Leitura Diária da Bíblia

Dia 8 de janeiro: Gênesis, cap. 21 a 23

O que acena com os olhos traz desgosto, e o insensato de lábios vem a arruinar-se. (Provérbios 10.10)

A boca do justo é manancial de vida, mas na boca dos perversos mora a violência. (Provérbios 10.11)

Advertência contra o servir de fiador

Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro e se te empenhaste ao estranho, estás enredado com o que dizem os teus lábios, estás preso com as palavras da tua boca.

Agora, pois, faze isto, filho meu, e livra-te, pois caíste nas mãos do teu companheiro: vai, prostra-te e importuna o teu companheiro; não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras; livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como a ave, da mão do passarinheiro.

(Provérbios 6.1-5)

Advertência contra a preguiça

Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio.

Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara o seu pão, na sega, ajunta o seu mantimento.

Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono?

Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.

(Provérbios 6.6-11)

Advertência contra a maldade

O homem de Belial, o homem vil, é o que anda com a perversidade na boca, acena com os olhos, arranha com os pés e faz sinais com os dedos.

No seu coração há perversidade; todo o tempo maquina o mal; anda semeando contendas.

Pelo que a sua destruição virá repentinamente; subitamente, será quebrantado, sem que haja cura.

Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.

(Provérbios 6.12-19)

Advertência contra a mulher adúltera

Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao pescoço.

Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo.

Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida; para te guardarem da vil mulher e das lisonjas da mulher alheia.

Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender com as suas olhadelas.

Por uma prostituta o máximo que se paga é um pedaço de pão, mas a adúltera anda à caça de vida preciosa.

Tomará alguém fogo no seio, sem que as suas vestes se incendeiem?

Ou andará alguém sobre brasas, sem que se queimem os seus pés?

Assim será com o que se chegar à mulher do seu próximo; não ficará sem castigo todo aquele que a tocar.

Não é certo que se despreza o ladrão, quando furta para saciar-se, tendo fome?

Pois este, quando encontrado, pagará sete vezes tanto; entregará todos os bens de sua casa.

O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa.

Achará açoites e infâmia, e o seu opróbrio nunca se apagará.

Porque o ciúme excita o furor do marido; e não terá compaixão no dia da vingança.

Não se contentará com o resgate, nem aceitará presentes, ainda que sejam muitos.

(Provérbios 6.20-35)


The Bible Project Reading Plan

Parte II

A Aliança Abraâmica

O Livro do Gênesis

Capítulo 21

O nascimento de Isaque

1 Visitou o SENHOR a Sara, como lhe dissera, e o SENHOR cumpriu o que lhe havia prometido. 2 Sara concebeu e deu à luz um filho a Abraão na sua velhice, no tempo determinado, de que Deus lhe falara. 3 Ao filho que lhe nasceu, que Sara lhe dera à luz, pôs Abraão o nome de Isaque. 4 Abraão circuncidou a seu filho Isaque, quando este era de oito dias, segundo Deus lhe havia ordenado. 5 Tinha Abraão cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho. 6 E disse Sara: Deus me deu motivo de riso; e todo aquele que ouvir isso vai rir-se juntamente comigo. 7 E acrescentou: Quem teria dito a Abraão que Sara amamentaria um filho? Pois na sua velhice lhe dei um filho.

Agar no deserto

8 Isaque cresceu e foi desmamado. Nesse dia em que o menino foi desmamado, deu Abraão um grande banquete. 9 Vendo Sara que o filho de Agar, a egípcia, o qual ela dera à luz a Abraão, caçoava de Isaque, 10 disse a Abraão: Rejeita essa escrava e seu filho; porque o filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu filho. 11 Pareceu isso mui penoso aos olhos de Abraão, por causa de seu filho. 12 Disse, porém, Deus a Abraão: Não te pareça isso mal por causa do moço e por causa da tua serva; atende a Sara em tudo o que ela te disser; porque por Isaque será chamada a tua descendência. 13 Mas também do filho da serva farei uma grande nação, por ser ele teu descendente. 14 Levantou-se, pois, Abraão de madrugada, tomou pão e um odre de água, pô-los às costas de Agar, deu-lhe o menino e a despediu. Ela saiu, andando errante pelo deserto de Berseba.

Agar sai errante pelo deserto de Berseba

15 Tendo-se acabado a água do odre, colocou ela o menino debaixo de um dos arbustos 16 e, afastando-se, foi sentar-se defronte, à distância de um tiro de arco; porque dizia: Assim, não verei morrer o menino; e, sentando-se em frente dele, levantou a voz e chorou. 17 Deus, porém, ouviu a voz do menino; e o Anjo de Deus chamou do céu a Agar e lhe disse: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está. 18 Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo. 19 Abrindo-lhe Deus os olhos, viu ela um poço de água, e, indo a ele, encheu de água o odre, e deu de beber ao rapaz. 20 Deus estava com o rapaz, que cresceu, habitou no deserto e se tornou flecheiro; 21 habitou no deserto de Parã, e sua mãe o casou com uma mulher da terra do Egito.

Agar e Ismael

Abraão faz aliança com Abimeleque

22 Por esse tempo, Abimeleque e Ficol, comandante do seu exército, disseram a Abraão: Deus é contigo em tudo o que fazes; 23 agora, pois, jura-me aqui por Deus que me não mentirás, nem a meu filho, nem a meu neto; e sim que usarás comigo e com a terra em que tens habitado daquela mesma bondade com que eu te tratei. 24 Respondeu Abraão: Juro.

25 Nada obstante, Abraão repreendeu a Abimeleque por causa de um poço de água que os servos deste lhe haviam tomado à força. 26 Respondeu-lhe Abimeleque: Não sei quem terá feito isso; também nada me fizeste saber, nem tampouco ouvi falar disso, senão hoje. 27 Tomou Abraão ovelhas e bois e deu-os a Abimeleque; e fizeram ambos uma aliança. 28 Pôs Abraão à parte sete cordeiras do rebanho. 29 Perguntou Abimeleque a Abraão: Que significam as sete cordeiras que puseste à parte? 30 Respondeu Abraão: Receberás de minhas mãos as sete cordeiras, para que me sirvam de testemunho de que eu cavei este poço. 31 Por isso, se chamou aquele lugar Berseba, porque ali juraram eles ambos. 32 Assim, fizeram aliança em Berseba; levantaram-se Abimeleque e Ficol, comandante do seu exército, e voltaram para as terras dos filisteus. 33 Plantou Abraão tamargueiras em Berseba e invocou ali o nome do SENHOR, Deus Eterno. 34 E foi Abraão, por muito tempo, morador na terra dos filisteus.

Capítulo 22

Deus prova Abraão

1 Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui! 2 Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. 3 Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado. 4 Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe. 5 Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós. 6 Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos. 7 Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? 8 Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos.

9 Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha; 10 e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho. 11 Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! 12 Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho. 13 Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho. 14 E pôs Abraão por nome àquele lugar — O SENHOR Proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá.

15 Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a Abraão 16 e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, 17 que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, 18 nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz. 19 Então, voltou Abraão aos seus servos, e, juntos, foram para Berseba, onde fixou residência.

Isaque e Abraão

A descendência de Naor

20 Passadas essas coisas, foi dada notícia a Abraão, nestes termos: Milca também tem dado à luz filhos a Naor, teu irmão: 21 Uz, o primogênito, Buz, seu irmão, Quemuel, pai de Arã, 22 Quésede, Hazo, Pildas, Jidlafe e Betuel. 23 Betuel gerou a Rebeca; estes oito deu à luz Milca a Naor, irmão de Abraão. 24 Sua concubina, cujo nome era Reumá, lhe deu também à luz filhos: Teba, Gaã, Taás e Maaca.

Capítulo 23

A morte de Sara

1 Tendo Sara vivido cento e vinte e sete anos, 2 morreu em Quiriate-Arba, que é Hebrom, na terra de Canaã; veio Abraão lamentar Sara e chorar por ela. 3 Levantou-se, depois, Abraão da presença de sua morta e falou aos filhos de Hete: 4 Sou estrangeiro e morador entre vós; dai-me a posse de sepultura convosco, para que eu sepulte a minha morta. 5 Responderam os filhos de Hete a Abraão, dizendo: 6 Ouve-nos, senhor: tu és príncipe de Deus entre nós; sepulta numa das nossas melhores sepulturas a tua morta; nenhum de nós te vedará a sua sepultura, para sepultares a tua morta. 7 Então, se levantou Abraão e se inclinou diante do povo da terra, diante dos filhos de Hete. 8 E lhes falou, dizendo: Se é do vosso agrado que eu sepulte a minha morta, ouvi-me e intercedei por mim junto a Efrom, filho de Zoar, 9 para que ele me dê a caverna de Macpela, que tem no extremo do seu campo; que ma dê pelo devido preço em posse de sepultura entre vós. 10 Ora, Efrom, o heteu, sentando-se no meio dos filhos de Hete, respondeu a Abraão, ouvindo-o os filhos de Hete, a saber, todos os que entravam pela porta da sua cidade: 11 De modo nenhum, meu senhor; ouve-me: dou-te o campo e também a caverna que nele está; na presença dos filhos do meu povo te dou; sepulta a tua morta. 12 Então, se inclinou Abraão diante do povo da terra; 13 e falou a Efrom, na presença do povo da terra, dizendo: Mas, se concordas, ouve-me, peço-te: darei o preço do campo, toma-o de mim, e sepultarei ali a minha morta. 14 Respondeu-lhe Efrom: 15 Meu senhor, ouve-me: um terreno que vale quatrocentos siclos de prata, que é isso entre mim e ti? Sepulta ali a tua morta. 16 Tendo Abraão ouvido isso a Efrom, pesou-lhe a prata, de que este lhe falara diante dos filhos de Hete, quatrocentos siclos de prata, moeda corrente entre os mercadores.

17 Assim, o campo de Efrom, que estava em Macpela, fronteiro a Manre, o campo, a caverna e todo o arvoredo que nele havia, e todo o limite ao redor 18 se confirmaram por posse a Abraão, na presença dos filhos de Hete, de todos os que entravam pela porta da sua cidade. 19 Depois, sepultou Abraão a Sara, sua mulher, na caverna do campo de Macpela, fronteiro a Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã. 20 E assim, pelos filhos de Hete, se confirmou a Abraão o direito do campo e da caverna que nele estava, em posse de sepultura.

Abraão sepulta a Sara na caverna do campo de Macpela


Leitura Extra

Jesus e o Reino de Deus

O Evangelho de Mateus

Capítulo 14

A morte de João Batista

Mc 6.14-29; Lc 9.7-9

1 Por aquele tempo, ouviu o tetrarca Herodes a fama de Jesus 2 e disse aos que o serviam: Este é João Batista; ele ressuscitou dos mortos, e, por isso, nele operam forças miraculosas. 3 Porque Herodes, havendo prendido e atado a João, o metera no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão; 4 pois João lhe dizia: Não te é lícito possuí-la. 5 E, querendo matá-lo, temia o povo, porque o tinham como profeta. 6 Ora, tendo chegado o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante de todos e agradou a Herodes. 7 Pelo que prometeu, com juramento, dar-lhe o que pedisse. 8 Então, ela, instigada por sua mãe, disse: Dá-me, aqui, num prato, a cabeça de João Batista. 9 Entristeceu-se o rei, mas, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, determinou que lha dessem; 10 e deu ordens e decapitou a João no cárcere. 11 Foi trazida a cabeça num prato e dada à jovem, que a levou a sua mãe. 12 Então, vieram os seus discípulos, levaram o corpo e o sepultaram; depois, foram e o anunciaram a Jesus.

A filha de Herodias e a cabeça de João Batista

A primeira multiplicação de pães e peixes

Mc 6.30-44; Lc 9.10-17; Jo 6.1-13

13 Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, à parte; sabendo-o as multidões, vieram das cidades seguindo-o por terra. 14 Desembarcando, viu Jesus uma grande multidão, compadeceu-se dela e curou os seus enfermos. 15 Ao cair da tarde, vieram os discípulos a Jesus e lhe disseram: O lugar é deserto, e vai adiantada a hora; despede, pois, as multidões para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer. 16 Jesus, porém, lhes disse: Não precisam retirar-se; dai-lhes, vós mesmos, de comer. 17 Mas eles responderam: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. 18 Então, ele disse: Trazei-mos. 19 E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a relva, tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões. 20 Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram recolheram ainda doze cestos cheios. 21 E os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças.

A primeira multiplicação de pães e peixes

Jesus anda por sobre o mar

Mc 6.45-52; Jo 6.15-21

22 Logo a seguir, compeliu Jesus os discípulos a embarcar e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões. 23 E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só. 24 Entretanto, o barco já estava longe, a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário. 25 Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. 26 E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram.

27 Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! 28 Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. 29 E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. 30 Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! 31 E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? 32 Subindo ambos para o barco, cessou o vento. 33 E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!

Jesus em Genesaré

Mc 6.53-56

34 Então, estando já no outro lado, chegaram a terra, em Genesaré. 35 Reconhecendo-o os homens daquela terra, mandaram avisar a toda a circunvizinhança e trouxeram-lhe todos os enfermos; 36 e lhe rogavam que ao menos pudessem tocar na orla da sua veste. E todos os que tocaram ficaram sãos.

Capítulo 15

O que contamina o homem

Mc 7.1-23

1 Então, vieram de Jerusalém a Jesus alguns fariseus e escribas e perguntaram: 2 Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem. 3 Ele, porém, lhes respondeu: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição? 4 Porque Deus ordenou:

Honra a teu pai e a tua mãe;

e:

Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte.

5 Mas vós dizeis: Se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo que poderias aproveitar de mim; 6 esse jamais honrará a seu pai ou a sua mãe. E, assim, invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição. 7 Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:

8 Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.

9 E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.

10 E, tendo convocado a multidão, lhes disse: Ouvi e entendei: 11 não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem. 12 Então, aproximando-se dele os discípulos, disseram: Sabes que os fariseus, ouvindo a tua palavra, se escandalizaram? 13 Ele, porém, respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. 14 Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco. 15 Então, lhe disse Pedro: Explica-nos a parábola. 16 Jesus, porém, disse: Também vós não entendeis ainda? 17 Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre e, depois, é lançado em lugar escuso? 18 Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. 19 Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. 20 São estas as coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos não o contamina.

A mulher cananeia

Mc 7.24-30

21 Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Sidom. 22 E eis que uma mulher cananeia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. 23 Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós. 24 Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. 25 Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me! 26 Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. 27 Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. 28 Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã.

Jesus volta para o mar da Galileia e cura muitos enfermos

29 Partindo Jesus dali, foi para junto do mar da Galileia; e, subindo ao monte, assentou-se ali. 30 E vieram a ele muitas multidões trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos e os largaram junto aos pés de Jesus; e ele os curou. 31 De modo que o povo se maravilhou ao ver que os mudos falavam, os aleijados recobravam saúde, os coxos andavam e os cegos viam. Então, glorificavam ao Deus de Israel.

Jesus cura os enfermos

A segunda multiplicação de pães e peixes

Mc 8.1-10

32 E, chamando Jesus os seus discípulos, disse: Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanece comigo e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça pelo caminho. 33 Mas os discípulos lhe disseram: Onde haverá neste deserto tantos pães para fartar tão grande multidão? 34 Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Responderam: Sete e alguns peixinhos. 35 Então, tendo mandado o povo assentar-se no chão, 36 tomou os sete pães e os peixes, e, dando graças, partiu, e deu aos discípulos, e estes, ao povo. 37 Todos comeram e se fartaram; e, do que sobejou, recolheram sete cestos cheios. 38 Ora, os que comeram eram quatro mil homens, além de mulheres e crianças. 39 E, tendo despedido as multidões, entrou Jesus no barco e foi para o território de Magadã.