 20 Então, advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo.
Mc 8.31-33; Lc 9.22
21 Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia. 22 E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. 23 Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.
Mc 8.34—9.1; Lc 9.23-27
24 Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. 25 Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. 26 Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma? 27 Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras. 28 Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu reino.
Mc 9.2-8; Lc 9.28-36
1 Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte. 2 E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. 3 E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. 4 Então, disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias. 5 Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi. 6 Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo. 7 Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos e não temais! 8 Então, eles, levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus.
Mc 9.9-13
9 E, descendo eles do monte, ordenou-lhes Jesus: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do Homem ressuscite dentre os mortos. 10 Mas os discípulos o interrogaram: Por que dizem, pois, os escribas ser necessário que Elias venha primeiro? 11 Então, Jesus respondeu: De fato, Elias virá e restaurará todas as coisas. 12 Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos deles. 13 Então, os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista.
Mc 9.14-29; Lc 9.37-42
14 E, quando chegaram para junto da multidão, aproximou-se dele um homem, que se ajoelhou e disse: 15 Senhor, compadece-te de meu filho, porque é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e outras muitas, na água. 16 Apresentei-o a teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo. 17 Jesus exclamou: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino. 18 E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e, desde aquela hora, ficou o menino curado.
19 Então, os discípulos, aproximando-se de Jesus, perguntaram em particular: Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo? 20 E ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível. 21 [Mas esta casta não se expele senão por meio de oração e jejum.]
A cura de um jovem possesso
Mc 9.30-32; Lc 9.43b-45
22 Reunidos eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do Homem está para ser entregue nas mãos dos homens; 23 e estes o matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará. Então, os discípulos se entristeceram grandemente.
24 Tendo eles chegado a Cafarnaum, dirigiram-se a Pedro os que cobravam o imposto das duas dracmas e perguntaram: Não paga o vosso Mestre as duas dracmas? 25 Sim, respondeu ele. Ao entrar Pedro em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Simão, que te parece? De quem cobram os reis da terra impostos ou tributo: dos seus filhos ou dos estranhos? 26 Respondendo Pedro: Dos estranhos, Jesus lhe disse: Logo, estão isentos os filhos. 27 Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, e o primeiro peixe que fisgar, tira-o; e, abrindo-lhe a boca, acharás um estáter. Toma-o e entrega-lhes por mim e por ti.